Deus, Impossível

Boas e más crenças

Nossas crenças nos definem.
Por esse motivo, é tão importante estruturá-las muito bem. Parte dessa estruturação consiste em analisar e questionar constantemente as mais profundas. Nesse caso, uma que rege a vida de muitos: a crença em um Deus. Tal crença é ética?

Olhemos além de nosso umbigo por um momento. O que a realidade nos diz das religiões? No século XX, evangélicos fanáticos nos Estados Unidos da América espancaram e perseguiram minorias vestidos com roupas longas e brancas, usando justificativa religiosa. Essa foi a Ku Kux Klan.
Antes, na Baixa Idade Média, um cientista afirmou que nosso planeta gira, baseando-se em evidências. Este cientista, Galileu Galilei, teve de negar essa informação em público ou seria queimado vivo pelos religiosos.
Voltando ainda mais no tempo, a Igreja oficial responsabilizou mulheres por doenças de causa e curas desconhecidas, queimando milhares (talvez centenas de milhares) por "bruxaria".
Ora, argumentaria um crente fervoroso, isso está no passado.
Será mesmo? Atualmente, as igrejas evangélicas se tornaram verdadeiras instituições de arrecadações voluntárias de milhões em dinheiro. A igreja católica, de tempos em tempos, recebe novas acusações de estupros e assédios sexuais cometido por padres. Na Ásia, hinduístas que acreditam pertencer a uma "casta superior" agridem e até estupram mulheres da "casta inferior".

Em qualquer lugar do planeta que há uma crença religiosa, há uma justificativa em nome de uma divindade para atrocidades bem humanas.

Na vida diária, exigimos evidência para comprovar a validade e a moralidade de uma ação. Por que abrir uma exceção pra esse fato?
As evidências apontam que as crenças religiosas são, normalmente, imorais. Há exceções, no entanto, exceções confirmam a regra.

Portanto, a crença desse tipo, é evidentemente nociva. Uma má crença.
Não cabe a mim dizer o que alguém deve ou não acreditar, todavia, se as crenças nos definem, queremos ser definidos por crenças historicamente antiéticas?