My Little Omega

Capítulo 3

Já estava escurecendo quando Nicolas passou pela porta da sala dos Simmons. Seus cabelos bagunçados, terno e gravata em mãos, bochechas avermelhadas e a expressão vazia no rosto. Não sabia no que pensar e nem notou a família Simmons o encarando enquanto ele passava pela porta e a fechava lentamente.

— Nicolas, meu amor, o que aconteceu? — Ana se levantou assustada.

— Zane — murmurou.

Henry se levantou, chegando perto do Ômega, e não foi preciso muito para sentir o cheiro do amigo impregnando em cada parte do Ômega.

— Ele está no heat?

— Sim — respondeu num murmúrio.

— Ele te machucou? — Ana perguntou, passando as mãos pelo rosto do loiro.

— Não. — Ele segurou a mão da mais velha. — Ele não me machucou nada — afirmou com um sorriso, vendo-a suspirar aliviada. — Só estou um pouco aéreo ainda. Vou tomar um banho. — E se dirigiu para o quarto sendo seguido pelos olhares dos presentes na sala.

— O que o tio Zane fez com o tio Nicolas? — Lucas indagou confuso. Ele estava ajoelhado no sofá, apoiando seu tronco no encosto do sofá.

— Lu, meu anjo. — Ana suspirou. — Assim como vocês, Ômegas, passam por um cio, os Alfas o fazem também. Mas eles passam duas vezes por ano e precisam de ajuda quando isso acontece. — Ana acariciava o rosto do menino enquanto explicava.

— Ah, tio Nicolas ajudou o tio Zane — Lucas disse e ouviu Jena rir. A menina não conseguia entender como seu amigo podia ser tão inocente, não que ela ligasse, pelo contrário, ela amava aquele lado do pequeno Lucas.

— Isso. — Henry sorriu suspirando — Acho que vou ligar para o Zane — murmurou caminhando até o quarto, onde se encontrava seu aparelho celular. — Deus, o que Zane fez? — Henry se perguntava enquanto se sentava na cama e discava o número do amigo.

"O número chamado está fora de — — — — — — — — "

— Não sei por que pensei que ele ia atender — Henry bufou, ouvindo passos preencherem seu quarto. — Lu?

— Hen... — disse tímido. — Posso entrar?

— Pode, meu doce. — Sorriu, se ajeitando na cama.

— Por que você está preocupado? — Lucas perguntou enquanto se sentava ao lado dele.

— Não estou — mentiu.

— Eu sei que sim. — Lucas mexia nervosamente nas longas mangas de seu moletom preto.

— Sabe, Lu. — Henry suspirou. — Mesmo que nós Alfas precisemos de ajuda, não é legal quando forçamos um Ômega a ajudar, ficamos com medo de machucá-lo ou de ele não querer. — Acariciou o rosto do menor. — Mas não temos controle.

— Você tá preocupado se o tio Nicolas não queria? — Lucas perguntou, e Henry assentiu. — Eu posso perguntar pra ele, espera.

— Não, Lucas! — Já era tarde demais, ele já estava correndo para fora do quarto de Henry e caminhando até o quarto do loiro, que saía do banho naquele instante segurando sua camisa contra seu rosto, sentindo o cheiro de Zane ali.

Nicolas não sabia o que pensar ou como se sentir. Ele sabia que tinha que se sentir sujo, usado e muito mal, mas não se sentia assim, muito pelo contrário: se sentia bem, leve, e o cheiro de Zane ali só o fazia sorrir ao se lembrar dos acontecimentos. Não havia sido romântico como havia imaginado ser sua primeira vez, mas mesmo assim faria de novo. Se dissessem a ele que Zane teria seu heat naquela tarde e o alertassem para ficar longe, ele não o faria, na verdade faria questão de ir à casa do Alfa e repetir tudo. Fechando os olhos, Nicolas deixou que sua cabeça o levasse para os acontecimentos de algumas horas atrás.