6. Rotina

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Eu cheguei algumas semanas antes das aulas começaram, o que me proporcionou tempo para organizar a casa com as meninas e de procurar algum emprego.

Eu não gostava de usar o nome da minha mãe pra ganhar nada, mas quando surgiu a oportunidade de trabalhar em uma livraria, não pensei duas vezes. Sr. Chow, era dono da livraria "Travessa dos Livros", e fã interrupto da minha mãe, com isso consegui um emprego de meio período como assistente.

As semanas passaram voando, me adaptei rapidamente ao jeito das meninas.

Ivy sempre com a cara nos livros, no jornal da escola ou colocando a casa em ordem, me surpreendia com sua organização, ela só relaxava mais, quando chegava os finais de semana, que Sam passava aqui conosco, eles eram um casal realmente fofo. Eu me encantei realmente por eles, quando Ivy nos confessou que apesar dos anos de namoro, eles escolheram esperar até o casamento para se entregar um ao outro, foi recebida com suspiros, abri isso realmente lindo.

Triss me rendia muitas risadas, quase todas as noites estava com algum acompanhante novo, o engraçado era vê-los sendo quase expulsos na manhã seguinte, ela não passava nenhum tempo com eles fora da cama, e na faculdade, ela estava sempre em algum projeto, nos finais de semana e poucos dias na semana trabalhava a noite no bar.

Danny passava a maior parte do tempo treinando com o time de futebol americano da faculdade, mas sempre que podia estava lá em nossa casa, comendo alguma coisa... a lista de meninas que já o odiava, por ter os corações partidos, estava crescendo cada dia mais.

Alguns finais de semana íamos ao Tavern, bar onde Triss trabalhava.

Não posso negar que muitos universitários eram bem gatinhos, mas como sempre, não queria me envolver com ninguém. Alguns deles espalhavam boatos horríveis sobre meninas que ficaram. Me enturmei e fiz alguns colegas, nada mais que isso.

Já estava me acostumando com a rotina de ir pra faculdade, almoçar, ir pra livraria e depois ir pra casa jantar, eu e as meninas combinamos de jantar juntas todas as noites, incluindo o Danny, claro.  As únicas pessoas que sabiam cozinhar eram eu, e Danny.

E graças a Deus por isso, senão eu acho que morreríamos de fome.

Tudo corria bem, a única coisa que me incomodava era aquela maldita moto, que passava por nossa rua fazendo barulho, em horários nada adequados.

Achei que minha vida "adulta" e independente, seria mais animada, porém entrei em uma rotina tediosa.

Mal sabia eu que isso estava prestes a mudar.

Abri a porta de casa com algumas sacolas de mercado e um pouco molhada graças a chuva repentina que caiu, escutei a TV da sala ligada.

   "Alôô! Será que alguém pode me dá uma mãozinha aqui?" Gritei em busca de alguém.

   "Eu, eu, eu posso!" Triss veio correndo ao meu encontro me ajudando com as compras e voltando pra sala.

   "Ah Triss, você não vai acreditar no dia que eu tive, uma senhora queria devolv..." Parei assustada olhando pro estranho sentado no sofá da sala. "O..o..i..i." Eu disse. Ou tentei dizer. "Não esperava encontrar ninguém aqui, Triss geralmente não assiste filme com ninguém, na verdade ela nunca fica na sala com ninguém, geralmente tá na cama... No quarto! Digo... No quarto." Disse sem graça.

O estranho levantou de forma calma e confiante, abrindo um lindo sorriso torto.

   "Esse é o Trevor, Ally, ele é um amigo, por isso estamos vendo filme, e sua bocuda, se ele não fosse só um amigo, você já teria estragado tudo." Ela me cutucou e disse em tom de deboche.

   "Desculpa, é que me surpreendi, isso é algo novo aqui." Eu falei tentando me redimir.

   "Conhecendo a Triss como conheço, imagino a sua supresa." Disse ele se aproximando. "Prazer, Trevor." Ele estendeu a mão.

Ah, que voz! Grossa, serena e séria.
Com a aproximação dele, pude prestar mais atenção e meu coração acelerou subitamente quando percebi o quanto ele era bonito, dava pra perceber sem nenhum esforço que ele malhava, seus músculos saltavam da camisa de tão definidos, ele era alto e tinha um tom bronzeado, seu rosto com maxilar quadrado, barba mal feita e lábios grossos, tinha uma expressão e sorrisos confiantes, mas seus olhos cor de avelã, expressavam algo triste, não tinha percebido que fiquei parada fitando-o por alguns minutos até ele pigarrear. Balancei a cabeça, e percebi que ele ainda estava com a mão estendida.

   " Ah! Oi! Claro! Que distração a minha! Eu sou Ally, e eu moro aqui. Ah! Óbvio que moro aqui, né! Enfim..." Apertei a mão dele, me enrolei toda nas palavras que falava, não entendia o por que, mas ele me deixava um pouco sem fala.

Enquanto eu me embolava no que dizia ele me olhava com o olhar manso, parecia me analisar e continuava sorrindo.

   "É, você mora." Ele constatou rindo. "Já que a Ally chegou, vou indo embora Triss, deixar vocês a vontade."

   "Ah, não precisa ir, vou fazer a janta, por que você não fica pra jantar comigo? Digo, conosco, por que não fica pra jantar conosco?" Eu me enrolei de novo, o que estava acontecendo?

   "Você cozinha?" Ele perguntou e eu confirmei com a cabeça. "Sendo assim..." Trevor abriu outro sorriso torto. "Eu fico."

   "Okay... Triss, o Danny já tá chegando para me ajudar a preparar a janta, avisa a ele que já estou na cozinha, por favor?" Falei enquanto entrava na cozinha.

   "Claro que falo com o Dannycioso!" Ela me respondeu com uma pequena malícia na voz.

Revirei os olhos e assim que entrei na cozinha pude escutar a conversa baixa vindo da sala.

   "Você não me disse o quanto ela era linda! E ela tem alguma coisa... Algo no olhar dela, que... Ah! Não sei." Dizia Trevor com urgência na voz.

   "Calma aí garanhão, vejo alguma mudança acontecendo Trevor? Ai, ai! Acho que esse jantar vai ser bem interessante."

Interessante? Por que interessante? O que Triss quis dizer com isso?

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Oi pessoal, vim aqui agradecer a quem está lendo, sei que não são muitos, mas cada um de vocês é importante pra mim.

Quero pedi pra comentarem se quiserem alguma mudança ou pra me dá alguma opinião, não esqueçam de votar também =D

Amo vocês, K.

Doce Confusão [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora