O mês de dezembro estava particularmente gelado aquele ano, mas eu me sentia bem quentinha usando um casaco rosa e lilás, que eles me presentearam naquela manhã. De onde estava, via a parte de trás da cabeça de meu novo pai, seu cabelo curto e preto, e seu pescoço bem coberto pelo casaco preto que ele usava. Olhei para quem estava ao seu lado e vi o cabelo preto de minha nova mãe, preso num rabo de cavalo; ela usava uma jaqueta de couro marrom, que a fazia parecer, ao mesmo tempo, uma mulher moderna e charmosa. Inesperadamente ela se virou para trás e me olhou, abrindo um sorriso sincero, que eu logo retribuí com outro igualmente feliz e ansioso.- Nervosa? - perguntou-me.
- Um pouco - respondi, com a voz tremendo ligeiramente.
- Não se preocupe! - ela disse - seus irmãos estão tão felizes ou até mais do que nós, não é verdade, Des?
- Sem dúvida! - ele respondeu, animado. - Estavam tão ansiosos que quase não dormiram ontem a noite! - completou, me olhando rapidamente pelo retrovisor.
Soltei um suspiro ao ouvir aquilo, pois eu também mal tinha pregado o olho na noite passada, ante a expectativa do que aconteceria pela manhã. Pouco tempo depois, entramos num bairro bem residencial, onde observei que havia muitas casas, alguns prédios baixos e pouco comércio. O carro foi desacelerando e logo em seguida Des estacionava o carro em frente a uma casa grande e bonita, de tijolos vermelhos e dois andares.
- Chegamos! - papai disse, abrindo o cinto de segurança e virando-se na minha direção. - Pronta?
Eu estava tão nervosa que não consegui falar, tive medo que, se tentasse dizer alguma coisa, não conseguiria parar de gaguejar, então preferi acenar afirmativamente com a cabeça. Depois, abri a porta do meu lado, saí para a calçada, que estava coberta de neve, e apertei firmemente a alça da mochila que eu carregava com alguns pertences mais pessoais. Caminhamos em direção à casa da minha nova família, os Styles. Fui guiada pelas mãos da minha mãe e seguindo o meu pai, que carregava a minha única mala, com o restante das minhas coisas. Passamos por uma cerca baixa, de metal, e atravessamos o pequeno jardim. Subimos então os poucos degraus da entrada da casa, onde se abriu uma porta bonita e envernizada. Entramos num pequeno vestíbulo, tiramos nossos casacos e os penduramos nos cabides, que estavam presos em uma das paredes da entrada.
- Bem-vinda, minha querida! Esta agora é sua casa - disse, emocionada, Anne, minha nova mãe.
- Vou chamar as crianças, elas devem estar loucas de curiosidade! - comentou Des, meu novo pai.
Seguimos em direção a uma sala grande e espaçosa, dividida em vários ambientes. Meus olhos captavam tudo ao mesmo tempo: um conjunto de sofá de couro marrom, acompanhado de duas poltronas confortáveis; um enorme tapete com motivos geométricos cobria todo o chão; na parede lateral ao sofá, uma lareira cercada de grades protetoras, e acima desta, mais ao alto na parede, um lindo e grande quadro com moldura dourada, com uma bela paisagem, provavelmente do interior da Inglaterra, um bosque com muitas árvores e um riacho; nas outras paredes, alguns quadros menores, geralmente com os mesmos temas de paisagens ou fotos de família; nas janelas, cortinas brancas e esvoaçantes ajudavam a tornar o ambiente claro e agradável.
Percebi também, em locais estratégicos, algumas cantoneiras com pequenos vasos que continham flores variadas. Olhei curiosa ao redor, achando tudo muito bonito e de bom gosto, andamos mais um pouco e paramos no início da escada que dava acesso para o segundo andar.
- Crianças! Estamos aqui - chamou mamãe. Meu coração batia descompassado, eu estava séria, reflexo do meu nervosismo, e minha mãe percebendo isso me abraçou pelos ombros.
Ouvi passos, e em seguida dois pares de pernas apareceram correndo acompanhados de dois pares de olhos verdes ansiosos.
- Crianças, ela chegou, sua nova irmã chegou! - informou nosso pai.
Primeiro vi uma menina alta e loira, que me ofereceu o mais brilhante dos sorrisos, e em seguida surgiu um menino de cabelos encaracolados, como o de Des, e com bochechas rosadas. Ele me olhou de forma curiosa, mas estranhamente permaneceu sério, observando-me com atenção. Os dois usavam calça jeans, camisetas coloridas e meias nos pés; então, ao observar minha própria roupa, não me senti deslocada, praticamente estávamos usando o mesmo estilo, esportivo e casual. Meu coração, que já batia fora de ritmo, acelerou mais ainda, batia tão forte no peito, que fiquei com medo que pudessem escutar, por isso procurei respirar calma e profundamente, tentando me acalmar. Também tentei ficar imóvel, com medo de que, se andasse, tropeçasse nos meus próprios pés e desse vexame, despencando no chão.
- Camila, estes são seus novos irmãos, essa aqui é a Gemma e esse garotão é o Harry - apresentou Des.
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uncontrollably fond // hs
FanfictionE se a semente do amor germinar no mais desafiador dos cenários? Camila foi adotada pelos Styles quando tinha apenas oito anos, após perder seus pais em um terrível acidente de trânsito. Por obra do destino ela e Harry, seu irmão adotivo, tornaram-s...