Um escritor observa tudo.
Absorve as experiências alheias e as traduz, lapidá as palavras como um ouvires talentoso e conta muitas vezes coisas que não lhe pertencem, experiências que não são suas.
Isso não pertence a mim, mas relato porque me foi concedido autorização e é claro, presenciei o processo!...
O som estridente das caixas de sons faziam meu corpo estremecer, já passavam das quatro da manhã e o baile funk estava lotado. A nebulosa de fumaça de Maconha pairava sobre nossas cabeças e o baile do Dendê festejava o aniversário do ano.
Confesso não estava me sentindo bem talvez como eu disse anteriormente eu mudei.A barraca de drinks da família estava bombando e os barmans abasteciam os copos vazios da galera na maior sagacidade, drinks de qualidade, ostentação pra todo o lado.
Vou abste - me de compartilhar minha opinião sobre o baile e sobre coisas que vi e não gostaria de ter presenciado mas vou detalhar com riqueza de detalhes e é claro, humor, de alguns fatos relevantes dessa história com H maiúsculo.
Lá estávamos no meio da multidão dançante e resolvi ficar encostada em uma parede, segura, próximo a barraca de drinks, hehehe porque sou esperta! E porque sou cagona, já havia visualizado minha rota de fuga caso um tiroteio tivesse início, então a viela ao lado da barraca era o caminho para uma eventual salvação. Adianto que não foi necessário usá -lo!
Devo mencionar que fui agraciada com drinks maravilhosos e de graça porque eu tenho moral pra isso kkkk, meus sinceros agradecimentos a Lá família Drinks e aos primos que a vida generosamente me deu.
O gelo acabou cedo porque era tanta gente aglomerada pedindo bebidas e acumuladas nas vielas onde o baile acontecia que era simplesmente impossível caminhar, pensar em caminhar! Oh God! Fiquei o tempo todo encostada na parede com minha garrafa de água sem gás. Eu estava segura ali!
Fui alertada para irmos embora antes que o dia amanhecesse pois quando o sol raiasse a luz revelaria a derrota! Eu ri internamente do comentário da minha prima amada , mas seu comentário tinha emvasamento e fora muito bem fundamentado, na claridade do dia o ambiente ia revelando as pessoas e foi simplesmente uma derrota. Mas fui teimosa e permaneci sóbria, sem uso de bebida alcoólica as sete da manhã quando descemos as ladeiras, subimos as infinitas escadas irregulares o que me fez compreender porque as passistas tem pernas tão saradas, eu não enfartei ao subir e descer tanta ladeira mais juro que o pressenti um enfarte do miocárdio.
Passamos por becos fedidos a urina e o pior, eu Vi a derrota cara a cara.O fracasso de descer o morro com na aurora era as pessoas, pessoas drogadas, bêbadas e sem preconceito de minha parte mas era muita, mais muita gente estranha por metro quadrado.
Ainda bem que H. do GB e C. A estavam conosco senão eu acho que teria me mijado de medo. Claro que neurótica como sou eu poderia pensar que levei um tiro e morri e estava padecendo no inferno porque como C.A disse aquilo era uma derrota! Aquilo era um inferno pessoal.
Confesso morri antes de levar o tiro!
Exagero meu, não houve tiros mas em minha mente super criativa eu padecia lealmente ferida por minhas visões realistas de uma manhã no baile.
Mas o ponto alto de tudo não foi o vislumbre da derrota que tive mas alguém que ria até das paredes e viu uma empada no meu lindo rosto afro- descendente!
Obviamente meu amigo que vou atribuir o pseudônimo de Jamal Ali para preservar sua imagem, apelido lhe dado por sua semelhança com nossos irmãos muçulmanos, Jamal é jovem e jovem fazem cagadas o tempo inteiro.
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Rivotril Com Poesia
AcakRivotril com poesia é um diário onde posto crônicas cotidianas, pensamentos, acontecimentos, papos sérios, coisas cômicas, tudo que me apetecer a alma. Deixe as palavras te encantarem.