Capítulo 3

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Pov Zoey

No dia seguinte eu e Tyler fingimos que nada aconteceu ontem. Eu queria evitar o assunto do término e o fato da gente passar a tarde inteira juntos e abraçados. Ele também parecia querer evitar mais ainda o assunto.

Hoje é o primeiro dia de aula depois das férias, e sinceramente eu não me incomodo tanto de ir para o colégio. A única coisa que me incomoda é a existência do meu querido meio irmão.

Desço as escadas e Tyler ja está tomando café, pego uma maçã e tomo meu leite puro gelado.

- Mas já gosta de um leite logo cedo - Tyler comenta com um sorriso idiota no rosto

- Cala a boca - respondo irritada.

- Calma bravinha.

- Da pra parar de falar comigo? Me deixa em paz.

- Você fica assim quando está com sono? Extremamente irritante? -pergunta.

- O irritante aqui é você. E sim, fico assim quando estou com sono - respondo, ele ri e depois revira os olhos. Olho a hora e estamos atrasados. Ótimo.

- Estamos atrasados. Me da uma carona? - pergunto

- Não

- Por favor

- Ok, vamos logo

Fomos para fora e quando eu ia abrir a porta ele me para.

- Primeiro, tem regras. Não toque no meu carro sem a minha permissão, não liga o rádio, não mude a música quando estou escutando, não aumente e não abaixe, e de novo, não toque no meu carro - ele fala o seu discurso com uma expressão séria

- Já entendi garoto, vamos.

Assim que saímos ele ligou o rádio e fomos escutando uma música chata no caminho, então eu mudo de música, e ele me olha irritado.

- O que eu disse? Não escutou as regras? Não mude de música quando estou escutando.

- Tyler cala a boca um pouco, caguei  pra suas regras. - respondo cruzando os braços. Ele bufa.

-  Chata - sussura.

- Idiota - sussurro.

Chegamos na escola e dou graças a Deus por não ficar mais no mesmo carro que ele por mais tempo.

Entro na sala cinco minutos antes do horário e sento em um lugar aleatório. Os alunos vão entrando e se acomodando, até que Tyler entra. Ótimo. Que legal.

Assim que chega a hora do almoço, vou andando tranquilamente até o refeitório, mas alguém grita meu nome, viro pra trás e la está Steph, minha melhor amiga.

- Meu amor que saudades - grita vindo correndo em minha direção - Me conta todas as novidades.

(...)

Na saída começa a chover muito. Os alunos vão correndo pra lá e pra cá, com medo da chuva piorar.

Vejo o carro de Tyler e ele está entrando.

- Tyler - grito e ele olha fechando a cara  - Me da uma carona?

- Só dessa vez, garota. Entra logo. - ele responde. 

Eu corro em direção ao carro, até que escorrego na grama molhada e adivinhem? Um garoto loiro lindo, parecendo um ator de Hollywood me segurou.

Mentira.

Eu cai de bunda no chão, ficando totalmente ensopada e suja.

Levanto reclamando e entro no carro de Tyler, que está rindo igual um doente mental.

- Para de rir.

- Não dá. Caiu igual merda no vaso.

Durante o caminho pra casa, estava um silêncio constrangedor no carro. Decido puxar assunto, querendo evitar o máximo o do dia anterior.

- E  a sua mãe Tyler? - pergunto e ele fica totalmente sério.

- Abandonou eu e meu pai - responde sem olhar pra mim

- Por quê?

- E eu vou saber? Ela deixou eu e meu pai do nada... você não sabe o quanto ele teve que trabalhar pra me sustentar, pirralha. - responde extremamente seco.

-  Não preciso ser grosso...

- Grosso? Você pergunta da minha mãe, e quer que eu fique como? Leve em uma boa? Você não sabe como é ficar sem um dos seus pais, você  sempre  foi uma garota mimada e irritante -  grita.

- Cala a boca. Você não sabe nada sobre mim. Não sabe o que eu passei, e eu sei o que é ficar sem um dos pais sim, seu idiota. E não sou mimada, não fala o que não sabe  - respondo falando alto

- Você é mimada sim, é uma chata e irritante, e olha que só passei dois dias com você, imagina como você deve ser daqui a 1 semana. Antes eu só te aturava porque a gente só se encontrava nos jantares em familia. E agora sou obrigado a morar na mesma casa que você.  Entendo porque seu namorado terminou com você,  é uma irritante e ninguém te suporta -  grita.

- Pelo menos eu não dou trabalho para a minha mãe, não sou motivo de reclamação e tive um relacionamento, posso muito bem ter outro daqui um tempo. Totalmente ao contrário de você, que é solitário, carente, rebelde, não é atoa que não tem ninguém fixo em sua vida além do seu pai - grito sem nem pensar no que falei direito. Ele freia o carro bruscamente.

- Sai do carro.

- O que?

- Sai do carro, agora.

- Mas... está chovendo, praticamente esta tendo uma tempestade...

- Sai logo da merda do meu carro - ele fala em um tom normal, o que me assusta mais do que se estivesse gritando. Ele mantém seu olhar para frente, sem ao menos me encarar.

Pego minha mochila e saio do carro batendo a porta. Ele sai pisando fundo.

- Imbecil! - grito mesmo sabendo que ele não escutou.

Começo a andar na chuva, xingando Tyler de todos os palavrões que eu conhecia. Vejo uma lanchonete e entro. O lugar está lotado por conta da tempestade, com pingos saindo do teto e molhando algumas mesas. Sento na única que sobrava seca e espero a chuva passar.

- Olá, posso sentar aqui? Algumas mesas estão molhadas e outras cheias. - um garoto moreno de olhos azuis pergunta

- Claro - sorrio e ele se senta.

- Vai pedir algo? - pergunta.

- Na verdade não, so estou aqui  porque o meu meio irmão me largou na chuva - conto rindo, mas no fundo morrendo de raiva - Qual o seu nome? - pergunto.

- William, mas me chame de Will. E o seu?

- Zoey.

- Lindo nome. - elogia.

- Obrigado.

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