A Filha de Hades

Meu tio em um casino

Gostaria de falar que acordei com o Sol batendo em meu rosto, mas seria mentira. Aquele chalé talvez era mais escuro do que o abismo que minha mãe está pressa. Até acho que nem janela tem, que bobeira, quem disse que filho de Hades não gosta de um pouco de luz??!

Voltando ao início. Quem me acordou foi Jhonny, pelo que parecia ele não tinha dormido direito.

- Acorde Anna. Todos estão a sua espera.- ele disse.

Que merda, aquela frase: "Todos estão te esperando". Odeio isso, odeio ser o centro das atenções, e odeio mais ainda ser acordada por aquela frase.

Pulei da cama, literalmente e corri pro banheiro. Tomei um banho rápido e vesti uma roupa prática: Shorts Jeans, a blusa laranja berrante que ganhei de cortesia do Acampamento Meio-Sangue e meu antigo All Star (que agora estava impecavelmente, limpo e novíssimo).

Estava pronta, não pra missão, mas arrumada para ver a cara daqueles que estão a me esperar a trinta minutos.

Fui até a loja do Acampamento e comprei uma bolsa. Voltei ao chalé e arrumei minha bolsa. Peguei minha espada em forma de batom e as Adagas Sai, sai dali de dentro, e talvez nem voltaria mais.

Pare de ser dramática
(CONSCIÊNCIA)

Affs, pare vai.

Fui para a Casa Grande e como falei, tinha gente a me esperar.

- Odeio pessoas assim.- falou Nico.

- Assim como?- perguntou Hazel.

- Igual a essa daí.- e apontou pra mim.

Parei de observar a conversa deles, e quase me retirei da sala, mas Jhonny me segurou.

- Você sabe que sempre foi assim.- ele sussurrou.

- É. Mas aqui ta bem pior.- surrei também.

Talvez eu não estava tão atrasada, pois o próprio Quíron (agora em uma cadeira de rodas) acabará de chegar, junto com um cara que tinha cheiro de uva.

- Me desculpe a demora.- ele sorriu.- Para os recém-chegados que não o conhecem, esse é Sr D. Diretor do Acampamento.

- Você cheira a uva, cara.- não me controlei, aquilo saiu como uma bala.

A expressão do tal diretor mudou. Agora estava mais sério do que antes. Isso Karol, estraga tudo, idiota.

- Mas é lógico que cheiro a uva. Sou Dionísio, deus do vinho. Você acha que eu cheiraria o que? A vomito de bebê?- ele me olhou com uma expressão grotesca.

- Me desculpe. Mas eu simplesmente não sabia que um deus, seria uma diretor.

- E você acha que eu gosto de ser diretor desse lugar!- pereceu muito mais uma afirmação do que uma pergunta. Preferi me calar.

Nico e Hazel falaram o plano que tinham feito pra acabar com a maldição. Parece que essa maldição interferiu em seus poderes. E por mim posso dizer o mesmo, desde que aquela profecia foi falada não sinto nada. Posso ficar com raiva, mas nenhuma cratera se abre e nenhum esqueleto aparece.

Subimos até o topo da colina, e depois descemos, para irmos de van até Nova York. Não sei como, mas adormeci.

Estava em um jardim, escuro e oculto. Não havia luz. E no fundo pude ouvir novamente a gargalhada da deusa, que infelizmente é minha madrasta. Que com toda certeza me odeia, só pode.

- Não pense assim jovem semideusa. Eu não te odeio, mas sim, seu pai e sua mãe.- ela falou em tom raivoso.

Não consegui responder. Mas ela continuou.