CAPITULO III

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RAFAEL

        Ela parecia tão frágil naquela noite, já fazem quatro dias e não consigo a esquecer, sinto uma necessidade enorme de saber se ela esta bem. Não paro de pensar naquele anjo ferido. Tudo nela era perfeito,  até a maquiagem borrada com suas lágrimas.

        Não consigo me segurar, quando chega a noite vou atrás dela.

        Chego na casa, bato palmas e aparece uma garota na porta.

        - A Anna está? - ela não me responde, volta pra dentro e posso ouvi-la quando a chama, e logo em seguida aparece aquela princesa na porta.

        - Oi - quando ela me vê arregala os olhos verdes quase cor de mel - Você aqui?

        - Desculpa vir assim, mas não tinha seu telefone - vejo a garota que me recebeu e uma outra na janela - Oh, mas se tiver ocupada posso voltar outra hora...

        - Não,  claro que não... Você me salvou, lembra? - ela sai e pede para eu me sentar num banquinho na frente da casa - Mas, o que você quer aqui?

        - Nem eu sei direito, acho que queria saber se você está bem...

        - Bom, viu que estou, estou ótima!        

        - Tudo bem então... - ficamos em silêncio por um instante. Ela parecia, não sei, desconfortável,  acho. Não olhava nos meus olhos - Eu estou mesmo te incomodando né? - faço menção de levantar, mas ela segura meu braço.

        - Fica... - ela meio que toma um susto quando percebe que está me segurando e me solta - É que estou agradecida, muito agradecida - me encara e é como se ao olhar em meus olhos a fizesse sentir bem. Já não parecia tão rude. Estava ainda mais linda: seu cabelo estava preso num coque baguncado, usava um short jeans curtinho e de cintura alta e um top preto de mangas longas, chinelo nos pés. O desenho do seu corpo era perfeito, seus olhos cintilavam, seu rosto era angelical naquele começo de noite, sua boca parecia ter sido desenhada. Meu Deus! Que garota perfeita! Não acredito que nem a conheço e já estou me apaixonan... - Ei, sonhando acordado? - ela interrompe meus pensamentos.

        - Perdão... Acho que fiquei distante, e sim, estava sonhando - encarei ela - Sonhando alto.

        - Sonhando com o que? - ela pergunta com um sorriso curioso.

        - Não importa agora - respondo desconcertado - Mas, me responda, quem são essas duas nos espiando da janela? - aceno com a cabeça naquela direção.

        - O quê?  - ela se vira e vê as duas que ainda dão tchauzinho, ela fica vermelha - Oh, droga!

        - Então? - eu rio da situação

        - São as minhas amigas. Estava voltando da casa de uma delas quando - ela cruza os braços e pegar reia a garganta - Você sabe... aqueles caras, e tudo mais.

        - Quando EU te salvei, você quer dizer!? - acrescento tentando fazer piada.

        - É. - ela dá um sorriso bobo - A verdade é que agora elas não me deixam em paz, deixaram até seus namoradinhos para cuidar de mim - diz arqueando as sobrancelhas.

        - Como assim, você se sentiu mal? O que foi? - fico preocupado.

        - Não... quer dizer, elas não me deixam mais em paz por que não querem que eu saia sozinha... nem durante o dia, o que direi sobre a noite! Nem pensar!

        - E elas estão certas em cuidar de você! Teêm o meu apoio - falo e ela revira os olhos.

        - Vamos mudar de assunto, me fala de você. Onde você mora? Não me lembro de ter te visto por aqui...

Em Busca De Um Recomeço (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora