Capítulo 13

260 26 33
                                    

- Que tal irmos caçar amanhã cedo ?

- Tudo-Tudo bem !

Pata de Gavião disse, com uma animação.
Então, fui andando até a toca dos guerreiros, para achar Garra de Terra encolhido no canto.

- Garra de Terra ?

- Sim?

- Você ficou triste por não ter ganhado um aprendiz ?

- Ah... Acho que Pelagem de Aveia, Rabo de Caracol... E até você se não ganhasse um aprendiz ficaria triste

- Não fica assim... Novos filhotes vão nascer

- Novos filhotes vão nascer ?

Ele repetiu, incrédulo.

- Sim...

- Folha de Outono... Não vai me dizer que você...

O cortei.

- Sim ! Estou prenha !

Disse, feliz.

- O-Oque ?! Quem é o pai ?!

- Cauda Acinzentada

Disse, com um sorriso no rosto.
Ele apareceu ficar ainda mais triste, então, abaixou as orelhas e saiu correndo da toca.

- Garra de Terra !

Então, fui correr atrás dele, mais ele já tinha sumido.

"...Garra de Terra..."

Sussurrei para mim mesma.
Então, entrei na toca, indo dormir cedo.
Acordei junto do sol, arrumei meu pelo e fui na toca dos aprendizes, procurar Pata de Gavião.
Ela estava dormindo junto a Pata Vermelha.
Cheguei perto dela.

- Ou ! Pata de Gavião ! Acorde !

Então ela abriu os olhos sonolento.

- Oque ?

- Ande ! Levante dai ! Rápido !

Então ela se espreguiçou se, e levantou, meio tonta.
Fomos até a cachoeira que eu costumava ir quando era aprendiz com Garra de Terra, então, ele estava lá.
Estava deitado, do lado da cachoeira, em uma pedra lisa, olhando para a agua.

- Psiu, Pata de Gavião

- Oque ?

- Chegue em Garra de Terra sem ele te perceber, sem fazer barulho !

Então, ela concordou com a cabeça. Apesar dessa ser sua primeira vez se esquivando sem ser brincando com seu irmão, Pata de Gavião foi ótima.
Ela foi, lentamente, sem fazer um barulho, e pulou em Garra de Terra, agarrando sua orelha.
O gato levou um susto, quase derrubando a gatinha na água. Água !
Garra de Terra tem medo de água ! Já quis ensina-lo a nadar, mas ele não deixa. Então, após a Pata de Gavião pular nele, ele olhou diretamente para mim, abaixando a cabeça.
Fui na direção dele, sentando ao seu lado.

- Oque aconteceu ?

Perguntei.

- Nada de mais, só estava pensando.

- Tudo bem... Então quer ir caçar com a gente ?

- Tudo bem.

Então depois de pegarmos varias presas, voltamos para o acampamento. Pelo de Samambaia também tinha ido caçar com Pata Vermelha, e eles também trouxeram presas frescas.
Comi um bem-te-vi, e decidi ir para a arena. Pensei em chamar Pata de Gavião, mas lembrei de Rabo Laranja, e como a gatinha mal tinha começado a treinar, não iria arriscar minha primeira aprendiz.
Então, fui para a arena. Chegando lá, como sempre, tinha muitos gatos, fui ver quem estava lutando e para minha surpresa, Garra de Terra estava lutando ! E apanhando, por sinal.
O desespero subiu por minha coluna, derretendo todos os meus músculos ao ver Garra de Terra apanhando dentro da arena. Para um gato menor que ele.

- Se defenda, Garra de Terra !

Uivei.
Então, o gato olhou para mim, sorrindo, e então o gato branco com a cabeça e a ponta da pata cinza o atacou, mas ele desviou rapidamente, conseguindo arremessar o gato longe. Ele então, enquanto o gato ainda estava no chão, atacou o novamente, arranhando profundamente um de seus olhos. O gato, além de não ser da floresta usava uma coleira verde, então Garra de Terra segurou nessa coleira puxando forte, e enforcando o gatinho por alguns segundos.
Então, o gatinho conseguiu cravar uma das patas nas costas de Garra de Terra, fazendo o gato gritar de dor. Então, o gato bambeou para trás, dando ar ao gatinho, que saiu correndo sem folego da arena. Quando o gatinho saiu, a felicidade de Garra de Terra era visível. Então, ele correu mancando por conta das feridas em minha direção, e chocou nossos pelos.

Gatos Guerreiros - A Ordem Das EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora