Amor Entre Aposta.

Capítulo 6

Como ele pôde me chamar de fraca? Certo, não nos damos muito bem. Mas nunca tive a intenção de mágoa- lo de alguma forma. Ele foi um imbecil. Nem me conhece à fundo pra falar essas coisas.
Afinal, oque ele sabe sobre mim? Esse não foi um bom dia pra ele me falar essas coisas. Poderia ser em qualquer dia, eu tentaria demonstrar desprezo. Mas hoje não. Acho que se eu ver uma uma folha caindo da árvore hoje, eu choro.
Batem na porta.

— Oque você está fazendo aqui? — perguntei ao ver Harry.

— Eu vim aqui falar com você — disse com cautela.

— Não diga —  ironizo — Não precisa, volte por onde veio e apenas esqueça — virei para que ele não visse o que havia causado em mim. Meu rosto estava inchado e eu ainda chorava, mesmo que involuntariamente. Ele se aproximou e sentou na ponta da minha cama.

— Olha eu não queria ter falado aquilo — o encaro já não ligando para meu estado — Me desculpa se magoei você — me olhou nos olhos mas abaixou o olhar depois.

— Magoou — ele suspirou.

— Eu sei que sim, Lívia. Mas não foi minha intenção. Sabe que a gente vive falando coisas um para o outro — eu sorri ironicamente.

— De qualquer maneira, como você acha que pode me falar essas coisas, Harry?

— Eu não sei. Sinto muito, mas não foi minha intenção. Eu falei aquilo na brincadeira apenas pra te irritar. Mas como você mesma diz, eu sou um idiota — sorri —Ah eu fiz você sorrir. Mereço até um prêmio — ele diz tentando amenizar as coisas.

— Melhor ação já feita por você — reviro os olhos — Parabéns, está evoluindo.

— Você não facilita.

— Oque? Você acha que depois de tudo oque você fez  sua vida inteira, acha que é só vir aqui e pronto? Vai tá tudo certo?

— É o que espero —  respirou fundo — Olha, sei que fui um grande babaca com você por sei lá, sempre. A gente pode até ter nossas desavenças, brigar por motivos idiotas e coisas do tipo, mas minha intenção nunca foi te magoar. Pode até não parecer, mas me importo com você.

— Não parece.

— Eu tento não demonstrar — coça a nuca — Na verdade, eu admiro  você. Qual é você está na minha vida desde quando éramos crianças. É importante para mim, deveria saber disso —  Ele sorri.

- Por que?! Eu sou uma muito complicada, fico chateada por coisas idiotas — disse me virando de barriga para cima e enumerando tudo oque havia dito nos dedos — É difícil lidar comigo. Para todos sou só a garota que tem a vida perfeita, onde o universo tirou o pai. Eu sou como um palhaço, Harry. Faço de tudo para ver as outras pessoas felizes, vivo rindo, parece até que minha vida é boa. Mas no final de tudo isso, por trás da garota feliz, existe uma triste e cansada de tudo isso — falei sentindo as lagrimas invadirem meu rosto. Harry deitou-se  mais próximo a mim. Seu olhar era de culpa, como se, se recriminasse pelo que aconteceu, passou as mãos pelo meu cabelo acho que inconscientemente. Virei para que ele não me tocasse — Você não sabe como é conviver com o medo de que a qualquer momento pode perder alguém importante. Você nunca sentiu uma dor tão grande a ponto de não conseguir respirar - minha voz saía falhada por conta do choro que estava tentando segurar — Você não sabe quantas vezes eu gritei por dentro e ninguém me escutava.
Só eu sei oque é querer morrer. Como dói sorrir, o quanto dói tentar se ajustar novamente e não conseguir, como se fere por fora tentando matar oque tem por dentro — as lágrimas não paravam de escorrer.

— Lívia eu.. —  olho para ele.

— Você não sabe quase nada sobre mim, mas conhece minha história. Sabe o quanto eu sofri. Eu só peço que um dia você me perdoe pela pessoa tão ruim e desprezível que eu devo ser, na sua concepção.

— Eu realmente não sei porque falei aquilo, você é uma das pessoas mais fortes que conheço, não são todas as pessoas que suportam oque você passou e ainda consigam levar bem a vida, Lív. É que, eu não sei, como você mesma disse, você está sempre sorrindo... Por favor não fica assim. Me perdoe, Lív. Eu não sei oque falar, mas eu só queria que a gente se entendesse de alguma maneira. Porque já está cansando todas essas provocações.

— Perdoar? Está mais do que perdoado. Mas isso não vai mudar nada.

— Vamos dar uma trégua, Lív.

— Tá fazendo tudo isso só por que foi um grande babaca comigo? Não preciso da sua pena.

— Não, estou fazendo isso porque tá ficando feio pra nós dois... Ah, trouxe isso pra você —disse me entregando uma rosa branca.

— Uma rosa?!

—  Uma rosa branca. Nossa bandeira de paz. Qual é Lív, poderíamos tentar ser amigos.

— Sua amiga?

— É. Seu pai mesmo dizia pra sempre dar uma segunda chance as pessoas — chantagem emocional? Estreito os olhos.

— Espero que eu não esteja tomando uma decisão ruim.

—  Não está  — afirmou — Mas para de chorar —  enxugou minhas lágrimas  — Me desculpa de novo —  se jogou na cama ao meu lado e pegou o controle remoto da televisão.

— Tudo bem, não é a primeira vez que machucam.

Ooi amores, como estão?
Espero que tenham gostado.
Desculpa a demora.
Votem e comente para o próximo capítulo.
Beijinhos,
Espero que gostem.