18 - Algo errado

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Reunir todo mundo não foi tarefa fácil para Afrodite e Beatriz, mas eles conseguiram, e Lucas e Marcus deram graças a Deus por não precisar explicar aos cavaleiros como sabiam tanto sobre eles se nem gregos eram, porém, a desconfiança continuou naquele ambiente.

Ly e Guilherme subiram ao palco com a promessa de promever músicas mais alegres, e Aiolia e Milo ficaram apenas observando ambos os pupilos. Com algumas doses de tequila Saori já estava mais alegre do que deveria, e sobrou para Saga acalmá-la e levá-la de volta ao templo de Athena.

A noite havia retornado para o verdadeiro foco: a diversão.

— Eu pensei que ficar aqui fosse nos afastar dos palcos, mas está sendo bem diferente. — Guilherme comentou olhando Ly nos olhos, segurava na mão direita uma taça com água e a outra mão estava apoiada na mesa. — Você está estranha…

— Você acha que temos uma missão aqui? — aquela pergunta deixava tudo mais estranho, aquela era sua amiga Ly, a que não acreditava em nada voltado para destino. — E se só estamos aqui para realizar algo?

— Então vamos realizar, oras.

— Mas e se esse algo não for uma coisa boa? — coisa boa ou não Guilherme sabia que aquelas questões eram impossíveis de se responder.

Não era apenas ela que refletia sobre esse assunto, Lucas também sabia que as coisas estavam estranhas e ele sentia que apesar da calmaria uma tempestade se aproximava.

— Então quer dizer que o Shaka ficou com ciúmes? — Bea questionou olhando Ana com uma carinha de safada.

— Que bonito! — Ly elogiou. — Daqui a pouco vocês estão juntinhos por ai.

— Eles já dividem a cama, é só se mover pro lado. — Ana ficou vermelha com a intenção de Bea, mas não era mentira que ela amava aquele cavaleiro.

— Quem sabe ne, tenho medo de entender errado e depois ficar sofrendo. — nisso as meninas tinham que concordar. — Mas se ele quiser algo comigo eu super aceito.

— Queria eu ter o Camus me defendendo desse jeito.

— Ah Ly, você tem o Aiolia já. — Bea deu um tapinha na amiga. — E entre nós você foi a que mais se saiu bem. — foi então que Ly lembrou do beijo que havia dado no cavaleiro de leão.

— Aquilo? Foi horrível! — Bea e Ana fizeram cara de paisagem.

Ly se lembrava bem da sensação que havia sentido, era uma mistura de medo e insegurança. Algo que nunca tinha sentido antes.

[…]

O dia amanheceu quente, tinha tudo para esquentar cada célula do corpo dos cavaleiros, exceto por uma coisa. A quinta casa do zodíaco estava numa temperatura nada favorável para Aiolia.

— Ly, pode parar com essa droga? — o leonino se moveu sobre a cama invadindo o lado da aluna.

— FICA LONGE SIMBA

— Se você não deixar a temperatura normal eu vou te abraçar e deitar por cima! — ele ameaçou.

A garota rapidamente se moveu e afastou o corpo para a beirada da cama, sua visão embaraçou e por alguns instantes tudo que ela enxergou foram vultos negros.

— Saía da casa… — junto com a ordem ela sentiu uma pontada na parte frontal da cabeça.

E mesmo sem saber onde ia a menina correu para as escadas na parte dianteira da casa. Era visível a diferença de temperatura, e o céu aberto em instantes começou a se turvar. Nuvens carregadas chegaram tornando todo o dia nublado e fortes trovões ecoaram balançando as ideias da menina.

— Sua casa não é ao lado desses cavaleiros. — e a voz continuou lhe causando dor. — Cedo ou tarde irei te buscar, não tem como escapar.

— CALA A BOCA! — a menina gritou colocando a mão na cabeça para amenizar a dor. — AHHH!

— Ly… O que aconteceu? — Aiolia passou os braços pela garota a segurando.

Há alguns instantes ele podia jurar que ela havia enlouquecido de vez, girando e falando sozinha, parevia ter perdido toda a sanidade. A chuva chegou forte e determinada molhando ambos.

— O que está acontecendo? — a virginiana desfaleceu sobre o colo do mestre.

— Ah garota… — o leonino tomou-a nos braços e adentrou a casa correndo.

Entre o frio e o calor a chuva se fez rainha, e parecia que o resto do dia seria daquele jeito, mas Aiolia tinha uma dúvida: o que havia feito sua aluna ficar daquela forma?
Ao subir as escadarias com a aluna nos braços ele precisou explicar aos amigos dela sobre o que havia acontecido, Ana se sentiu mais confortável em subir as escadas junto ao leonino, e o mesmo aconteceu com Guilherme, Marcus, Bea e Lucas.

— Ela desmaiou sem motivos? — Saori questionou afoita, andava de um lado para o outro arrastando o vestido pelo mármore branco.

— Acho que sem motivos não é bem a palavra certa, senhorita. — o leonino tinha os joelhos dobrados e segurava a aluna nos braços enquanto o resto do pessoal esperava há alguns metros.

Saga estava sentado sobre o trono do Grande Mestre e tinha plena noção do que estava acontecendo ali.

— Senhorita, acho que trata-se somente da forma que ela tem utilizado o cosmo. — o Gm sugeriu. — Para uma pessoa inexperiente é normal que isso aconteça. Aiolia, você pode levá-la pra casa e tome o tempo que for necessário para acordá-la, após isso suba as escadarias, teremos uma reunião no final da tarde.

Lucas e Ana se olharam desconfiados, por que uma reunião entre os cavaleiros de ouro precisava ser feita as pressas se nada havia realmente acontecido? Algo dizia ao coração de ambos que o motivo do desmaio da amiga ia além do desgaste cósmico.

Enlouquecendo seus Ídolos - O Começo (Cavaleiros Do Zodíaco) Onde histórias criam vida. Descubra agora