Capítulo 1

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Mais um dia de aula, ninguém merece. Ainda deitada em minha cama, peguei meu celular e olhei a hora, enrolando na cama até as seis.
Tomei um banho demorado e fiz minha higiene. Pela janela vi que hoje é um dia bem frio em Nova Iorque então escolhi uma meia calça bem grossa preta, um sobretudo rosa, touca preta e uma bota da mesma cor, ah peguei também uma mochila preta de lado. Eu não curto passar maquiagem pra ir pra escola. Por pura preguiça mesmo.

Desci as escadas e fui em direção a cozinha para tomar meu café da manhã.

-- Bom dia, Jô - cumprimento Joana, que trabalha aqui em casa desde sempre. É a pessoa que minha mãe mais confia para tomar conta da casa, Jô que dá as ordens as outras pessoas que trabalham aqui.

- Bom dia, Lív - sorriu. Ela veio até mim e me deu um beijo na testa.
Quando acabei, subi novamente, escovei os dentes e peguei a mochila.

- Jô, VOU INDO - gritei para que ela ouvisse. A mesma veio até a sala de estar.

- Vai querer que o motorista à leve? Ou melhor, porque não vai no seu carro?

- Não, vou a pé mesmo, vou passar na casa da Sarah, vamos juntas de lá - Sarah é minha melhor amiga.

- Tudo bem - se retirou.

Fechei a grande porta atrás de mim e fui em direção a casa dos Miller. Chegando na mesma bato a porta.

- Ah, bom dia Lív - disse com ironia.

- Meu querido Harry, ainda não são nem 8:00 da matina e já estou vendo sua cara, está sendo um bom dia pra quem mesmo?! Ah, e é Lívia pra você. Quantas vezes vou ter que dizer?

- Seu velho humor matinal chega até a contagiar, Lívia Cooper - dá um sorriso repleto de ironia apoiando-se no batente da porta me fitando.

- Não posso dizer o mesmo. Mas sai, me deixa entrar.

- Pede com jeitinho - apertou os olhos.

- Com licença - falei empurrando ele para dentro de casa para que eu pudesse entrar. Dei um sorriso irônico e me joguei no sofá.

- Folgada você hein - paciência Lívia, paciência.

- Vai chamar sua irmã e me deixa em paz.

- Vai você - revirou os olhos.

- VAMOS LOGO SARAH, SEU IRMÃO TÁ ME IRRITANDO.

- CALMA, ESPERA UM POUCO, JÁ ESTOU INDO.

- Estou te irritando Lív? - perguntou com um sorriso.

- Você me irrita e isso não é novidade pra você.

- Sabe, é engraçado - ele diz me olhando.

- Oque é engraçado? - perguntei.

- Isso - olhei pra ele pedindo uma resposta - Esse seu jeito de fingir que não te afeto, e que não gosta de mim. Eu entendo Lívia, você não quer dar o braço a torcer - olhei séria pra ele esperando alguma demonstração de brincadeira. Gargalhei, muito, muito mesmo, já estava chorando de tanto rir. Respirei fundo tentando recuperar o fôlego.

- Ai, isso é muito engraçado mesmo - voltei a rir descontroladamente - Oque colocaram no seu café da manhã, Miller?! Meu Deus, pirou de vez? Eu não gosto de você, só de te olhar já sinto tamanha irritação - ele me olhou de um jeito indefinido. Ouvi passos na escada. Sarah.

- Lívvv, tem problemas de irmos com o Harry pra escola hoje? Por favorzinho - era só oque me faltava. Revirei os olhos.

- Ah não Sarah, tem problema sim, eu não vou com esse traste - apontei para Harry com desdém.

- E você acha que eu quero te levar? - revirou os olhos.

- Acho. Porque vai levar sim -respondeu Sarah.

- Melhor ter ido a pé - resmungo enquanto ela me puxava até o carro.

- Vamos logo - disse Sarah.

