A Fazenda
Em algum canto desse pequeno planeta o homem, por nós, conhecido como o Senhor Harry, está gravando um documento e para isso, faz uso de uma tecnologia que permite a reprodução holográfica com a mais perfeita e alta definição em 3D. Ele não consegue julgar direito qual destino ou influência desse documento no futuro, mas, sabe que ele será o seu testamento! O testemunho de uma realidade por vezes imaginada, mas nunca comprovada. Segue o seu registro:
“Um manuscrito de 1915, de Charles Fort, o romance “X”, descreve o modo como os seres do espaço controlariam eventos na Terra. O manuscrito há muito foi queimado, mas uma citação sobrevive: “A Terra é uma fazenda.” Por essa teoria a humanidade é propriedade de alguém. Erich von Däniken, chamou muito a atenção em 1968, com o seu livro “Eram os deuses astronautas”, defendendo a teoria de que a população humana teria sido influenciada por um grupo de extraterrestres que visitaram o planeta no passado. Em Jandiliah essas afirmações não são teorias, são realidades. Descobri documentos que relatam as excursões da nossa espécie ao planetaTerra em tempos pré-históricos. Outra civilização que andou pela Terra, foram os Blikliks. Ao contrário de nós que sempre nos contentamos em observar, os Blikliks desceram num grupo muito grande, cerca de duzentos e interagiram com mulheres humanas e tiveram filhos com elas. Nas escrituras terrestres os Blikliks são confundidos com deuses. Os homens de Jandiliah se contentam em ser observadores e reparadores. São discretos como os homens que me caçam. Usam sempre o uniforme preto e é nos poucos registros que a humanidade tem deles, que foi baseado o filme “MIB”. Sempre carregam informações detalhadas sobre a pessoa com quem interagem, fruto de longas vigílias e estudos. Nessa pouca literatura que se produziu a respeito desses homens – Literaturas estas, que imediatamente sofreram um eficiente processo de desmoralização e ficaram marcadas como material sensacionalista e de pouca credibilidade. Nesses depoimentos, nossos agentes são descritos como sujeitos confusos com a natureza de elementos cotidianos, tais como canetas, utensílios de cozinha ou alimentos, e utilizam gírias ultrapassadas. Para atuarem em diversas frentes, costumam se identificar e para tanto, utilizam a identificação de pessoas mortas ou que simplesmente nunca existiram. Uma outra característica que define os homens de preto são sorrisos largos e as gargalhadas desconcertantes e sem motivo aparente. Em Jandiliah sabemos que o figurino foi baseado na crença que temos que os humanos respeitam a cor negra, têm-na como sóbria e a temem. Os óculos são disfarces para os nossos olhos. Temos os olhos enormes, semelhantes aos personagens de mangá. Eu não fui o primeiro Jandiliahno que buscou refúgio na Terra. E alguns desses que me precederam, recorreram a cirurgia para deixar os olhos iguais aos dos terráqueos. É um procedimento invasivo que via de regra provoca a cegueira, parcial e por vezes total, em quem a faz! Eu nunca me arrisquei.”
De volta ao Arizona, Jonas, revelando sua personalidade curiosa, está agachado, examinando o corpo carbonizado, enquanto Gutierrez procura outros elementos ao redor da cena. Os homens permanecem no veículo. E quando Jonas toca o cadáver inerte, primeiro, um arrepio lhe percorre a espinha e depois, para seu espanto, estoura uma erupção no corpo do morto, de onde escorre pus expesso e em seguida um inseto do tamanho de uma lagarta abre caminho na pele calcinada e se arrasta para fora. O bicho parece mesmo uma lagarta, só que com pernas cumpridas e finas, semelhantes aos membros de uma aranha. Jonas se assusta e cai para trás. O estranho inseto, mal sai do corpo do morto e demonstra ser do tipo “nervosinho” e agitado, ele gira sobre si algumas vezes, meio desorientado, mas, observando o rapaz caído a sua frente, logo descobre o seu alvo. Num comportamento determinado e agressivo, “ataca” o rapaz, entrando em suas calças por uma das pernas. O rapaz começa a se bater e a gritar pedindo ajuda. Pelo tecido da calça é poss&iacu