Sonhos às Luzes de Nova York 2

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          Abri a porta do apartamento com dificuldade devido ao peso da caixa m minhas mãos,a colocando no chão em seguida.Arrumei a mecha do meu cabelo que havia caído em meu rosto e disse:

        -Acho que essa foi a última!-me virei e sorri ao ver Steven,parado na porta,envolvendo seu pescoço com meus braços em seguida.

        -Foi sim.-disse ele,fitando meus olhos e sorrindo de leve.

        Com as mãos delicadamente em minha cintura,me beijou sem pressa,e eu retribui enquanto sentia meu coração acelerar.Depois de 2 anos,o beijo dele ainda era o melhor.

      -Como eu vou te aguentar 24 horas por dia?-disse Steven.

        -Cala a boca que a ideia de eu me mudar pra cá foi sua.

        -“Cala a boca”?... Sinto a convivência começando a ficar irritante.-ele brincou,e eu fingi uma cara triste.-Achou mesmo que eu ia me cansar de você tão fácil?

        -E você achou que ia se livrar de mim tão fácil?

        Lhe dei um último selinho e me afastei,observando seu lindo apartamento.Bom,nosso.Eu ainda tentava me acostumar com a ideia de morar num apartamento que valia mais que tudo que eu já tive.Percebi que Steven me olhava,sorrindo bobo,e disse:

        -Assim eu vou ser obrigado a te agarrar antes que possa arrumar sua coisas.

      -Vai ter muito tempo pra fazer isso.-me aproximei até que pudesse beijá-lo,mas antes que acontecesse,me esquivei.-Agora temos que desembalar essas caixas.

        Ele fez bico e cruzou os braços,como uma criança que não havia ganhado o brinquedo que queria.

        -Já estou com vontade de te expulsar da minha casa.-Steven reclamou,mantendo seu personagem manhoso.

        Andei até ele e o empurrei contra a parede,unindo nossos lábios o mais rápido possível e acelerando o beijo.Deslizava minhas mãos por seu peito e ombros e ele,por minha cintura e quadril,chegando a um círculo folgado.Quase que em desespero,começou a beijar meu pescoço,logo voltando ao meus lábios.Em questão de segundos,ele estava abrindo os botões de sua camisa,e quando estava no quarto botão,me afastei,ainda perto o bastante para olhar em seus olhos.

        -Tem certeza que quer me expulsar?

        Steven não respondeu nada,só me observou pegar as caixas no chão,enquanto abotoava sua camisa,ofegante.

        -Aí já é sacanagem me provocar desse jeito e ir embora.

        Ri,andando até o quarto e deixando a caixa no chão.Voltei a sala e encontrei Steven irritado,sentado no sofá.

        -Para de manha!A gente tem que se encontrar com o Robert em 15 minutos,ele vai me entregar o roteiro que ele ta escrevendo pra eu dar uma lida.

        -Ta bom!-disse ele,mantendo sua manha.

        Me aproximei,envolvendo seu pescoço,e disse,fazendo bico:

          -Eu juro que te recompenso depois.

       Imediatamente ele se derreteu,sorrindo calorosamente,e me deu um selinho como resposta.

        Pegamos o elevador,ser dizer nada.Era um silêncio estranho,mas ainda confortável.Eu queria quebrá-lo,então comecei a buscar em minha mente algum assunto,mas antes que pudesse encontrar algo,Steven disse:

        -Então,é um belo elevador,né?

        O olhei por alguns segundos e ri.Não era exatamente o que eu diria em um momento de silêncio,mesmo que ainda não estivesse pensado em nada.

        -É,é sim.

        Percebi um incessante movimentação de mãos da parte de Steven,do tipo que fazia quando estava nervoso.

        -Steven?

     Ele se assustou,como se interrompesse seus pensamentos,e olhou para mim,esperando que eu falasse.

        -Você ta legal?Tem alguma coisa que quer me dizer?

        Seu nervosismo aumentou,o forçando a dar uma risada de deboche.

        -Claro que não.Eu to ótimo!

        Ri,vendo o quanto ele mentia mal.

        -Eu não acredito que depois de todo esse tempo você acha que vai conseguir mentir pra mim.Steven,eu te conheço,e não nasci ontem.

         -Não é nada... que seja conveniente agora.

        A porta do elevador se abriu e fomos em direção ao carro,em silêncio.Após entrar e colocar o cinto,me virei para Steven e insisti:

        -Então você não vai contar mesmo?!

       Ele apertou as mão no volante e fechou os olhos,abrindo-os ao voltar a falar:

    -Nesse verão,que você passou fora,no Brasil...aconteceram muitas coisas.-não disse nada,só o fitei,esperando uma explicação.Ele se aproximou e olhou em meus olhos.-Nada disso importa agora,tá?Você veio morar comigo,seu filme lança em alguns meses,está indo tudo bem na minha faculdade,e eu quero que tudo continue assim,perfeito.

        -Ah não,Steven,o que você fez?-disse eu,pegando sua mão e fechando os olhos.

        -Eu...eu não... fiz nada.

        -Tem certeza?

        -Desculpa,eu...

        Steven não conseguiu completar a frase,então se virou para frente e virou a chave do carro,começando a dirigir.Não tirei meus olhos dele,tentando achar a verdade nos detalhes tensos de sua expressão.Ele me olhou de canto de olho por um segundo e voltou a olhar para frente,engolindo em seco.

        -Me promete que,não importa o que aconteça... nunca vai desistir de mim?-disse Steven,sem tirar os olhos do trânsito.

       Fechei os olhos com força e fechei o punho,imaginando o que Steven teria feito.

        -Para o carro...

        Steven me olhou,confuso e angustiado e eu insisti:

        -Por favor,para o carro.

        Ele abriu a boca para falar,mas não conseguiu.Só encostou o carro e se virou para mim.

        -Eu não to com estômago pra discutir agora...Deixa que eu vou a pé,já estamos perto.-disse eu,segurando a barra do meu vestido com força.

        Os olhos de Steven se inundaram,mas sem soltar lágrimas,e não me impediu quando sai do carro.

Sonhos às Luzes de Nova York 2Onde histórias criam vida. Descubra agora