Capítulo 2

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Dois dias depois.

San Antonio – Texas, USA.

San Antonio – Texas, USA

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O sol do fim de tarde ainda brilhava alto, imanando sobre a terra um calor febril, queimando a pele do homem que caminhava sereno pela grama verde, amassando-a com seus passos pesados. O vento fraco e seco balançava levemente a aba de seu chapéu, fazendo-o mudar de posição, deixando o rosto desenhado do cowboy a mercê do mormaço abrasador. Presa em seu cinto grosso de fivela arredondada, a corda de montaria se movia acompanhando o ritmo de seu corpo.

De cabeça baixa olhando para seus próprios pés, ele se mantinha concentrado para fazer o que mais amava no mundo: montar. Lembrava-se de seu falecido avô, seu maior exemplo e mentor na vida e no mundo da montaria em touro. E remoendo a saudade, por um breve segundo, Noah pensou ter ouvido a risada falhada do velho Alan Brooks e, de tristeza sorriu, ao mesmo tempo em que olhou para o céu, a procura da benção de seu mestre para fazer o que ele lhe ensinou.

Os últimos quatro anos não tinham sido nada fácies para o jovem cowboy, mas ele se mantinha firme, pelo menos, era assim que as pessoas que o viam pensavam. Noah não permitia que seus martírios saltassem para fora, mantendo-os enclausurados dentro de si, apenas para si.

Quando alcançou o brete, colocou suas mãos na cerca de ferro e fechou seus olhos, fazendo uma pequena oração a Nossa Senhora Aparecida, um ritual que herdou do avô e fazia desde seus sete anos de idade, desde quando começou a montar em touros. Exatamente como aprendeu, sempre antes de uma montaria, ele agradecia e pedia proteção a Nossa Senhora, mesmo que fosse apenas para um treino em sua própria arena, ele respeitava e empregava a mesma fé.

Se preparando para montar o cowboy ajeitou seu equipamento de segurança. Apertou sua calça de montaria, tirou do bolso a luva que couro, colocando-a na mão direita, passou cera na luva e na corda americana vermelha que lhe acompanhava desde criança e optou por não usar o capacete e o colete, mesmo sabendo dos grandes riscos que corria. Ele queria se sentir livre.

— Vamos lá. — sussurrou para si mesmo quando colocou o pé na cerca e subiu no brete.

— Esse ano o campeonato é seu. — Bryan quase gritou, se aproximando e também subindo no brete, chegando perto do irmão caçula. — Vamos para Las Vegas! — afirmou, incentivando.

— Vamos para Las Vegas. — Noah concordou com a cabeça, sorrindo confiante, ao mesmo tempo em que passou uma perna por cima do animal, montando-o, sentindo-o se mexer relutante pelo contato.

Olhando para o touro desinquieto abaixo de si, o cowboy lembrou-se mais uma vez do seu velho avô Alan Brooks, pensando no quanto ele estaria orgulhoso de seu neto, que estava realizando o sonho de ambos, quase conseguindo ganhar o campeonato mundial de rodeio em touros, o circuito oficial da PBR (Professional Bull Riders).

Olhou por alguns instantes para todos que estavam ao redor da arena, viu seus amigos ansiosos pela montaria, viu as garotas chamando seu nome, algumas conhecidas, outras não, e, ao longe, uma pequena morena, andando pelo gramado do Haras se destacando de todas as outras. O cowboy permaneceu fixo, olhando-a por alguns segundos, intrigado, observando o vestido florido quase flutuar com o caminhar dela.

MALDITO BENDITO AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora