Um Chef em Minha Vida...

Capítulo 18

Quando cheguei na casa de praia vejo Lara deitada na rede dormindo, Paulo estava sentado na varanda com uma cerveja na mão a observando.

_Observando-a? - digo sério.

_Será que nem isso eu posso mais? – Paulo responde grosseiro

_Eu e você sabemos que é muito mais que isso.

_Eu fiz muita merda, acabei perdendo-a, mas parte de mim quer realmente acreditar que ela ainda me quer – eu o observo sério.

_Faria alguma diferença se ela quisesse? Já não cansou de fazê-la sofrer?

_Nunca achei que realmente a perderia um dia.

_Eu já fiz muita merda na minha vida, tenho medo que um dia meu passado volte para me assombrar e ela não entenda. –respiro fundo, soltando toda a frustação que aquela conversa com a Lena me trouxe.

_Apesar de tudo que fiz, ela sempre me perdoou. Só a deixe escolher se realmente quer passar por isso.

_Eu a amo – afirmo.

_Eu também – diz Paulo – a propósito, a fiz gosar apenas com minhas mãos, não a culpe, ela não conseguiu dizer não. – ele diz com um sorriso arrogante no rosto.

_Mais que porra! – viro para ele e o soco na cara, ele cai do outro lado da varanda.

_Eu sei, eu mereci – diz deitado no chão – mas veja pelo meu lado, se o que vocês têm realmente fosse para valer isso não aconteceria. Não pode me culpar por tentar.

Merda, ele tem razão. A pego no colo e a levo para o quarto. O dia seguinte vamos saltar de parapent e amo a maneira como ela, mesmo com todo o seu medo de altura, confia sua vida em mim.

Passamos a tarde juntos, provo e beijo saboreando cada pedacinho dela, ficamos na banheira, vou massageando seu corpo com a esponja, penso no que Paulo disse, espero, mas ela não me conta. Se realmente não significasse nada ela me contaria? Ela me contou na sua casa, fui embora puto com ela. Se ela contasse eu estaria pronto para deixa-la? Não é isso que Paulo queria? Por isso a provocava? Um jogo para tê-la de volta. Mas algo que ele disse me intrigou "se o que vocês tem fosse realmente para valer isso não aconteceria". Será que ele tem razão? Preciso achar um jeito, não conseguirei conviver assim.

A noite estamos jogando baralho, fico observando o jeito que Paulo não tira os olhos de Lara, mas ele não se aproxima, ela parece não perceber, sei que já bebi mais do que devia, iremos embora no dia seguinte, mas hoje, preciso resolver essa história com Lara, mesmo que isso signifique perde-la. Ela vai para a varanda e a sigo. Falo tudo que está engasgado.

Quero ver Paulo com ela? Não. Mas preciso saber exatamente o poder que tem sobre ela, se ela o ama. Por que ela é assim com ele. Quero que ele esteja errado, preciso que esteja errado. Quero transar com ela na frente dele. Quero que ele perceba que é a mim que ela quer. Quero que ela me escolha, estou apostando todas as minhas fichas. Estou apostando toda a minha maldita vida nisso.

Falo tudo e mesmo com relutância ela concorda, percebo que está com medo, mas não posso voltar atrás. Preciso encarar meus medos de frente, meu maior medo é perde-la, mas se preciso passar por isso, aguentar calado, para faze-la descobrir o que realmente quer. Eu vou.

Volto para sala, Paulo está sozinho juntando as cartas de baralho. Eu o estou encarando.

_O que foi cara? – ele pergunta

_Hoje vamos tirar essa história a limpo. E lembre-se, a escolha é dela.

_O que você quer dizer.