- Você não costuma ter esse nível de inconveniência a essa hora da manhã - falei pra ela - Evoluir é bom amiga, mas não nesse caso - continuei enquanto entravamos no carro de Harry. Ouvi um riso abafado, era o dele.

- Obrigada pelo conselho - ela disse.

-Por nada, precisando tô aqui - respondi.

Ao descermos no estacionamento da escola já sinto os olhares que nos foram direcionados. Mas claro que tem um porque. Harry Miller. E com isso já entenderam que ele é conhecido por aqui. Aquele tipo de cara idiota que em todo lugar tem. Atleta, bonito, essas coisas. E mesma eu não gostando nem um pouco dele, seria hipócrita se dissesse que ele é feio. Ele é lindo, só que não vale a pena. E bem as garotas estão babando por ele. Ele é um puto de um galinha, fica trocando de garota sempre, oque me leva a pensar em como as garotas daqui são retardadas, não as culpo. Mas, ela querem ser feitas de idiotas, praticamente imploram pra isso, são de certa forma humilhadas e se sujeitam a qualquer coisa. Eu tenho pena delas. Mas fazer oque né.

☆☆☆

O universo só pode está brincando comigo. Eu não mereço. Já devem ter tido uma ideia do que é. Trabalho de química com aquele desgraçado do Harry.
Já havia tocado o sinal e Sarah e eu estávamos no refeitório. Hambúrguer, batata frita, refrigerante e pudim de chocolate. Existe coisa melhor do que comer?
Sarah ainda estava na fila e eu fui procurar uma mesa.

- Sério que só vai comer isso? - perguntei ao analisar sua bandeja quando senta-se a mesa. Maçã, suco de laranja e meio sanduíche com patê e salada.

- É - respondeu.

- E posso saber o porque?

- Estou de dieta - respondeu como se fosse o óbvio.

- Mas Sarah, isso não é comida. Como pode só isso, amiga?! - perguntei um pouco frustrada -e o hambúrguer? E o pudim de chocolate? Não. Isso é coisa de gente demente. Pensando bem.. é bem sua cara fazer isso.

- Isso, Lívia, é oque gente normal faz para emagrecer - falou.

- A vida é tão curta pra gente perder tempo fazendo dieta - falei.

- Falou a pessoa com um corpo perfeito - revira os olhos.

- Ah cala a boca, você é linda, Sarah. Não faça nada só porque alguém está fazendo, seja você. Não é preciso nada disso. Agora volta pra fila e pega comida de verdade - disse dando uma mordida no meu hambúrguer. Ela me encarou por alguns segundos e fez oque eu disse e em alguns pequenos minutinhos volta.

- Sarah, vou ao banheiro rapidinho, o sinal já vai bater, me encontra na sala? - falei ao acabar de comer. Ela assentiu devorando seu hambúrguer. Que orgulho!
Como havia previsto, o sinal tocou e eu estava a caminho da sala. É, tenho certeza, o senhor universo não está feliz comigo hoje.
Tentei ignorar, mas aquela criatura de espécie desconhecida segura meu pulso.

- Que é? - perguntei já me irritando. Ele voltou a se encostar no armário rodeado de um monte de gente. Babaca.

- Calma, Lív - cerrei os olhos pra ele. Ele abriu um sorriso. Daqueles que ele faz quando está se sentido o melhor. Odeio esse sorriso - Passa na minha casa hoje, tem aquele trabalho de química pra gente fazer - falou com arrogância. E o pior é que não foi nem sequer um pedido, foi tipo uma ordem. Entendi.

- Bem, eu não vou - me interrompeu. Ele ousou me interromper?

- Claro que vai - respondeu. que idiota infantil - E vá as 14:00, vamos tentar acabar cedo, tenho que sair a noite.

- Bem eu não vou, se não quiser ir pra minha casa o problema é todo seu, não estou nem um pouco afim de ir pra sua casa hoje, e não vou. Se não quer ir, você que sabe. Não sou eu quem está precisando de nota na matéria - me soltei e sai em direção à sala.



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