7 DIAS

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Nossa filha já tinha 3 anos. Célia 31 e eu 33. Era um dia calmo, como sempre.
Saí para trabalhar. Trabalava na roça. Arava, plantava, cortava a cana, colhia o milho, a beterraba, etc.
Voltei para casa de 18h30. Célia disse:
- Bem vindo de volta, querido.
Me deu um beijo e me abraçou. Carolina também me abraçou e disse:
- Papai, olha!
Ela pegou uma folha de papel e me mostrou. Era um desenho que ela fez. Era lindo. Estava desenhado eu, ela e Célia.
- Que lindo! Parabéns!
Disse. Tomei um banho. Não tinha água encanada, nem banheiro. Buscávamos água do rio. Tomávamos banho na parte de trás da casa com um balde com a água do rio e uma caneca de metal.
Vesti uma bermuda e uma camisa velha. Célia estava saindo do quarto de Carolina. Ela me disse:
- Querido, temos que conversar.
Ela saiu andando em direção ai nosso quarto. Fui seguindo. Quando entramos ela parou de andar. Perguntei:
- O que foi querida? Algum problema?
Ela virou para mim e disse:
- À tarde, quando você estava trabalhando, Carolina estava na janela, brincando com os passáros, e eu estava na cozinha. Um homem estranho passou e disse " sete dias". Eu escutei e fui correndo até a sala. Vi aquele homem e ele foi embora. Não acha estranho? Querido, estou ficando preocupada. Você está sempre trabalhando e nem sabe o que acontece aqui dentro de casa!
- Não se preocupe- respondi- Amanhã estarei aqui com vocês duas.
Fomos dormir. Fiquei pensando no caso deste homem.
No dia seguinte, acordei bem cedo. Comi pão e café. Carolina acordou:
- Papai, não vai trabalhar?
Disse ela esfregando os olhos por causa do sono.
- Não filha- respondi- vou ficar aqui com vocês.
- Eba!
Exclamou ela. De 10h00 fomos buscar água no rio. Eu e Célia levamos os baldes de madeira. Estavámos colocando a água no balde, quando vi uma sombra por trás das árvores. Essa sombra sumiu rápido. Pensei que era só a imaginação.
Voltamos para casa. No fundo da casa, tinha uns presentes que ia dar para elas. Pedi para esperarem um pouco na sala e fui buscar. Quando voltei, elas estavam nos braços de um homem estranho, vestido de preto. Elas estavam inconscuentes. O homem disse:
- Eu disse que ia me vingar. Você tem 7 dias para vir buscá-las. Se não eu irei matá-las.
Fui correndo atrás dele, mas ele estava com uma arma e atirou na minha perna. Ele me socou no pescoço e na barriga. Não conseguia me mover. Desmaiei. Desmaiei pensando no passado. Me lembrando quem era aquele homem.
Era ele... um dos ladrões que explodiu a cidade. O que jurou se vingar...
Apenas sete dias para tê-las de volta à minha vida. Ou elas estariam mortas.

7 DIAS [ CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora