× Quarta-feira, 08 de Novembro.
Já perdi as contas de quantas árvores, pastos, casas e postes de iluminação já passamos. São 4 da manhã, estou indo embora novamente. As pressas como fugitivos do exército. Não tive tempo de me despedir de ninguém. O máximo que pude fazer foi escrever uma carta a May, minha namorada. Na hora de sair, joguei a carta por debaixo da porta de seu apartamento já que ela morava alguns apartamentos após onde morávamos. Meu coração estava em pânico. Mas tinha de ser feito. Meu pai disse que não poderíamos mais morar alí. Saímos em busca de outro lugar agora.
Nesse dia frio de Outono. A noite está fria, fria como se tivesse expulsado todo o calor que há nas árvores e no solo. Frio como naquele dia. O que dia em que a vida de minha mãe foi levada. Exatamente hoje a meia noite, fez se 10 anos de sua morte. A escuridão estava mais fúnebre, como se chorasse a morte de um ente querido. As árvores balançam numa batida diferente hoje, ao som do vento, que por sinal parece que hoje decidiu levar todas as folhas de suas amigas árvores para dançar algum tipo de dança gótica e impetuosa com ele no céu.
Jhon Monteal meu pai, é um professor de História / Geografia, com paixão pelo lado negro da história como magia, ocultismo e etc. Até algumas horas atrás ele dava aula na escola Old Menfhis, um reformatório burguês para jovens problemáticos assim como eu. Nos mudamos para Denver, uma cidadezinha no sul a quase um ano.
× Terça-Feira, 07 de Novembro.
O dia de hoje tinha sido bem comum, como todos os outros, apesar de ser meu aniversário, somente meu pai, May minha namorada, George gerente do mercadinho onde trabalho e Steve, que conheci durante uma briga de rua e acabou virando meu amigo, me desejaram feliz aniversário. Hoje dia 7 de Novembro completo 18 anos, mas nada mudou. Ainda sou o mesmo e não me sinto diferente, minha vida ainda é uma grande e horripilante merda.
Assim que saí do trabalho as quatorze horas, fui me encontrar com May na Praça Viva, conhecida assim por ser sempre um ponto onde os jovens se encontrar para fazer todo tipo de atividades ao ar livre. Hoje ela está ainda mais bonita, seu corte de cabelo no frio parecia ainda mais bonito, cabelo preto na altura do ombro com pontas brancas feito neve, ela usava uma jaqueta cinza com uma calça jeans azul clara surrada, o que a deixava ainda mais bonita já que sua pele era clara como uma folha de papel sulfite eu daria uns 18 anos para ela se não soubesse sua verdadeira idade que é 16. Saímos, andamos pelo shopping, comemos e ela até comprou uma camiseta do The Strokes pra mim . Foi até que um ótimo aniversário. Saímos do shopping as dezessete horas, fomos para a casa dela, já que os pais dela estariam fora até as vinte horas, decidimos aproveitar a vida um pouco mais se é que você me entende, e sei que entende. Saí da casa dela as dezenove e trinta, sabia que meu pai estaria prestes a chegar.
Assim que cheguei, notei o sapato social na porta, a bolsa abarrotada de livros e as pastas cheias de folhas na mesa e o sabia que meu pai já havia chego. Ele comprou pizza, estava sentado no sofá com a caixa no colo já comendo enquanto assistia o noticiário, ele disse que sou velho demais para bolos coloridos. Até concordo com ele. Sentei no sofá, o noticiário das dezenove estava passando, como sempre falando de acidentes e golpes políticos. Conversamos um pouco sobre qualquer assunto inútil, hoje meu pai parecia ainda mais perturbado, preocupado com algo, parecia falar sozinho as vezes, estava em outro mundo. Assim que terminamos de comer, limpei o sofá, lavei os copos, coloquei minha roupas de molho na máquina de lavar e deixei tudo arrumado, após perder minha mãe aprendi desde pequeno a ser independente.
Antes de dormir liguei para May, convermos sobre alguns fatos do dia e combinamos de ir no cinema amanhã assim que ela sair da escola. Dei boa noite e fui dormir também. Caí no sono assim que dormi, sonhei com um grande Templo, com teto alto, paredes e pilastras de mármore negro, escrituras e desenhos dourados nas paredes, o chão era prateado, brilhante como um espelho lustrado, haviam velas para todos os lados, velas coloridas e acesas por todos os cantos, ao centro havia um sombra, não pude distinguir bem, quem era ou era, ouvida somente uma espécie de reza ou mantra, que ecoava na minha mente e em todo o Templo, assim que o mantra cessou, pude notar agora um animal gigantesco a minha frente, sentia sua respiração, seu hálito, sentia seus olhos vermelhos como sangue vistoriando minha alma, como se visse através de minha alma.× Quarta- Feira, 08 de Novembro.
Acordei assustado com meu pai, enquanto ele recebia uma ligação as duas horas da manhã, alguém o alertando para fugirmos, pude ouvir uma voz de homem, mas não consegui reconhecer o dono dela mesmo a achando muito familiar. Tivemos que sair as pressas. Pegamos somente o necessário. Uma foto de May, meu anel de Prata Negra que ganhei de minha mae, meu casaco de moletom cinza favorito e a foto da minha mãe. Os nossos documentos, tudo que fosse de algum valor para nós . A anos meu pai junta coisas velhas, ele diz que são seus objetos de valor histórico. Coisas como pedras velhas e estátua empoeiradas não tem valor algum pra mim. Após o acidente e a morte de minha mãe ele ficou ainda mais lunático e paranóico em relação a proteção, segurança e coisas velhas, até hoje afirma que a morte dela não foi um acidente. Como um carro ser sugado por um furacão, pode não ter sido um acidente ? Enfim isso é loucura total.
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O Primeiro - Entre âmbar e prata {Livro 1}
Adventure" Após perder sua mãe a oito anos em um acidente absurdo, Victor virou um problema, afastou se de tudo e de todos e se afundou em livros estudando todo tipo de coisa estranha procurando algo que explicasse o acidente de sua mãe, desde Runas de magia...