Carousel

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Seu nome era Harry. Ele era legal e diferente, ele tinha um sorriso vivo no rosto, não um rosto estático como os da minha família.

Ele segurou a minha mão e me guiou pela rua escura na noite fria para um parque de diversões ambulante que tinha estacionado perto do bairro. O jeito que ele me puxava e sorria para mim fazia meu estômago revirar; o jeito que seus olhos verdes brilhavam na escuridão me causava uma sensação estranha; o modo como ele segurava a palma suada da minha mão era novo para mim, ninguém nunca antes tinha se incomodado, ou se atrevido a tocar o bebê chorão.

Quando chegamos ao parque, tudo na minha mente rodopiava, o jeito que as pessoas pareciam felizes umas com as outras, arriscando a sorte em jogos de azar e dividindo beijos e pipoca, era tudo demais para mim. Eu queria fazer tudo aquilo com Harry, mas será que ele se sentia assim? Eu também tinha medo, eu não tinha tentado isso com alguém antes, nunca.

Será que eu tinha tamanho o suficiente para rodar nesse carrossel? Mesmo que eu não tivesse, eu já estava nele, preso nele, grudado nele, rodando rodando sem parar.

Cry Baby (l.s)Onde histórias criam vida. Descubra agora