Parte I: Borboleta Monarca

141 10 18
                                    

Introdução

Quando o fim chegar não adianta tentar escapar, pois não há lugar que se possa esconder. Se você subir até o topo das montanhas, ele irá até você. Se você tomar refúgio dentro de uma caverna, o fim te encontrará de algum jeito. Não há saída. O único caminho é aceitar o seu destino. Aceitar o seu fim.


Passos apressados ouvia-se pelos corredores do castelo. A jovem de cabelos loiros e encaracolados fugia como uma corça foge de um lobo.

Todos se calaram quando a moça com vestes rasgadas e cabelos despenteados entrou no salão. A jovem ficou parada no meio do salão por alguns minutos encarando o chão, até que o rei percebeu que se tratava de sua filha mais nova e correu em sua direção. A jovem desmaia poucos segundo após seu pai a segurar.

- Está tudo bem? - Perguntou um convidado da festa.

- Sim, continuem a festejar, mas eu não poderei ficar. - Respondeu o rei e dando ordens pra que alguns de seus guardas o ajudasse com a moça.

Einde abriu os olhos vagarosamente. Se sentiu confusa de onde estava.

- Acordou bela adormecida? - Disse uma voz suave que aos poucos reconheceu como sendo de sua irmã Kraja.

- O que houve? - Perguntou assustada.

- Não sei. Eu estava esperando que você me dissesse o que houve quando você acordasse. - Respondeu Kraja.

- Eu não me lembro. - Einde disse, mas algo em sua voz demonstrava que ela escondia algo.

- Tudo bem se não quiser me contar agora, mas, alguma hora, você terá que dizer o que houve.

Einde cobriu o rosto com o lençol de linho das plantas das terras do sul. Os melhores tecidos do planeta Berrian.

- Agora levanta-se. Você deve arrumar-se para as festividades que estão chegando.

- Ainda falta dias! - Choramingou Einde.

- Einde, você sabe das tradições. Devemos ir até a floresta Doomed para plantar a planta da vida e assistir o brilho do mundo antigo.

- Eu não entendo nada dessas coisas porque eu tenho que participar? - Reclamou Einde

- Chama-se tradições por que as pessoas sempre fazem, não porque elas entendem o que estão fazendo. - Kraja disse passando a mão pelos belos cabelos de Einde.

- Eu não gosto de fazer coisas que eu não entendo o que são.

- Algum dia você vai aprender os segredos do nosso povo, mas até lá você tem que está pronta para as celebrações.

Einde só balançou a cabeça positivamente.

Um vento frio soprou na floresta escura e silenciosa. As folhas de diversos tamanhos e formas se moviam como se tivessem vida própria.

- Eu não quero ficar aqui. Esse lugar me dá medo. - Disse Einde

- Eu sei. Eu também não gosto daqui, mas continue andando. - Disse Kraja.

Enquanto o pequeno grupo de pessoas entravam mais a dentro da floresta mais se ouvia um rangido forte de metal.

- O que é isso? - Perguntou o rei, fazendo sinal para que os guardas fossem em direção ao som agudo.

Silenciosamente os guardas se moveram para verificar de onde vinha o som.

O general Pantu deu ordem para que ficassem em formação quando perceberam que algo vinha em direção a eles.

Borboleta MonarcaOnde histórias criam vida. Descubra agora