3. Tampinha

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Eu estava feliz em meus sonhos, quando comecei a escutar uma voz, chamando meu nome, bem longe, logo senti um pequeno empurrão.

"Ally... Ally, minha querida, Danny e eu já colocamos tudo na caminhonete, já está na hora, levanta meu anjo." Mamãe tentava me acordar.

Eu remexi um pouco na cama e virei para o outro lado, não queria acordar, não queria me levantar e definitivamente não queria me mudar.

"Allyson Micaela Campbell, é melhor você levantar dessa cama e estar pronta em trinta minutos, senão não responderei por meus atos." Mamãe estava realmente sem paciência, mas pude ouvir sua risada ao fundo.

Levantei em um pulo, minha mãe nunca dizia meu nome todo. Então quando falava, estava realmente falando sério. Quando despertei, percebi que minhas malas e caixas não estavam mais ali, logo senti um súbito aperto no peito.

Quando pronta, desci as escadas correndo, mamãe já estava lá fora, parei por um momento na sala, me recordando de todos os momentos em família.

"Sua mãe mandou te buscar feiosa, a força se fosse preciso." Danny surgiu na porta, atrás de mim.

Continuei calada e em meus pensamentos.

"Hey!" Ele se aproximou e viu meus olhos marejados. "São lembranças boas, vamos criar muitas outras ainda." Ele disse.

"Eu sei, estou pensando nisso mesmo, nos bons momentos." Eu disse rindo. "Temos que ir, não quero chegar lá à noite."

Saí de casa e fui ao encontro da minha mãe, que já estava no volante do carro. Algumas semanas antes, ela disse que fazia questão de me levar, coisa que não era preciso, já que Danny iria na caminhonete dele levando nossas coisas, e eu poderia ir junto a ele, mas seria bom prolongar meu tempo com ela.

Quando entrei no carro, dei uma
olhada pra trás e sussurrei o último "Adeus".

Seguimos em frente, com Danny nos acompanhando atrás. No meio da viagem, paramos em uma lanchonete para almoçar, e mamãe repetia pela milésima vez as recomendações a Danny.

"Você tem que ter juízo Danny, e cuide da Ally também, nada de quebrar o coração de todas as meninas na primeira semana de aula, tente se concentrar nos estudos, e não decepcione sua tia Pamela aqui!" Ela repetia e repetia...

"Eu sei tia, não vou fazer nada de que me arrependa depois." Danny falava com a boca cheia de batata frita.

"Que nojo tampinha! Não fala de boca cheia." Eu falava enquanto fazia careta pra ele.

"Fico feliz que vocês estarão juntos lá, não ficarei tão preocupada com a Ally morando sozinha, sabendo que você estará por perto, Danny." Mamãe dizia enquanto nos encarava.

"Eu não vou morar sozinha mãe! A Triss e a Ivy estarão lá comigo, e é melhor não se garantir no Danny mãe." Conclui rindo. "Aliás, eu falei que poderia ficar nos dormitórios, mas a senhora insistiu que dormitórios tiravam a nossa privacidade e blá blá blá." Falei rindo e em tom de deboche. 

"Você ainda vai me agradecer por ter insistido, meu anjo. Eu ainda lembro quando era a minha época, e do quanto amei sair dos dormitórios para morar com minha tia. Eu era tão diferente, e mudei tanto na faculdade, logo depois conheci seu pai, Ally, foi a melhor mudança da minha vida. A independência nos faz amadurecer, mas o amor... ele nos muda. Então escute vocês dois! Se tiverem oportunidade, amem, e amem intensamente, é a melhor coisa a se fazer." Mamãe disse um pouco antes de abocanhar um sanduíche.

Doce Confusão [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora