Murder'er'

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A lua lançava um brilho prateado sobre a casa, um vento frio de primavera balançava a copa das árvores gentilmente. Uma sombra negra vigiava a grande casa atrás de um arbusto.

A última luz da casa se apagou lançando todo o terreno na escuridão total, um brilho vingativo cintilou nos olhos em baixo do capuz preto. Ele sabia o que queria fazer, mas ainda assim hesitava em continuar.

- Scott. -chamou-o uma doce voz feminina de entre as árvores.

Scott virou-se lentamente, ele tinha sido pego antes de executar seu plano. Quando ele olhou para o local de onde a voz viera não havia nada além de uma luz fraca.

- Scott. -chamou-o novamente a voz.

Ele olhava hipnotizado para a luz, seus pés moviam-se lentamente em direção a luz, ele não tinha ideia do que fazia, mas achava que aquilo era o correto.

- Scott. -a voz estava mais urgente.

Seus pés moviam-se mais rapidamente, a luz parecia cada vez mais fraca, o local estava cada vez mais silencioso. A luz se aproximava lentamente e cada vez mais clara, quando parou na altura de seus olhos e explodiu em uma grande luminosidade.

Um jovem alto de cabelos curtos e claros saia de um quarto, indignado com algo que acabara de ouvir.

- Scott. -disse a mesma voz doce.

Uma mulher esguia saiu do mesmo quarto.

- Por que você só me contou isso agora? -perguntou o rapaz com uma voz preocupada.

- Porque eu sabia que sua reação seria essa e não queria te preocupar. -disse a mulher.

- Mas você devia ter me contado antes, já fazem cinco anos Emma. -disse ele abraçando-a.

- Não vai acontecer nada comigo, eu te prometo. -disse ela beijando-o apaixonadamente.

Emma abraçou Scott pelo pescoço e cruzou as pernas na cintura dele que foi andando lentamente de volta para o quarto.

- E se acontecer alguma coisa com você? -perguntou Scott, algumas horas mais tarde, com preocupação na voz.

Scott e Emma estavam deitados, um lençol caia suavemente sobre seus corpos, a cabeça de Emma repousava delicadamente no peito de Scott, ele brincava com uma das mechas do cabelo dela enquanto conversavam.

- Não vai acontecer nada. -respondeu Emma com a voz carinhosa.

- Mas e se acontecer? -insistiu ele.

- Você não vai fazer nada, -Emma mudou de posição para olhar seu namorado nos olhos. - eu não quero que você tenha algo a ver com isso.

- Então, só para garantir que você sempre irá voltar.

Scott se levantou da cama e vestiu uma bermuda rapidamente, Emma se enrolou no lençol enquanto ele pegava uma caixinha revestida em veludo negro. Ele se ajoelhou aos pés da cama de frente para a sua amada.

- Emma Cassin, você quer casar comigo? -perguntou ele abrindo a caixinha e revelando um anel com um pequeno diamante rosa incrustado em um delicado aro de prata.

Emma levou a mão ao rosto em um ato de surpresa, aos poucos ela conseguiu abrir um sorriso extremamente alegre.

- Claro que aceito. -disse ela.

Ele tirou o anel do interior acolchoado da caixinha e colocou lentamente no dedo anelar de sua, agora, noiva. Ela olhou para o anel em seu dedo enquanto Scott se levantava. Emma pulou em seus braços e deu-lhe um beijo demorado e apaixonado.

A cena começou a mudar radicalmente, os moveis do quarto sumiam lentamente, a cena se embaçava a medida que a luz sumia.

Scott voltava tarde para casa naquele dia, ele havia trabalhado até tarde e estava preocupado com sua noiva. Mesmo sabendo que durante cinco anos ela voltava bem para casa isso não o deixava mais calmo.

Ele virou a esquina de sua casa, ao longe ele conseguiu ver as luzes acessas e soltou um suspiro de alivio, mas Scott ainda não se sentia calmo e aliviado. Seus passos pesados ecoavam pela rua vazia, as chaves tilintavam em sua mão.

A chave girou na fechadura com um barulho metálico. Scott entrou na casa e jogou a chave em uma mobília.

- Emma? -chamou ele.

A casa continuava silenciosa, uma sensação estranha martelava em seu peito.

- Emma? -chamou ele novamente.

Ele continuou sem ouvir resposta, suas mãos estavam suando frio. Scott foi até o quarto e desejou nunca ter visto o que viu. O corpo de sua noiva jazia sem vida na cama, um punhal dourado, ornado com pedras verdes, estava cravado em seu peito esquerdo, seu sangue formava uma poça ao seu redor. Lágrimas escorriam freneticamente pelo rosto de Scott.

A triste cena mudou rapidamente para uma escuridão completa. Ele olhava para todos os lados tentando reconhecer o local. Na sua frente um espectro apareceu: Emma.

- Não faça o que você vai fazer querido, você não é um assassino. -disse Emma em sua forma espectral.

- Você também não era. -disse ele.

- Scott, o que você quer fazer não vai me trazer de volta.

Scott abaixou o rosto com a dura pancada de realidade que acabara de levar. Emma, em sua forma espectral, pousou a mão no antebraço dele, mas Scott não sentiu nada, só viu a forma espectral de sua amada tremeluzir e sumir.

A fraca luz prateada da lua começava a delinear novamente os contornos das árvores, ele estava novamente parado em meio a um bosque, a enorme casa se erguia algumas centenas de metros atrás. O desejo de vingança que queimara dentro de si, durante dois anos havia sumido após todas aquelas lembranças, após sua amada pedir para ele não se meter com isso.

Scott tirou o punhal dourado com pedras verdes do bolso do casaco, ele olhou uma última vez para a lâmina que tirou a vida da sua noiva e jogou-a no chão. Sem olhar para trás ele voltou a sair do bosque.

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Gente, estou começando esse novo projeto, são contos que eu já escrevi e que eu venho escrevendo, todos ou sobre amor ou sobre morte. Os contos não tem nenhuma ligação entre si, alguns deles tem uma conexão mas são independentes.

Espero que tenham gostado do primeiro e até a próxima semana. See ya! XX


Contos de amor e morteOnde histórias criam vida. Descubra agora