Sippy Cup

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Eu não sei o que aconteceu com eles.

Meu pai está dormindo há dias, ele não acordou nem para ir conversar com a amiga estranha dele que vem sempre que a mamãe não está em casa.

Lottie não fala comigo, fica encarando o céu do chão do seu quarto, gelada. Não se importa nem em me chamar de bebê chorão mais.

E eu nem sei onde Fiz está. Ela simplesmente sumiu.

Minha mãe apareceu na porta do meu quarto com uma roupa estranha nas mãos, uma garrafa com um líquido escuro e um sorriso rasgado no rosto. Eu fiquei com medo e me encolhi num canto da minha cama. Queria chorar mais, mas estava com medo do menino legal da casa do lado achar que sou louco e burro e estúpido.

Minha mãe derramou o líquido escuro no meu copinho, e me ofereceu, dizendo que era xarope. Eu não precisava de xarope, não estou doente; estou?

Aquilo não parecia xarope, não tinha cheiro de xarope, eu não queria tomar, estava no meu copinho, mas ainda era uma bebida estranha. Eu não queria. Eu não faria o que ela mandasse, eu não obedeceria a isso como ela obedecia às coisas que o moço na televisão falava.

Eu comecei a chorar, era o meu jeito de pedir socorro.

Eu não queria beber o xarope, mas fingi que bebia, pelo menos serviria para ela me deixar sozinho, encarando as estrelas como Lottie.

E ela me deixou sozinho, parado, até que eu voltei a chorar e o menino legal apareceu para me salvar.

Cry Baby (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora