Doce Confusão [CONCLUÍDO]

2. Despedidas

Quando meus pais sugeriram uma festa de despedida, tive a esperança de que meu pai estaria presente. Infelizmente, com o trabalho dele, nada pode ser planejado, uma semana antes da festa, e um dia depois de minha formatura, meu pai foi convocado novamente.

Meu coração pesou, quando o abracei no aeroporto, sabendo que só o veria em seis meses, e quando isso acontecesse, minha vida já estaria completamente diferente.

   "Se cuida minha pequena, eu me orgulho de você cada dia mais!" Meu pai declarou com os olhos já marejados.

   "Claro pai, vou me cuidar, lembre-se que o Danny estará lá comigo também!" Eu disse fazendo graça, estava tentando segurar o choro, tinha medo de começar e não mais parar.

   "O Danny?" Meu pai riu. "Você sabe que cuidará de você, e do Danny também, minha filha. "

Ri e continuei a segurar o choro, mas quando chamaram o número do vôo do meu pai, as lágrimas correram em rio pelo meu rosto, meu pai me abraçou.

   "Meu anjo, queria poder estar aqui em todos os momentos importantes da sua vida, mas nem sempre isso é possível, ainda não acredito que o meu bebê já está indo para faculdade, tenha certeza de que aonde estiver, eu estarei pensando em você e pensando no quanto tenho uma filha que me orgulha e me faz feliz, eu te amo muito minha pequena, te ligarei sempre que puder, tome cuidado." Ele não conseguiu segurar o choro, e depois daquelas palavras, eu não conseguia parar de chorar.

   "Eu te amo pai, você é o melhor!" Agarrei sua cintura o mais forte que pude, tentando gravar aquele momento na memória.

   "E eu amo vocês dois fofinhos!" Mamãe falou, melosa como sempre, se juntando ao nosso abraço.

Inundada em meio a meus pensamentos, mal percebi quando Danny se aproximou, me levantando e me jogando na piscina.

   "Danny!" Berrei, tentando tirar a água dos meus olhos.

   "Que foi? Essa festa é para ser divertida, e você ali com cara de morta, aliás tem que aproveitar seus amigos, em pouco tempo não estaremos por perto." Ele concluiu rindo.

   "Queria eu poder me livrar de você tampinha! Mas você não consegue ficar longe de mim, não é mesmo?" Eu disse.

   "Não consigo mesmo!" Danny abriu um largo sorriso no rosto, se aproximou, me abraçou e me levantou da água.

Eu me sentia realmente agradecida por Danny ir para a mesma faculdade que eu, não conseguia vê como ia enfrentar qualquer coisa sem ele, já que esteve ao meu lado quase minha vida toda.

   "Ei! Vocês dois! Venham almoçar! Todos já estão colocando seus almoços." Mamãe berrou lá de dentro.

   "Estamos indo tia Pamela." Danny respondeu.

Todos os meus amigos puderam vir, nós todos, juntos, sempre do mesmo jeito, esperava que aquilo nunca mudasse. Danny sempre ao meu lado, ou à espreita de uma nova vítima para partir o coração, Tracy conversando com Amanda e se fazendo de durona, forte e sempre implicando com Danny (ela nunca tinha superado o fora que ele lhe dera), Ash grudada no Stuart, acho que segurar vela deles era quase uma profissão de todos nós, e Phil sendo sempre o sem noção, se metendo em todo assunto.

A festa passou voando, tentei gravar cada minuto, cada risada, eu já sabia a falta que sentiria de cada um, fiz questão de tirar o máximo de fotos possíveis, queria ter algo para olhar e lembrar o quanto fui feliz aqui, nos momentos em que não tivesse feliz na nova vida.

Pouco a pouco meus amigos foram embora, a cada último abraço, parecia que parte do meu coração se desprendia e ia com eles, porém, a pior despedida fora a de Tracy e Ashley.

As vezes ainda era difícil acreditar que cada uma escolheu faculdades tão distantes uma da outra, eu já estava no meio da despedida e das lágrimas quando Stuart gritou apressando as duas.

   "Nós temos que ir mesmo, eu sairei logo cedo amanhã, e Tracy, você vai viajar ainda hoje!" Ash disse fungando e tentando secar as lágrimas.

   "Prometam! Prometam de novo, que sempre mandaremos mensagem, ou ligaremos, ou mandaremos cartas ou sinal de fumaça uma pra outra, prometam." Falou Tracy aos soluços.

   "É claro que eu prometo!" Declarei pela milésima vez, e podia declarar mais mil, queria o mesmo.

   "Vocês duas são minhas irmãs, sentirei falta de vocês todos os dias, independente de qualquer coisa, se divirtam e vivam intensamente tudo o que puderem, sempre estaremos aqui umas para outras!" As palavras de Tracy me emocionavam cada vez mais.

   "Eu amo vocês!" Dissemos em uníssono.

Fiquei agarrada ao braço do Danny vendo Tracy e Ashley levarem as últimas partes do meu coração.

   "Tchau pra você também Tracy." Danny gritou provocando.

   "Tchau babaca!" Tracy gritou em resposta, todos nós rimos, essa implicância nunca acabaria? Acho que não!

Quando elas se foram, me virei em direção a minha casa, seria estranho não morar mais aqui.

Olhei para a enorme varanda onde passava horas lendo e conversando com mamãe na mesinha, olhei para a cerca branca quebrada em um único lugar, onde eu e Danny quebramos para o acesso de uma casa a outra ficar mais fácil, olhei para a cesta de basquete, onde meu pai passava horas me ensinando como jogar, teria que me despedir dessa casa também.

   "É, acho que só sobraram nós dois." Danny disse enquanto acariciava meus cabelos.

Cheguei ao meu quarto, parei na soleira da porta e lembrei daquele quarto com paredes floridas, prateleiras com bonecas, porta retratos e enfeites de cada cidade em que papai já visitou, minha grande estante de livro, e as luzinhas que ficavam em cima da cama, aquele quarto que já não estava mais assim, observei o quarto já quase vazio, e as caixas empacotadas cheias de lembranças, já não parecia o meu quarto, já não parecia meu.

   "É! Vai ser difícil me acostumar a não ter você aqui." Mamãe se aproximou e disse, me tirando dos pensamentos.

   "E vai ser difícil me acostumar a não morar mais aqui!"
Eu disse a abraçando.

   "Essa sempre será a sua casa Ally, sempre poderá voltar pra cá, estaremos sempre te esperando meu anjo." Eu a abraçava cada vez mais forte.

   "Posso dormir com você hoje?" Na última noite em casa, queria ficar todo o momento com ela.

   "Claro meu anjo!"

Quando pequena eu sempre dizia, que minha mãe, foi feita pra ser minha mãe, ela entendia cada sentimento, lia meus pensamentos, sempre me apoiava, e tentava me compreender ao máximo, me orgulhava da mulher que ela era, me orgulhava de ser sua filha, e também sua amiga.

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Oi pessoal, vim aqui agradecer a quem está lendo, sei que não são muitos, mas cada um de vocês é importante pra mim.

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Amo vocês, K.