Capítulo 2

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       No dia seguinte, não me sentia bem. Dormi mal na noite passada. Não tive nenhum pesadelo, porém, sentia como se uma "água " me puxasse para fora da cama. Mas sempre que olhava, estava totalmente seco. Tal água não me deixou dormir.
       Enquanto me aprontava para a escola, lembrava - me dos acontecimentos do dia passado e me perguntava se contaria à Valeriano. Não, ele riria de mim, era melhor não.
       O segredo começava a me consumir, mas eu tinha de resistir.
       Em alguns minutos, estava pronto. Desci para o café.
       - Olá,...! - disse minha mãe - Bom dia! - como ela acordava de tão bom humor?
       - Oi, mamãe. Bom dia. - dei um sorriso amarelo; meu machucado doía.
       Fui à mesa e bebi um copo de leite.
       - Tchau, mãe! - disse, já fechando a porta.

       No caminho à escola, encontrei alguns conhecidos. Algo que seria extremamente normal, se não fossem as coisas anormais.
       O grupo seleto composto por alguns vizinhos meus de anos e uns quatro desconhecidos chamou - me a atenção. Ao passar por cada um deles, meu machucado formigou mais forte e ao olhar indiretamente,  vi algumas "falhas" nas pessoas. Alguns pés, cabeças e braços estranhos. Porém,  quando olhava diretamente,  sua aparência permanecia normal, salvo um pequeno embaço.
       Era como se tivessem um campo de força e que, do nada, eu pudesse penetrá - lo. Começava a ficar com medo. Mas, medo do que eu via, ou do que eu não via?
       

♢♢♢

Passei a aula com mais dois exemplos estranhos como os outros. Um colega que sentava à minha frente tinha um odor fortíssimo que nunca havia notado. Um odor que nunca havia sentido, como se não pertencesse a esse mundo.
       Estranhei também uma das garotas do grupo das populares do colégio. Ela sentava ao meu lado, e quando olhei com o canto dos olhos, vi caudas de serpentes, em vez de pernas normais.
       O dia seguiu normal. Com alguns casos estranhos aqui e ali. Até a aula de sociologia.
       Eu esboçava um desenho na minha carteira quando comecei a ouvir uns zumbidos.
       Eu via uma praia. Minha visão era uma miscelânea entre o professor e o mar batendo na areia. Parecia de dia, o céu era o mesmo que o de agora. Mas, é claro, não era uma visão real; era somente eu delirando.
       Eu estava preso nesse cenário quando ouvi chamarem meu nome.
      - Ciro! Ciro! - acordei de meu transe assustado. - E então?
       Estava totalmente perdido e não fazia ideia de qual fora a pergunta. Olhei ao redor. Indagando todos que pudessem me ajudar. A garota ao meu lado, a mesma das pernas de serpente, fez a letra "C", sem emitir som.
        Me virei para o professor e falei a letra em voz alta. Todos os alunos explodiram em risadas. O professor me olhou com impaciência.
        - A resposta, Sr. Pagliarinni, é o Iluminismo; que ocorreu na França. Não "c". - disse sem paciência.
        Olhei com raiva para meus colegas, que ainda estavam rindo. O sinal tocou e saímos. Era a última aula do dia, portanto, voltei para casa acompanhado de Valeriano.
         - Ciro - ele me chamou. Olhei para ele - o que aconteceu na aula hoje? Você estava um pouco pálido,  e não ouviu a pergunta do professor.
         Eu não podia contar para ele.
         - Nada. - menti. Ele me olhou desconfiado. A sobrancelha arqueada.
         - Qual é, Ciro?! Não tente me enganar, você sabe que não consegue! - Droga. - Vamos, o que foi?
         - Eu já disse que não é nada. Só não dormi muito bem ontem. - eu não cederia tão fácil. Tinha certeza que ele sabia que eu estava mentindo, mas não me pressionou mais.
         Cheguei em casa e me despedi dele. Estava extremamente cansado e fui para a cama.
         As visões começaram novamente.
 

♢♢♢

hallo, de novo

Esse capítulo ficou um pouquinho menor que o outro, mas o próximo será bem interessante! Por favor, se estiverem gostando, divulguem! Fico muito feliz por quem está lendo, obrigada mesmo. ♡

Sorrisos
{porque todo mundo manda Beijos ou Abraços}

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