ÁLEX
Amei a cara que a esquentadinha fez ao me ver no corredor parado na sua porta. Achei que ela fosse ter um enfarto ali mesmo. Até que estou gostando dessa aprendiz de secretária aqui na empresa, as coisas aqui são tão monótonas, que vou adorar infernizar a vida dela todos os dias. E que mulher! Meu pai acertou em cheio dessa vez, mas é uma pena que ela terá de sair do seu posto, aquela sala me pertence e eu farei de tudo para consegui-la de volta. Se a marrentinha quiser vir junto com a sala melhor ainda, mas lá reinando ela não fica. Quem sabe consigo levá-la na lábia?
Meu pai hoje não se mostrou nada contente comigo, foi bem dura a nossa conversa. Não achei que ele tivesse assim tão impassível ao meu retorno e ainda por cima me substitui por alguém que mal começou a carreira. Ele será outro que eu terei que ganhar, apesar de que teria que ser ao contrário, ELE deveria me ganhar, o que ele fez e está fazendo coma minha mãe não me desse, se preocupa mais com a empresa do que com a própria esposa doente.
- Irene, todos já foram embora? - perguntei pelo telefone a secretária do meu pai.
- Foram sim Álex.
- E a nova contratada?
- Ela também já saiu tem algum tempo.
- Droga - murmurei sem pensar.
- Precisa de alguma coisa menino? - senti curiosidade na sua voz.
- Não Irene, obrigado - desliguei e me levantei para arrumar as minhas coisas, amanhã seria um novo dia e eu teria uma nova conversa com meu pai, eu não continuaria naquela sala minúscula, com um cargo que nada tem a ver comigo, enquanto aquela secretária se refastelava na minha sala.
Passei em frente a sala dela e parei, uma ideia passou pela minha cabeça e eu entrei para colocá-la em prática. Amanhã a senhora sabe tudo terá uma bela surpresa.
Desci até o estacionamento e peguei um dos carros da empresa, não suportaria esperar por um táxi aquela hora da noite. Segui para casa e em menos de meia hora cheguei no hotel que estava hospedado. Subi logo, precisava de uma ducha urgente, meu corpo precisava relaxar e já que não seria em uma bela noite de luxúria eu teria que me contentar que fosse com a água quente do chuveiro.
Enquanto estava em baixo do chuveiro, com a água bem quente descendo pelas minhas costas, a imagem da senhora esquentadinha me veio a cabeça. Rapidamente a imagem do seu corpo marcado por aquele terninho me veio a mente, as pernas bem torneadas e a sua boca carnuda e provocante que me deixou desejoso por beijá-la no momento que cheguei mais perto dela para falar-lhe ao ouvido. E o perfume? Suave, doce, provocante. Tudo naquela mulher me chamou a atenção e me deixou extasiado como nunca fiquei antes.
O simples pensamento de ter aquela mulher nos meus braços me deixou ereto e isso me assustou, precisava parar de pensar nessa mulher desse jeito ou ficaria louco. Eu não podia estar tão interessado assim por Micaelly, e nem deveria, ou tudo iria por água a baixo. Saí do chuveiro e enrolado na toalha liguei para o meu pai.
- Alô - a voz do meu pai não estava nada contente.
- Oi pai, sou eu. Queria conversar com você amanhã na empresa.
- Se for sobre a sua sala desista, a senhorita Micaelly fez por merecer o seu lugar.
- Fez? Como? Por acaso ela lhe deu algo que eu nunca poderia lhe dar?
- Cala a boca e não diga mais nada - senti um tom ameaçador na voz do meu pai - Micaelly não é como essas vagabundas que você fica por aí não. Se você pensa isso está muito enganado e vai se dar muito mal.
Meu pai nem me deu chance de me desculpar e desligou o telefone. Eu precisava me policiar mais, ou acabaria me sujando mais aina com meu pai e não conseguiria jamais o meu lugar de volta na empresa. Me senti mal depois por ter acusado Micaelly daquela forma, nem a conhecia e já a julgava tão erroneamente. Que isso nunca chegue aos seus ouvidos, ou eu estaria arruinado com ela também. Preciso ganhar a sua confiança e colocá-la do meu lado para enfrentar o meu pai.
Peguei uma cerveja e me sentei a mesa com o meu notebook para olhar meus e-mails, não tinha nada de interessante, a não ser uma mensagem massante da azinha que conheci no hotel quando visitei minha mãe. Essa seria mais uma que eu precisava dar um basta e tirar logo da minha vida antes que me rendesse algum problema.
Deixei tudo de lado e fui me deitar, o dia estava quase amanhecendo e meu corpo já dava sinal de cansaço.
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RECOMEÇAR
RomanceSINOPSE Uma ligação... Um pesadelo. Micaelly nunca poderia imaginar que aquela ligação no final de uma bela tarde mudaria para sempre o rumo da sua vida. Tirando-lhe o que mais amava, e lhe trazendo um sofrimento terrível. Depois de estar a beira do...