Apenas Ela

3° cap

Acordo com o celular tocando, tento pegar ele e acabo derrubando-o da cabeceira. Me apoio com o cotovelo na cama e pego o celular do chão.

-Mas que merda é essa..? -Olho a tela do celular e era um despertador e estava escrito "Não me mate". Cerro os olhos. -Aquela puta, vai ver só.

Me descubro e sento na beira da cama, olho pelo vidro da porta da varanda, o sol estava brilhando em meio as nuvens. Quer saber? Vou é caminhar, aprontou alguma com ela quando voltar que é melhor. Me levanto e vou até onde nossas bolsas estavam, pego um short jeans meio rasgado, uma blusa azul regata com detalhes brancos. Vou pro banheiro e molho meu rosto, olho-me no espelho e minha cara não estava a das melhores, nunca foi pra ser sincera. Meu cabelo tava parecendo um ninho, visto a roupa e ajeito o cabelo num coque, deixando algumas mechas caírem sobre meu rosto, escovo os dentes e pego as chaves.

Estava descendo as escadas quando vejo uma senhora se segurando com dificuldade na parede para descer a escadaria.

-Senhora, quer ajuda? -Pergunto e ergo meu braço para ela segurar.

-Seria muita gentileza. -Ela segura em meu braço. -Chegou quando aqui? Nunca te vi pelas redondezas.

-Óh, cheguei ontem à noite com minha amiga. E a senhora? Mora aqui?

-Sim, sim. Sei que não é de minha conta..mas o que uma bela menina que nem você faz aqui? -Ela me olha com ternura e isso me faz confiar nela.

-Minha amiga louca decidiu viajar ontem de madrugada e nós estamos aqui agora. Por nenhum motivo em especial.. -Chegamos ao saguão.

-Bom dia, Sra. Lohana. -A mulher do balcão cumprimenta a senhora que estava comigo e me lembro que nem perguntei o nome dela.

-Boa dia, minha querida. -Ela sorri de volta para moça e saímos, quando chegamos na calçada o olhar dela parece perdido pela rua quando ela quebra o silêncio. -Nem me lembro o nome dela. -Quando entendo rio com ela rapidamente.

-Desculpe-me, nem perguntei o nome da senhora.

-Ester Lohana. -Ela dá umas batidinhas na mão dela que ainda estava pendurada em meu braço. -Me chamam de Sra. Lohana...mas você pode me chamar de Ester apenas.

-Claro, e meu nome é Dannyella...mas me chame do jeito que a senhora preferir. -Sorrio pra ela. -A senhora quer ir a algum lugar?

-Não, não. Daqui pra frente me viro. Vá aproveitar, se quiser, passe mais tarde no meu apartamento.

-Okay. Se der, eu vou. -Ela se solta de mim e dá um tchauzinho com a mão. -Tchau.

Sigo meu caminho até o calçadão e paro olhando aquela praia, tinha uma barraquinha ali perto e vou até ela. Me sento e um homem vem me atender.

-Vai querer alguma coisa? -Ele chega se achando.

-Uma água de côco. -Nem olho pra cara dele.

-Mais alguma coisa? -Ele tenta me fazer olhar pra ele.

-Não, obrigado. -Ele sai.

Depois de alguns minutos ele traz o côco, bebo e como não tinha nada pra fazer volto ao prédio e minha amiga ta deitada na cama mexendo no celular. Paro na frente da cama dela e cruzo os braços.

-Muito engraçado o despertador!

-Não é? -Ela fala num tom sarcástico. -Estava aonde?

-Vou lhe contar minha pequena história legal de receber um convite de uma senhora que mora aqui do lado por ela ter gostado muito de mim.

-Tive até esperanças de quando você disse convite pra ser um garoto bonitão e gostosão.

-Deixa disso, ela era super legal. Acho que vou mesmo lá.

-Mas antes vamos sair! -Ela dá um pulo da cama e vai pras nossas bolsas, pega biquínis e joga na cama.

-Eu acabei de ir na praia.

-Não é nessa praia aí da frente. Tava dando uma olhada no panfleto que dão lá na recepção e tem um mapa da cidade. Tem uma praia MUITO perfeita pro sul.

-Beleza né. -Pego o biquíni e vou pro banheiro vestir, mas dessa vez coloco apenas o short.

-Seu celular tocou. -Manu fala entrando no banheiro. Pego o celular e era o Lucas. Ligo de volta pra ele.

-Quem é vivo sempre aparece! -Ele fala e eu escuto ele ligar o carro.

-Quem sabe eu não sou um zumbi mutante que ligou pra você com minha super capacidade cerebral? -Ando até a varanda e fico pendurada no parapeito.

-Nossa. Quem foi que te mordeu? O Felipe? -Ele fala num tom de malícia.

-Vai cagar, Lucas!

-Vou nada. Olha, o teu amor ta aqui me enchendo o saco pra te ligar e perguntar onde que você e a galega estão pra gente ir atrás de vocês.

-A gente tá em...-Procuro o folheto pra ver o nome da cidade. -É...City Donw.

-Onde que é isso?

-Sei lá. Procura aí no GPS.

-Tá. Daqui pra mais tarde chegamos aí.

-Beleza, tchau.

-Tchau. -Ele desliga o celular.

-Quem era? -Manu sai do banheiro.

-Seu Romeu. -Falo e me levanto indo até a porta. -Pegou o celular? -Ela acinte com a cabeça.

-O que ele queria? -Ela se mostra interessada e vem na minha direção.

-Ele e o Felipe tão vindo pra cá hoje. -Saímos do quarto e descemos as escadas. Vamos até o estacionamento e pegamos o carro.

Uma hora depois chegamos lá. Estacionamos o carro e saímos, descemos e vamos caminhando pela beira mar.

-Oque é que a minha rapariga tem? -Manu fala quando percebe que tô meio perdida nos pensamentos.

-Nada..

-Fala logo, viada.

-Pensando no Felipe...

-Por que que você foi se apaixonar logo por ele hein? -Ela olha pra mim.

-Isso é a mesma coisa de perguntar por quê que você se apaixonou pelo Lucas.

-Mas a diferença é que o Lucas não ta apaixonado pela minha melhor amiga...

-Só não entendo..

-O que?

-Por que ele gosta de uma garota que não ta nem aí pra ele..ele toda vez diz que queria ter uma namorada que ame ele de verdade..

-E você quer saber por quê ele ainda não percebeu isso em você.. -Ela completa por mim.

-Mas e você e o Lucas hein? Já se acertaram depois daquela festa? -Sorrio de lado pra ela e abraço ela.

-Se ele tivesse iniciativa. -Diz ela. -Vamo fica aqui. -Ela aponta pra um local plano próximo de coqueiros.

-Dá uns amassos nele quando ver ele hoje, amiga. Tranca ele na parede!

-Vou pensar nesse caso. -Nos sentamos e ficamos cantando umas músicas.

Depois de um tempo vamos tomar banho de praia e voltamos pro carro.

-Aí meu Deus! Tô morta! -Me jogo no banco.

-E eu ainda tenho que dirigir.

-Exato.

-Arrombada.

-Peranha.

Voltamos ao apartamento e caímos no sono juntas na cama da Manu.