Dream Factory

É ele, eu sei...

- Alessia acorda! Chegamos
Senti alguém dar vários tapinhas em meu ombro, abri os olhos lentamente e percebi que só haviam umas 5 pessoas no avião.
- Ah, oi - levanto minha cabeça que estava encostada na janela do avião.
- O carro da agência já deve estar nos esperando. -diz Thais ja levantando e indo em direção a saída do avião.
Pego minha bolsa e meio cambaleante a sigo. Assim que consigo alcança-la ela já estava com dois copos de café na mão.
Pego o copo, dou um gole.
- Porque a pressa? -Thais ficava na ponta dos pés e erguia seu pescoço procurando, creio eu, nosso carro.
- O evento começa as 20:00 hrs e já sao quase 17:00, não sei quanto tempo levaremos até chegar ao hotel, e se demorar muito vamos ter 30 minutos pra se arrumar, e você principalmente não pode chegar atrasada.
- Não deve ser muito longe daqui.
Ela ignora e acena para alguém, quando me viro é um homem de terno, nosso motorista. Vamos até o carro e ele arruma nossas malas no porta mala, entramos no carro e vamos para o hotel, em 20 minutos, no máximo, chegamos. Assim que atravessamos a porta do mesmo olho pra frente e sentado em um sofá marrom, que havia ali na recepção, vejo o menino dos meus sonhos, literalmente, o menino que eu sempre sonho. O fico observando paralisada até que Thais me chama atenção.
- Ei Alessia, você tá bem?
- Thais é o... o -estava tão chocada que simplesmente esqueci como se fala.
- Você ta me assustando Alessia... você tá pálida.
- É o menino, aquele do sonho -digo finalmente e a encaro.
Thais faz uma cara de tédio e põe a mão no peito em forma de alívio.
- Quer me matar do coração? Que susto. Agora vem. -Ela começa a me puxar pela mão e vamos pegar nossa chave do quarto.
Enquanto isso eu observava, o mais discretamente possível, o menino. Ele não havia percebido que eu não tirará os olhos dele desde que entrei no hotel.
Ele apenas rolava o dedo na tela de seu celular, ele usava uma calça bege, uma camisa azul clara e óculos escuros, mesmo estando quase noite.
Pegamos a chave e fomos em direção ao elevador, assim que a porta iria fechar o menino me nota, levanta do sofá e rapidamente tira os óculos, e me encara
com uma expressão de quem iria falar alguma coisa. Eu queria sair do elevador e ir até ele, eu senti que ele também sabia quem eu era mesmo nenhum de nós saber ao menos nosso nome...
Dou um passo a frente com a intenção de colocar a mão na porta do elevador e impedir que a mesma se fechasse, porém foi tarde demais.
Até chegarmos ao nosso andar, fiquei repensando a cena, será que era loucura minha? Aquele menino é real? E essa sensação de já o ter visto é só coisa da minha cabeça?Está tudo muito confuso. Paro de pensar nisso quando chegamos em nosso quarto e Thais começa a me dar ordens.
- Eu vou tomar um banho e você arruma seus equipamentos e já programa seu tablet com as coisas que você vai precisar falar na hora do discurso.
Eu apenas concordava com a cabeça tudo que ela dizia
- Você tá me ouvindo? -Ela senta ao meu lado na cama.
- Thais o menino... - Ela me interrompe.
- Alessia PARA -Ela levanta e irritada me encara. -Você não é mais uma adolescente pra acreditar nessas coisas, FOCO. Nosso objetivo aqui não é encontrar supostas Almas gêmeas e como você costuma dizer "Anjo daguarda " -Ela diz a frase como se fosse uma brincadeira.
- Você é uma ridícula, sabe que sempre acreditei em tudo isso e sabe dos meus sonhos com ele. -meu tom de voz já não era mais calmo.
- Eu vou tomar um banho, depois a gente conversa. -Ela pega sua mala com as roupas e vai pro banheiro.
Assim que a porta se fecha saio do quarto e vou até a portaria, eu precisava falar com aquele menino.
Assim que saio do elevador começo a procurar pelo menino, pergunta na recepção se alguém sabia onde encontrá-lo e me disseram que não podiam ceder esse tipo fe informação. Me sentei na poltrona que ali ficava e fiquei encarando meus pés. Quando de repente vejo outros pés ali no chão, levanto meu olhar e é um faxineiro, de aparência cansada, ele devia ter uns 45 anos. O encaro e sorrio, ele retribui o sorriso e diz:
- O que você está procurando está ali -ele aponta para um táxi que estava do lado de fora do hotel.
Levanto rapidamente e agradeço com um enorme sorriso por aquela informação. Saio em disparada porta a fora mas novamente é tarde demais, o táxi se fora.
Fico ali parada sem reação, a sensação era que alguém muito próximo a mim havia partido sem se despedir, senti um vazio enorme. Até que uma mão toca meu ombro, é Thais, mais conhecida como A estraga prazer.
- Alessia o que você tá fazendo ai? Vai se arrumar.
Apenas dou as costas a ela e vou em direção ao elevador. Quando passo pelo faxineiro ele estava limpando o chão, ele me olha com uma cara de " e ai? Conseguiu?", apenas o olho e faço não com a cabeça. Thais me empurra para dentro do elevador, assim que chegamos vou direto pro banho, essa viagem está apenas começando.