Dreams

Capítulo 4 - Lembranças.

Não me lembro de mais nada depois daquela ultima frase de Dylan. Senti minhas pernas ficarem tremulas. Meu corpo ficou leve. Meus pensamentos só voltavam a frase "sua morte". E então apertei meus olhos bem fortes e senti Dylan me segurando em seus fortes. Apertei de novo os olhos e vi uma sala inteiramente branca. E tudo se apagou.

Acordei num lugar escuro. Sem nada ao meu redor, sem luz alguma. Apenas o reflexo da lua que entrava pela pequena janela a cima de mim. Aquele lugar era bem macabro. Mas de alguma forma, ele me dava uma sensação muito forte, muito boa, uma sensação de conforto, e me trazia.... Lembranças.
Como se eu ja estivesse ido lá.
Esfreguei meus olhos fortes, e notei que estava sentada em uma cadeira que aparentava ser muito velha quase quebrando.

E foi quando ela apareceu. Aquela mulher toda de branca. Sua pele era muita pálida, e seus labios secos e meio roxos. Aparentava estar morta. Mas mesmo com tudo isso ela era muito linda, tinha os cabelos longos e negros assim como seus olhos, que inclusive não parava de me encarar.
Mesmo com essa aparencia de morta, ela me passava uma sensação muito boa, de fé e esperança, de conforto, de... Paz.
E a ultima vez que eu me senti assim foi com minha mãe. Quando antes entrarmos naquele carro, ela me abraçou tão forte, como se ja soubesse o que aconteceria com ela mesma futuramente.
A mulher se apraximou de mim, sentou- se a minha frente. Esticou seu braço e se atreveu a tocar me em meu rosto. Fazendo com que eu desviasse de suas mãos.
Ela então segurou meu rosto com suas mãos frias e macias.
Eu não ousei dizer nada. Apenas a olhei em seus grandes olhos negros.
Um sorriso no canto de seus labios se formou, fazendo com que ela se afastasse de mim e se virasse indo em direção a uma luz que se formou no canto da sala.
- Espera. - disse me levantando e indo a sua direção. - onde você vai? - Não tenho muita certeza do por que eu perguntei aquilo. Apenas fiquei com medo de ser abandona novamente.
Ela pousou suas mãos em meus ombros e deu um sorriso sem mostrar os dentes. Então ela chegou pertou do meu ouvido e sussurrou:
- Vera amoris osculum. - e se afastou de mim indo em direção aquela luz e me deixando ali, sozinha e sem ninguém.

- Acordou princesinha? - Dylan disse chegando perto de mim.
Olhei ao redor, e notei que era um lugar completamente branco, literalmente. Não aparentava ser a escola e muito menos minha casa.
- Onde é que eu estou? - disse me sentando naquela grande e branca cama.
- Você esta no nosso esconderijo secreto. - Dylan disse chegando mais perto de mim.
- Sério?
- Claro que não né garota, quantos anos você tem? - disse rindo. - Estamos na casa da Chloe.
- Idiota. - falei sorrindo de lado
- Sabia que você é mais bonita quanto sorri?! - Ele colocou uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha e deu um sorriso mais lindo que eu ja vi. Tenho certeza que corei. - E fica ainda mais quando fica corada
- Para de me olhar. - falei rindo e colocando as mãos em meu rosto mas logo fiquei séria e parei de rir. - Onde estão todo mundo?
- Estão la em baixo discutindo sobre você.
- Sobre mim? - franzi a sobrancelha.
- É, estão discutindo se te foi o certo te contar a verdade.
- Verdade? - Perguntei e logo lembrei do que tinha acontecido momentos antes de desmaiar. - Você quer dizer aquela babozeira de bruxas e maldições?
- Olha, quando eles me contaram eu também não acreditei. - ele deu um sorriso sem animação. - Saber que você é o herdeiro de uma bruxa que é a culpada pela morte de um pai e de de uma jovem não é muito facil de aceita.
- Espera, então você é o herdeiro que pode acabar com a maldição?
- Sim Emily. - ele disse se levantando da cadeira e indo em direção a porta do quarto.
- Espera. - segurei em seus braços. - Me conte mais dessa lenda.
- Pra que se você não vai e nem quer acreditar?
- Por favor, eu posso tentar. - forcei o sorriso.
- Ta bom.- Ele sentou novamente sem animo. - Você nem deixou a gente terminar e logo desmaiou. Onde paramos mesmo?
- A ultima coisa que me lembro foi você ter me dito que daqui 3 meses eu vou morrer. - sorri irônicamente.
- Ok, continuando. - ele sorriu e olhou em meus olhos. - Eles não te contaram tudo, eu não sou o unico que pode quebrar a maldição.
- Como assim?
- Emily, sem você, nada disso pode mudar ou acabar. Você ê como se fosse o centro da maldição, você vai acabar com tudo não eu.
- Mas me explica uma coisa... Se eu morro e meu pai também, como que a maldição continua, não tem nenhum Haile depois de mim. - disse arqueando as sobrancelha.
- É assim que nós temos certeza que é você Emily.
-Como? - perguntei chegando perto dele.
- Na maldição, a bruxa disse que apenas a ultima Haile poderia acabar com a madição. - Ele abaixou a cabeça. - Todos as Hailes tem um irmão Emy.
- Mas eu não tenho, então como ter certeza que sou eu a haile da maldição?
- Sabe, nós também ficamos pensando. - disse ainda cabisbaixo. - Então investigamos um pouco da sua vida Emy. E decobrimos que você ia ter um irmão.
- Não... Não pode ser Dylan, minha mãe sofreu um acidente. - falei ja sentido meus olhos se enxerem de água .
- Emy pensa bem, sua mãe morreu num acidente que você mal teve um arranhão. - Ele levantou a cabeça e me olhou diretamente em meus olho. Em outro caso eu até ficaria corada mas na quele momento eu só pensava em minha mãe. - Ela estava gravidá Emily, e agora você é a unica e ultima Haile, a que vai quebrar a maldição.
Naquele momento tudo veio a tona. Eu lembrei da minha mãe, e como ela estava feliz dentro carro, ou quando ela me disse que tinha uma surpresa para me conta mas eu tinha que interromper ela né.
Culpa, ódio, raiva era tudo o que senti naquela hora. Quando você perde sua mãe é a pior coisa do mundo, acreditem. É como se você caisse num posso sem fundo, ou levasse uma faca no peito. Eu me sentia como se eu estivesse caindo e sabia que niguém estária lá pra me pegar, nem minha mãe ou meu pai. Eu me sentia só. Me sentia como se estivessem apertando meu pescoço tão forte que a qualquer momento eu não iria mais aguentar.