O moreno dormia serenamente em sua aconchegante cama, os tímidos raios de sol mal passavam pela cortina branca do quarto bem organizado, pássaros cantavam do lado de fora. O menor se encolheu mais debaixo do cobertor quando uma corrente de ar frio entrou pela porta que foi lentamente aberta e fechada, o invasor andou nas pontas dos pés até a cama do outro que dormia serenamente.
- BOM DIA BABY BOY!! - gritou, anunciando sua presença enquanto se jogava na cama de casal do outro, que quase caiu da mesma de susto -
- W-WADE?!? O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? SABE QUE HORAS SÃO?? - esbravejou o moreno por causa do susto que levará. Com o silêncio alheio se sentou na beirada da cama, de costas para a figura vermelha e preta - Olha, desculpa, é que você me assustou quando me acordou assim..
- Você não sabe que dia é hoje? - perguntou, tentando conter o entusiasmo em sua voz -
- Acho que não... - disse sem pensar, enquanto coçava os olhos com as costas das mãos, não devia passar nem das oito da manhã, a essa hora mal saberia responder seu nome se o perguntassem -
- Hoje é dia 23.. - cantarolou Wade, recebendo um bocejo como resposta seguido de um " e o que que tem?" pronunciado por uma voz embargada de sono - 23 de dezembro. - completou.
- Legal.. - Peter esticou seus braços para se alongar e foi então que entendeu o que o mercenário queria lhe dizer, era 23 de dezembro e eles ainda nem tinham montado a árvore! - EU VOU ME ARRUMAR, ME ESPERA NA SALA! - com isso começou a correr desesperadamente pelo quarto a procura de qualquer roupa de frio, enquanto o mais velho ria da cena.
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- A princesa ainda não ta pronta? - dizia o mais velho no sofá, em um tom elevado que ecoava até o corredor do andar superior - Já vai dar nove e quarenta! - anunciava a hora para que Peter se apressasse, já perdera a conta de quantas vezes fez aquilo -
- Calma, já to indo! - disse e em seguida se ouviu passos apressados descendo as escadas que diminuíram a velocidade quando chegaram ao fim da mesma - Você não vai assim né Wade? - perguntou o mais novo, incrédulo.
Wade soltou um riso sob a máscara mecheu em seu holograma, criando a imagem de um homem loiro, de alta estatura e lindos olhos azuis. Peter nunca confessou, mas aquela imagem mexia consigo de uma forma que nem ele mesmo entenderá.
- Melhor? - debochou o mais velho, esbanjando os dentes em um singelo sorriso -
O moreno apenas revirou os olhos e colocou seu cachecol em torno do pescoço, ajeitou a touca e apagou as luzes, saindo de casa com Wade em busca dos enfeites para a árvore de natal. Sim, só os enfeites, Peter os emprestou a uma amiga a alguns anos, para o que ela não disse, mas Peter nunca mais viu seus queridos enfeites.
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- O que vamos fazer agora? - o moreno se questionava, pela milésima vez -
- Vamos procurar em mais uma loja, logo logo vamos encontrar. - Wade o encorajava -
- É a sétima vez que você diz isso...
Andaram sem rumo por mais alguns quarteirões sempre se deparando com a mesma cena, a loja fechada por conta do natal. Uma rajada de vento frio quase levou a touca de Peter, por sorte, o maior a pegou no ar antes que saísse voando por aí, e o entregou com um sorriso, fazendo Peter corar.
Mesmo com a luva, o menor sentiu o calor do outro no breve toque que tiveram.
Antes de qualquer outra coisa, Peter viu, do outro lado da rua uma garota, que aparentava ter oito anos, tremendo. Sem medir consequências atravessou de uma vez a rua sendo seguido por Wade, que o seguia sem entender o motivo do alvoroço.
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Akai Ito
RomanceAh, a linha vermelha do amor... O destino e suas maneiras inusitadas de nos fazer encontrar o amor... Mas, até o destino exagerou, fazendo com que um certo mercenário tagarela se apaixonasse pelo rapaz que foi pago ( com uma fortuna ) para matar. En...