It's all about us

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      A festa seguiu bem depois daquele deslize,e eu também.O filme estava absolutamente espetacular,e admito que deixei escapar algumas lágrimas.Qual é,não é todo dia que eu me vejo na tela de um cinema.

        Estávamos nos preparando pra ir embora,quando eu acabei prolongando a conversa com uns dos convidados.De repente senti alguém segurando minha pernas e me levantando,jogando meu corpo por cima de seu ombro.Eu gritei e ri ao mesmo tempo.

        -Vamos,já passou da hora da mocinha ir pra cama!-disse Scott.

        -Ah,me solta!-gritei,sem conseguir conter meu riso.

        Saímos pela porta e os paparazzi esperavam esfomeados por uma notícia,e como sempre,Scott os deu.Com a pouca visão que tinha,percebi um turbilhão de flashes sobre nós,até que chegamos na limusine.Scott me jogou no banco e voltou para acenar para a multidão antes de entrar no carro junto comigo.

        -Acho que deviam começar a te pagar por tanta notícia que rende pras revistas!

        -É,eu sei que eu sou demais.-disse ele,ignorando meu último comentário.

        Ri e bati nele algumas vezes,me ajeitando no banco em seguida.Quando paramos de rir,ele me olhou,sério.

        -Eu vi com quem você tava dançando... fiquei preocupado.-ele se aproximou um pouco.-Você está bem?

        -Estou... Não se preocupe,foi só uma dança.Eu quase deixei acontecer,mas agora eu estou bem.

        -Quem bom que está bem.Me dá um abraço.-disse Scott,me abraçando com carinho.

        Em alguns minutos,o resto do elenco chegou,junto com Robert,e a limusine partiu.A volta foi tão divertida quanto a ida,mas agora falávamos sobre a festa e o filme.Mesmo que estivesse me mantendo na conversa,sentia meus olhos pesarem.Tinha bebido pouco,então ainda estava perfeitamente sóbria,mas o sono me consumia,se mostrando em um longo bocejo.Encostei a cabeça no vidro e observei a chuva que começava.Nem preciso comentar,né?

        Olhei para as placas e as casas a nossa volta e percebi que estávamos na rua do apartamento de Steven.Que diabos era aquilo?Por que o universo me torturava de tal maneira?Eu oficialmente estava cheia,e principalmente,estava exausta.Exausta emocionalmente.Eu precisava de algo,e sabia exatamente o que era.

        Me sentei corretamente em um pulo e arregalei os olhos.Uma força subiu pelo meu corpo e saiu de vez pela minha boca:

        -Para o carro!

        Todos se calaram e me olharam assustados,pensando a mesma coisa que eu: Mas que diabos era aquilo?

    Abri a porta e fui andando rua acima,praticamente correndo.Eu não raciocinava mais como antes naquele momento,eu estava cega,contradizendo todos os meus ideais.Aquela falta de juízo me guiou até meu destino,enquanto algumas pessoas que passavam me encaravam.Eu entendo,não é todo dia que se vê uma garota correndo na chuva com um vestido de festa.

        Quando cheguei,o porteiro abriu o portão para mim sem pensar,ao me ver naquele estado.Subi as escadas o mais rápido possível e bati na porta do apartamento,ofegante.

        Steven abriu a porta e sua expressão passou de entediado e estressado para surpreso.Ele piscou algumas vezes para ter certeza de que aquilo na sua frente era real.Senti meu cabelo pingando sobre minha roupa,que já estava encharcada,e comecei a chorar.Steven me puxou pelo braço para dentro e confortou meu corpo em seu peito.

        Ele estava quentinho,e seu apartamento também,me esquentando aos poucos.Eu estava congelando,durante o trajeto a chuva batia em meu rosto e se espalhava por meu coro como pedras de gelo,acompanhada da ventania.

        Soltei todo o ar que estava em meus pulmões,voltando a soluçar em meu choro.Estava tudo bem.A partir dali tudo ficaria bem.Tudo voltaria ao normal.Apertei seu tronco com os braços,quase quebrando suas costelas,e soltei um gritinho rouco sem querer em meu choro.

        -Eu não consigo.-solucei.-E-eu não consigo,Steven.-mal conseguia falar,o choro me invadiu por inteiro.

    -Shh,não precisa falar agora.-Steven meacalmou,colocando seu queixo sobre minha cabeça.

        Ficamos mais uns 5 minutos naquele abraço,até que eu parei de chorar.Steven me pegou no colo e me levou até seu quarto,eu ainda não tinha conseguido me livrar daquele soluço,meu choro tinha durado mais que o esperado.

        Quando ele me colocou no chão,me guiou até o banheiro,e nenhum dos dois emitia uma palavra.Escorregou o zíper de meu vestido com delicadeza e eu o tirei,entrando em um banho quente.

        Minha mente se manteve vazia,eu só sentia o momento,me esquentando naquela ducha reconfortante.Tudo parecia tão calmo,principalmente eu.Penteei o cabelo,e quando saí do banheiro,vi uma camiseta de Steven sobre sua cama.Sorri e a coloquei,amando a sensação de usar uma camisa sua novamente.Obviamente,ficava grande em mim,indo até a metade de minhas coxas,e suas mangas,até meus cotovelos.Me senti ainda mais quentinha e confortável,percebendo que seu delicioso perfume ainda estava na camisa.

        Andei lentamente até a sala e vi a televisão ligada e Steven deitado no sofá.Quando notou minha presença,sorriu calmamente e andou até mim,me dando um beijo delicado.Depois,me olhou nos olhos e passou um dos braços por baixo de meus joelhos,me pegando no colo novamente.Me aconcheguei em seu peito e ele me levou até o sofá,logo me colocando com delicadamente no sofá,se deitando comigo,em seguida.

        -Steven...

   -Eu já disse que não precisa se preocupar essa noite.Nenhum de nós dois.

        Coloquei minha mão em seu peito-ainda estava em seu colo- e disse:

           -Eu só ia dizer que te amo.

        Steven beijou minha cabeça e disse:

        -Eu também te amo,pequena.-ele entrelaçou nossos dedos.-Só você.

        Me aconcheguei,sentindo o calor de seu peito.Me senti confortável para dormir e fechei os olhos sem soltar nossas mãos ou desfazer qualquer contato entre nós.A última coisa que ouvi antes de cair no sono foi:

        -Prometo que é só você.

Sonhos às Luzes de Nova York 2Onde histórias criam vida. Descubra agora