Ainda eram sete horas da tarde e e já estava pronto para sair com Aghata, usava um moletom cinza, uma calça preta e um vans vermelho.
Ficava imaginando como ela estaria vestida, deve ter um estilo delicado, totalmente afeminada.
O que aconteceria se me apaixonasse? Cairia em uma emboscada de minha própria mente, dia após dia procurando uma fonte interminável de esquecimento para a dor da ilusão ou simplesmente poderei ter vontade de ver mais vezes o por do sol ou pelo menos encontrar a essência de minha felicidade que perdi em outras ilusões causadas pelo súbito e amedrontador desejo de amar.
Difícil de entender? Bom, diria mais especificamente o como difícil é o amor, um tanto sofrido mas quando encontrado pode te surpreender para o resto de sua vida.
Me despedi de tia Lucia que me lançou olhares fuzilantes, mas revirei os olhos por trás de meus óculos que estavam na ponta de meu nariz.
Estava tão frio que pensei que iria começar a nevar, mas estamos no Brasil, não costuma nevar por aqui. Andava com as mãos nos bolsos da blusa pois a ponta de meus dedos estavam congelando, cidadezinha chata, por que fazer tanto frio? Frio é bom, mas não todo santo dia.
Sentei-me no banco onde tinha sentado quando tinha visto Agatha pela primeira vez, as imagens tomaram meus pensamentos e comecei a imaginar seu sorriso que parecia de comercial de pasta de dente.
-Lucas? -Disse Agatha com as mãos para trás e olhando pra mim.
Eu devia estar sorrindo feito um idiota.
-A..Agatha... por que veio mais cedo? -perguntei nervoso.
-E eu te faço a mesma pergunta.
Ela se sentou ao meu lado, usava botas até o joelho, uma calça jeans escura, e um cachecol vermelho. Seu cabelo arruivado estava preso em um coque alto com algumas mechas caídas em seu belo rosto com algumas sardinhas.
-Você está linda... -Disse cortando o súbito silêncio.
-Isso significa que hoje de manhã estava feia? -Ela brincou levantando uma das sobrancelhas.
-N...n...Não é nada disso.. err... Você é linda, sempre... arg!
Ela gargalhou tão gloriosamente, que fez todo meu nervosismo desaparecer.
-Você é engraçado. -Ela me olhou fixamente.
Juro, aquele foi um dos segundos mais ardentes e marcantes que já tive. Ela também desviou o olhar, parecia um pouco nervosa.
-Vamos? -Perguntou ela levantando rapidamente do banco.
-Sim, senhorita Mendes.
-Ah, Lucas, não me chame assim, par favor.
-Como quiser, Agatha Misterio.
-Você é um bobo.
Ela deu um Leve soco em meu ombro, sério, por mais estranho que isso possa parecer, seu toque fez meu corpo reagir de uma maneira diferente.
-Como está sendo as ferias? -Perguntei tentando puxar assunto.
-Boas, querendo ou não eu conheci você. -Ela sorriu por trás do cachecol vermelho encachando seu queixo para aquecer o rosto.
-Eu diria que esta sendo uma das melhores. -Sorri nervoso.
-Olha, a apresentação ja vai começar. -Disse ela correndo e me puxando pelo braço em direção as luzes da praça do coreto.
O local estava sendo iluminados por balões de origami com velas coloridas dentro, estava maravilhosamente perfumado com flores recém colhidas, o cabelho de Agatha parecia bem mais alaranjado por conta das velas.
-Esse é 126° aniversário da cidade. -disse alguem em um microfone em cima de um palco bem iluminado com piscas pisca brancos. -
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O último por do sol
RomanceMinha vida é um tédio. Sempre as mesmas pessoas, as mesmas lojas, os mesmos carros, os mesmos animais, as mesmas árvores... Nada mudou, moro com a minha tia Lucia em uma cidade muito afastada, só vim parar nesse buraco por conta da morte da minha mã...