A secretaria ficava em frente à praçinha de mesas e cadeiras amarelas e guarda-chuvas azul-caneta. A porta da secretaria também era amarela , assim como todas as portas que haviam naquela escola.
John bateu na borta e não esperou nenhum tipo de permissão e já foi logo entrando e puxando Ana consigo. E eu, claro, os segui.
"Oque esses lindos jovens desejam ?" Perguntou a senhora diretora, que estava sentada em sua cadeira estilo Tempo do Ronca que ficava em frente à sua mesa, fazendo umas anotações sobre sei lá oque."oque aconteceu com essa menina linda ? Porque está chorando querida ?" Disse ela em um tom de preocupação.
"Esta é a Srta.Ana. Ocorreu algum problema com alguém que ela conheçe. Ela não nos disse , apenas repetia que o tinham matado" disse John seriamente.
"Ah. Você é Ana Cabral , certo ?"
"Sim, sou. " falou Ana aos soluços.
"Sinto muito minha querida. Vou liberar você, okay? Pode ir pra casa."
"Afinal de contas, oque aconteceu ? Quem morreu ?"perguntei.
"O pai dela. O Sr. Manoel . Mataram ele com dois tiros na cabeça ..."
"Meu Deus..." falei espantada.******
Procurei em meu armário alguma roupa preta e compista para ir ao funeral. Eu não sei onde é a casa de Ana mas me falaram que o velório seria na Câmara Mucipal. Haviam me comentado que o pai de Ana era íntimo do prefeito e o mesmo queria homenagear o amigo falecido.
Por fim, acabei achando um vestido preto que batia uns três desdos abaixo do joelho e era apertado abaixo dos seios e folgado nos quadris. Bem , estava composto o bastante para ir a um funeral.*****
Cheguei sem jeito na Câmara. Era enorme e cheio de cadeiras em dois lados do salão formando um corredor no meio,lá na frente estava o caixão. Meu Deus... como será que a Ana está ? Eu sei bem oque é perder um ente querido, principalmente um pai.
Meus pais morreram em um acidente de carro. Agente estava voltando da praia, era carnaval, tinhamos ido ao Rio de Janeiro e ficamos hospedados na casa da minha Vó que fica em copacabana. Eu tinha 12 anos quando aconteceu. Tava chovendo muito e meu pai estava atento a estrada molhada,minha mãe estava com ele na frente; ao meu lado esquerdo tava minha tia Fátima, e ao meu lado direito estava a minha irmã Andressa. Eu não me lembro muito bem, eu estava dormindo e acordei com o barulho de pneu e tudo girando. Só sobreviveu eu e minha irmã. Eu me pergunto todos os dias o porque de eu não ter morrido no lugar deles. Depois que papai e mamãe morreram eu moro com Andressa, ela tem 34 anos e é a responsável por mim. Eu fiquei recebendo um dinheiro do governo até eu completar 22 anos , mas eu daria tudo ora ter meus pais de volta. É horrível. Eu sei que Ana precisa de toda ajuda nesse momento, eu sei que ela precisa de mim.
Eu vou seguindo em direção ao caixão tentando avistar Ana, mas tem muita gente. Ao me aproximar mais eu vejo Ana sentada em uma cadeira ao lado do caixão. Seu cabelo estava preso com um coque no alto da cabeça e John estava em ao alto dela com uma calça jeans escura e uma camisa de colarinho preta.Me aproximei e dei meus pesames, ela se levantou e me abraçou e por fim desabou no choro. John estava com uma expressão paciente observando as pessoas conversarem , mas voltou a atenção para nós duas abraçadas quando percebeu que eu estava ali. Ana voltou a se sentar ao lado do caixão aberto tocando seus delicados dedos em seu pai morto. Ele era gordo , tinha cabelos pretos e curtos , e uma pele bastante branca , mas eu acho que a branquidez dele era por causa da falta de vida em seu corpo.
Me apromei de John para cumprimetá-lo.
"Oi John."
"Oi Kate."
Ficamos ali parados por alguns minutos. Entrou pela porta da frente um homem alto , musculoso, com cabelos grisalhos e seu olhos era negros. Ele vestia um terno preto com uma gravata azul listrada com tons escuros.
Olhei para John para perguntar quem era. John estava com uma expressão de espanto olhando para que entrara.
"Pai? Oque você está fazendo aqui ?"disse John se aproximando dele.
"John ? Eu que devo te perguntar. Oque você está fazendo aqui ?"falou o homem.
"Este senhor que morreu era pai de minha colega de classe , a Ana , que por sinal é aquela ali sentada. Acho deveria ir lá cumprimentá-la !"
"É oque eu vou fazer agora !"
"Mas antes você vai me dizer se onde conhecia aquele homem..."
"Filho... Eu sou um homem de negócios , você sabe, este senhor trabalhava em uma de minhas empresas. Acho que era o meu dever vir aqui. Não acha ?"
"Claro pai."disse John como se tivesse entendido o porque de existir incognitas em equações matemáticas.
O senhor que ele disse que era seu pai, se direcionou para Ana, mas John ficou parado onde estava com uma expressão esquisita,como se estivessd se perguntando o porque tem que existir o "X" da questão.
"Muito estranho..."John falou tão baixo,que, eu acho que ele não queria que ninguém ouvisse aquilo.
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Perdição Iminente
RandomKate é uma garota problemática mas é muito reservada que entra em uma nova escola e conhece John, um rapaz cheio de segredos mas que se mostra muito religioso. Kate , com a ajuda de sua amiga Ana, fazem de tudo para convencer John sobre seu amor, m...