The Trip

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Era uma manhã chuvosa, os relâmpagos eram bem vistos do lado de dentro da janela. Eu estava lendo As Vantagens de Ser Invisível pela terceira vez. Precisava comprar um livro novo.
- Juliane, arrume sua mala, vamos partir as uma e meia.
Me levantei da cama e fui até o quarto da minha mãe.
- Mas mãe, eu não quero viajar de novo - a olhei com cara de choro.
- Juliane Oliveira, eu já te disse que é para o seu bem! Você precisa de novos amigos e um lugar mais tranquilo.
- eu não vou para Minas Gerais, mãe. Mesmo me arrastando.
Sai do seu quarto. Estava com raiva e ao mesmo tempo triste. Eu não queria me mudar novamente prestes ao meu aniversário de 15 anos. Na verdade, gostaria de viajar para outros lugares. Por exemplo, Orlando. Eu achava uma boa ideia como presente de 15 anos.
Na verdade eu não preciso de novos amigos, eu nunca tive melhores que esses, e irei sentir muita, muita falta.
Já estávamos no carro, à caminho do aeroporto. Minha mãe não parava de falar de como Minas Gerais era  bonito, e como nossa vizinhança nova seria melhor que a antiga. Eu penso que o nosso taxista já estava ficando cansado de tanto minha mãe falar.
- filha, você está me ouvindo?
- mãe, tudo o que eu mais desejo é silêncio.
- não fale assim comigo, mo...
Até que nosso taxista parou o táxi. Obrigado!
- deu 26 reais.
Minha mãe entregou o dinheiro e saímos do carro.
O aeroporto era gigante, e eu só reparei agora como era cheio de gente. Pegamos as malas e fomos até a vistagem delas, ficamos pelo menos meia hora na fila, pois um homem levara roupa demais.
Terminando de checar as malas, saímos dali e seguimos o caminho até o portão de embarque. Não era uma fila igual ao da vistagem, mas era o suficiente para que demorássemos vinte minutos até entrar no avião.
Nos sentamos em nossas poltronas e nos recostamos na mesma até chegarmos em Minas Gerais.
Eram duas e meia e eu estava ouvindo a playlist de Life Is Strange. Eu adorava como a música calma combinava com o jogo, e como a música calma me acalmava.
Olhei para o celular e percebi que já era cinco horas. Ouço uma voz feminina ecoar por todo avião, era a aeromoça:
"Senhores passageiros, apertem seus cintos, daqui à 10 minutos iremos pousar ao destino desejado."
Fiz o que a aeromoça pediu, e em seguida olhei para janela e vi uma cidade e um aeroporto. Não vejo a hora se sair daqui.
15 minutos depois lá estávamos saindo do avião, a caminho da nossa nova casa.
Mamãe pediu para que o taxista nos deixasse em frente a nossa casa, e em menos de 30 minutos estávamos lá. Saímos do carro e o taxista nos entregou a mala. Mamãe virou para mim e sorriu.
- linda a casa, não?
E sim, era linda. Três andares, um jardim colorido e uma piscina maravilhosa. A cara era rodeada por grandes arbustos que continham luzes para iluminar a noite. Do portão (que tinha a cor branca) até a porta de casa, continha ladrilhos dourados , marrons e brancos, dando contraste a cor da casa. A grama estava bem aparada e o que eu só poderia sentir era o cheiro das flores do jardim.
- Mãe, sinceramente, essa é a casa mais perfeita em que nós já moramos - sorri.
Era perceptível a felicidade que ela sentia com as palavras que eu disse. Eu nunca tinha falado dessa forma pra ela quando nos mudávamos.
Entramos na casa e o primeiro cômodo, sala de estar, era bem espaçosa. Um sofá grande atrás da tevê, em frente a escada. Do lado da tevê, uma porta grande e bem trancada, minha curiosidade estava atiçada, e eu queria saber o que tinha ali. Me aproximei da porta e a abri. Meus olhos estava brilhando, eu sei. Acho que não vou mais precisar ler As Vantagens de Ser Invisível com todos esses livros. Sim, é uma biblioteca, meu paraíso dentro de casa.
- legal né, filha? - minha mãe se aproximou, pondo a mão sobre meu ombro. Olhei para ela e apenas sorri. Ela sabia que estava feliz, eu adorava ler.
- sim... É lindo - movimentei a boca, sem saber o motivo real de ter dito isso, estava hipnotizada com o que via. Era lindo.
- vai ver seu quarto, você vai gostar mais - ela sorria toda boba.
Corri para o segundo andar, e fui vendo em cada porta, até que vi uma toda branca com meu nome em Roxo. Abri a porta um pouco nervosa e, nossa... Era perfeito. A cor do quarto era roxo preto e branco, a cama tinha uma colcha roxa e preta. A parede era enfeitada com piscas-piscas da cor amarela (tipo de árvore). Um closet ao lado do banheiro e uma tv na parede. O que deixava o quarto mais bonito era a varanda, e curiosa fui ver como era a vista de fora, e era lindo. A vista da praia era linda e estava ventando um pouco, estava muito bom.
"Psiu, psiu.." - ouvi alguém me chamar, e percebi que em frente a minha casa, tinha uma azul, e quem estava me chamando, era um garoto de cabelos escuros. Seu topete me lembrava o do Doutor.
- oi, você é a vizinha nova, não é? - sorriu - meu nome é Matheus! Prazer em te conhecer!
É. Ele realmente tinha um topete parecido.
- oi, o meu é Juliane - sorri, acenando.
- nome bonito - retribuiu meu sorriso, de uma forma mais fofa - Bem... Bem vinda a vizinhança. E até alguma hora, Juliane - ele acenou e fiz o mesmo gesto.
Matheus parecia um garoto gentil.

Meu amor psicopata || PK - Matheus NevesOnde histórias criam vida. Descubra agora