Lembranças

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Acordo no meio da madrugada, e meu corte está com uma camada de sangue endurecido.
Vou até o banheiro e começo a lavar o corte embaixo do chuveiro, até que a ferida começa a se mostrar. O corte está tão profundo, que resolvo ir até o hospital dar alguns pontos.
Tomo um banho, coloco um vestido preto solto, e ponho uma rasteirinha.
Pego minha bolsa preta, onde está minha arma, e coloco minha identidade de Vívian.
Pego a chave do carro, que está em cima da cama, e vou mancando até o elevador.
Chego na garagem, e Quim, está me olhando.

- A senhora está bem, dona Vívian?

- Estou sim, Quim. Obrigada por perguntar.

Entro no carro e vou até uma emergência do meu plano.

- Boa noite. - Fala a recepcionista.
- Boa noite- Falo colocando os documentos na mesa.

- Espere um minuto, a senhora será chamada.

- Tudo bem, obrigada.

Sento na poltrona da recepção, e fico olhando um casal, com sua filha. A garota está com o braço quebrado, e os pais estão sempre dando carinho, pra ela.

Isso faz me lembrar da minha mãe. Novamente uma onda de melancolia cai sobre mim. Antes  de começar a chorar, a recepcionista fala meu nome, e me aponta uma sala.

Entro na sala, e um médico já de idade, me pede para que sente.

- Boa noite, boa madruga ou será boa manhã? - Fala bem humorado.

- Eu também tenho essa dúvida - Falo rindo.

- Então, o que a senhorita está sentindo?

- Na verdade, eu estou com um corte profundo na coxa.

- Posso ver?

- Claro - Falo subindo um pouco o vestido.

- Nossa, realmente está muito fundo, provável vai tomar uns quinze pontos. Como isso aconteceu?

- Um jarro, de vidro, caiu em cima da minha coxa.

- Claro que isso não foi um jarro, isso está bem claro,mas não vou mais lhe fazer perguntas.

- Mas foi um ja...

- A senhora não me deve explicações. Vou lhe encaminhar para fazer logo esses pontos.

Então ele escreve algo em um papel, e pede, pra que eu vá até o segundo andar, onde farei os pontos.

Vou até o segundo andar, e uma mulher está a minha espera.

- Boa noite, sente na maca por favor.

- Boa noite - Falo sentando na maca.

- Aqui na ficha, está dizendo que tem um corte, na coxa.

- Sim - Falo subindo o vestido até a altura da virilha.

- Profundo.- Fala indo em direção aos materiais.

- Não vai ter anestesia?

- Ele já está começando a inflamar, melhor não.

- Moça, vai doer muito.

- Não mais que essa facada.

- Mas não foi uma faca que me cortou.

- Senhora, esse corte está retilíneo, perfeito, só pode ter sido uma faca.

Prefiro ficar em silêncio.

Então ela começa a "costurar " o corte, e dói mais que a facada, são dores seguidas. Prefiro parar de olhar, pois começo a ficar tonta.

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