Gatos Guerreiros - A Ordem Das Estrelas

Capítulo 23

Eu somente retribui o sorriso, e logo olhei para Pata da Noite, que olhava para o mesmo lugar que eu, quando voltei o olhar o gato já não estava mais lá.
Depois da cerimonia, já estava anoitecendo. Não tinha nada a fazer, queria um aprendiz em horas como tal.
Então, eu fui na pilha de presas frescas. Rabo de Ratazana estava lá, comendo um rato silvestre e olhando para a pedra grande de cara feia, como sempre fez.
Somente ignorei ele, comendo meu esquilo. Arrumei meu pelo e fui na toca dos aprendizes, Pata da Noite, Pata de Rato e Pata Listrada estavam lá, mais não dormindo, e sim conversando. Então me aproximei deles, que me receberam com um sorriso.

- Como vão ?

Perguntei, logo me referindo a Pata Listrada.

- Vamos bem !

Pata de Rato respondeu rápida, e alegre.

- Ela não esta dando muito trabalho, está?

Perguntei para a gatinha branca e laranja.

- Não !

Pata da Noite respondeu rápido, sorrindo.
Me despedi dos três e fui para a toca dos guerreiros dormir.
O céu já estava amanhecendo junto a mim.
Então fui na toca de Estrela Anelada, perguntar sobre os filhotes de Rabo de Caracol.

- Estrela Anelada?...

- Sim?

- Acho que os filhotes de Rabo de Caramujo já devem se tornar guerreiros... São aprendizes a um tempo.

Então a expressão dele era confusa, mais logo respondeu-

- Ah... Claro, obrigada por me lembrar.

Então, quando já estava saindo da toca, ele logo me parou-

- Folha de Outono?...

Então me virei, esperando algo.

- Você ainda quer se tornar representante?...

Então, olhei para minhas patas com uma expressão triste.

- Pena de Gavião quer isso... Ela será uma ótima representante...

Então, sai da toca sem esperar uma resposta.

Cheguei então na toca dos aprendizes. Todos os aprendizes dormiam calmamente, encolhidos uns aos outros.
Cheguei perto de Pata da Noite, que dormia com Pata de Rato e Pata Listrada.

- Pata da Noite? Pata de Rato? Pata Listrada ?

Então, os três levantaram a cabeça lentamente, ainda com sono.

- Me sigam

Então, eles pareciam um pouco confusos, mas logo levantaram lentamente e caminharam até mim.
Caminhei com eles, até o campo perto do território dos duas-pernas.

- Oque fazemos aqui ?

Pata da Noite perguntou.

- Eu... Eu conheço esse lugar...

Pata Listrada disse.
Então eu suspirei.

- Queria conversar com vocês.
Acho que posso confiar apenas em vocês...

- Mais... E Pena de Gavião ? Vocês eram amigas....

- É verdade... Também confio em Pena de Gavião...

Então suspirei.
Logo Pata Listrada levantou, rápido, assustada, olhando em direção aos arbustos atrás de nós. Então ela arrepiou seus pelos, logo mostrando os dentes para os tais arbustos. Fiz uma expressão meio confusa, junto a Pata da Noite e Pata de Rato.
Então, uma raposa pulou em direção a pequena gatinha, que se debatia contra a raposa grande. Então, eu pulei na raposa, separando-a da gatinha. Os três aprendizes então estavam assustados, congelados no canto. Logo, outra raposa chegou, também me atacando. Eu estava tremendo, assutada, mas não poderia deixar os pequenos ali, morrerem. Então, não corri, pulei nas costas de uma das raposas, a mordendo, então logo a outra me agarrou por trás, me arremessando no chão. Então, levantei o olhar para os animais, que iam em direção dos filhotes. Corri e pulei sobre a cabeça do mais próximo, agarrando sua orelha, e puxando forte. Então, ela me jogou por baixo de sua pata, me sufocando contra o chão. Então, a raposa foi e mordeu minhas costelas por baixo, fazendo uma ferida enorme.
A minha visão ficou turva, e de repente vejo um vulto de um gato pulando sobre a raposa, a atacando. Então, sangue escorria sobre minha boca e meu nariz. Logo olhei em direção dos pequenos, e vejo Pata da Noite se desesperando, correndo em minha direção.

- Mamãe! Mamãe!

- Pata da Noite...

Foi quase um sussurro, por conta do sangue que escorria por minha boca.

- Me perdoe...

- Mamãe!

O pequeno gritava, enquanto as lágrimas corriam por seu rosto.

- Me desculpe... Pata da Noite... Por favor...

- Mamãe !

Então olhei para o céu.

- Ah... Clã das estrelas... Cuide de meus filhotes...

- Não fale assim !

A voz já não era de Pata da Noite, e sim de Cauda Acinzentada.

- Você irá se juntar ao clã das estrelas!
Não ache que vá para a floresta negra!

O gato disse, logo se deitando ao meu lado, com os olhos marejados.

- Oh... Cauda Acinzentada...

- Mamãe !

- Adeus, Pata da Noite, cuide de suas irmãs

Disse, fechando os olhos.