Capítulo Único

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- Vem dançar! - A loira gritava no meu ouvido.

- Não, não. Ainda não estou animado o suficiente para isso - gritei de volta levantando o copo cheio de whisky na minha mão.

- Ah vamos, por favor - a garota choramingou com um biquinho sedutor nos lábios. Eu podia não estar bêbado ainda, mas só de olhar aqueles lábios se contraindo, senti um tesão de beijá-la a noite toda. Entretanto, para isso, eu precisaria aceitar o seu convite e me jogar na pista de dança com ela.

- Okay, okay. Mas só porque você pediu com carinho - pisquei para ela enquanto ouvia um gritinho de comemoração.

Fui arrastado pela mão até o centro da pista de dança e não demorou muito para a loira que eu acreditava se chamar Becky começar a se esfregar contra o meu quadril. Ela com certeza era daquelas garotas que se faziam de difícil até o cara estar bêbado o suficiente para se esquecer de como é tentar conquistar uma garota. Um nome para elas: vadias. Porém, eu precisava de uma companhia para a noite e o número dela foi um dos primeiros que encontrei gravados na agenda do meu celular. Ou seja, eu já a conhecia de algum lugar, mas isso não quer dizer que eu me lembrava. Isso com certeza estava bem óbvio até para ela, que por incrível que pareça - sendo o mais irônico possível - não pareceu se importar. Vadias como ela nunca se importam.

Já havia terminado umas três músicas e Becky ainda não havia dado passagem para minha língua. Convenhamos, selinhos para um homem não basta. O tesão que eu senti quando a loira fez o biquinho foi embora mais rápido do que veio. O fato de ela só saber esfregar a bunda extremamente grande contra meu quadril também não ajudou muito.

Entediado, larguei a garota rebolando sozinha no meio da pista e fui em direção ao bar. Se eu quisesse pegar a vadia, ia ter que beber bem mais que quatro doses de whisky.

Enquanto esperava minha bebida, dei uma geral no lugar com meus olhos e parei quando avistei uma garota sentada sozinha em uma das poucas mesas ainda em bom estado daquela boate. O seu cabelo cobria boa parte do rosto, mas ainda assim pude ver seus olhos verdes brilhando no meio de toda aquela mistura de luzes e fumaça que era o local. Ela encarava fixamente a mesa a sua frente sem demonstrar nenhuma emoção no rosto. Se eu não conhece bem os efeitos de drogas diria que ela havia ingerido algumas. Mas seu corpo não expressava qualquer um dos efeitos.

- O que aconteceu bonitinho? - Becky apareceu pulando na minha frente com um sorriso sedutor nos lábios.

- Precisava de mais disso - ergui meu copo ainda cheio que acabava de me ser servido.

- Então eu vou beber com você.

Ela pediu uma dose e virou de uma vez. Depois me olhou com um sorriso divertido nos lábios enquanto secava os cantos da boca. Aquilo sem dúvidas foi sexy. Determinado a levar aquela garota para a cama, agarrei sua cintura e grudei seu corpo no meu. Quando estava prestes a finalmente conseguir alguma coisa dela, fui empurrado por sua mão e a vi levar um celular ao ouvido. Bufei de frustração e de raiva, me escorei no balcão e procurei a garota dos olhos verdes. Ela estava lá, no mesmo lugar, mas agora suas mãos prendiam o cabelo num rabo de cavalo deixando seu rosto bem mais visível. Com certeza ela não havia ingerido nenhuma substancia, nem mesmo álcool. Estava lúcida até demais. Observei-a enquanto tirava o seu casaco de couro, deixando bem à mostra a blusa que usava por baixo. Além do decote que a blusa possuía, também vi os detalhes verdes que desciam ao redor de todo o seu corpo entrando em contraste com seus olhos.

- Bonitinho, vou ter que ir. Surgiu uma emergência no lugar onde trabalho e vou ter que te deixar aqui - a loira que me acompanhava se aproximou novamente com um olhar desanimado - Mas me liga amanhã e eu juro que não vou te deixar na mão.

A Garota Dos Olhos VerdesOnde histórias criam vida. Descubra agora