[A/N no fim do capítulo]
Preto
Preto é a única coisa que Harry pode ouvir.
Não são apenas os gritos de seu pai; são pedras negras atiradas contra sua alma pura e tentando machucar o máximo possível.
"Por favor, pai, não grite," ele implora, sua voz falhando no fim de sua frase.
Des, seu pai, está ocupado demais sendo obcecado pelo futuro perfeito que ele planejou para seu filho para poder perceber o dano que ele está causando. Harry está congelado na cadeira, agarrando a gola do suéter. Ele é conhecido por ser uma pessoa feliz e sorridente, mas agora o medo tomava conta de sua expressão, uma coisa que fica óbvia em seu rosto pálido e sua postura fraca.
Ele está rezando, rezando para a escuridão ir embora.
"Não seja uma menininha, Harry." Des ri com uma ponta de crueldade que é enfatizada por sua voz alta.
"Pai," Harry funga, desesperado. Seu pulso está irregular, sua respiração chegou a um ponto que parece deixar de funcionar, inábil em trazer ar para seus pulmões. Sua mente está tentando limpar a escuridão, mas quando você escuta em cores, não tem nada que sua cabeça pode fazer para te ajudar. "Sua voz está preta. Por favor."
"Não venha com essa besteira de novo," Des diz, desaprovando sua atitude. Ele se ergue na frente de seu filho, intocado pela cena penosa. Ele não parece se importar com o fato de que Harry está assustado e indefeso em sua frente, soluçando de uma forma silenciosa, mas rasas o suficiente para pedir por socorro. "Você sempre usa essa seu distúrbio como desculpa para tudo. Seja homem, Harry, pare de chorar por causa de cores."
"Você não entende," Harry soluça, fechando os olhos para evitar que as lágrimas caiam. Ele se sentia um fracasso, ele sempre se sente assim. Sua sinestesia o faz se sentir tão fraco e sensível; ele não quer ser tão suscetível. "Escuto você em preto. É horrível, pai. Não consigo- Por favor, não grita comigo."
Des bufa, revirando os olhos com irritação. Tudo é preto e cinza ao redor de Harry. Ele está desesperado para ver qualquer sinal de alguma cor brilhante, mas não há nada que brilhe por perto.
"Harry, você está me dizendo que largou a faculdade e ainda espera que eu seja compreensivo? Desculpe, filho, gritar é tudo o que eu posso fazer."
"Isso machuca," Harry murmura numa voz fraca. Des não o escuta, ou finge que não ouve. Ele vai até o armário e tira um copo, o enchendo de uísque.
Harry está mordendo seu lábio tão forte que começa a sangrar, mas ele não se importa.
"Você é uma decepção constante, Harry."
Harry não consegue mais aguentar. Se despedaçando em lágrimas de dor no coração, ele se levanta e corre para seu quarto. Uma vez lá, ele tranca a porta e desaba na cama, botando seu coração pra fora com lágrimas, tentando deixar a tristeza ir embora.
Não é culpa dele.
Não é culpa dele se ele tem sinestesia. Não é culpa dele que ouvir em cores o faz mais sensível e delicado; não é culpa dele se o mundo é teimoso em tentar o destruir.
Ele chora, chora pelo o que parecem ser eras, molhando seu travesseiro, agarrado na única coisa que parece melhorar as coisas: seu suéter.
O suéter do Louis.
Louis Tomlinson é a única pessoa no mundo tudo que faz as coisas serem melhores. O único que entendia a sinestesia de Harry e a respeitava como outras pessoas respeitariam um dom artístico.
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American Rose [Tradução][Larry Stylinson]
FanfictionORIGINAL: http://archiveofourown.org/works/4305189. "Sua voz soa rosewood quando você mente." "Eu não menti, Harry." "Você está mentindo agora mesmo." Louis revira os olhos, suspirando. "Honestamente, foda-se essa sua sinestesia." (A história em qu...