Capítulo 5

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Já se passou uma semana desde que Victor havia vindo pela primeira vez na minha casa.
Nós nos tornamos muito próximos. Posso dizer até que somos amigos. Ao menos da minha parte, com certeza. É sempre assim, esse é meu grande defeito, passo a gostar das pessoas muito rápido, eu confio demais nas pessoas e é sempre tudo com muita intensidade.
Mas enfim, estamos ficando muito próximos ele veio em minha casa outras vezes. Me disse que está curtindo uma menina chamada Vanessa.
E hoje não estou nem um pouco bem. Sabe aquele dia que você fala pra si mesmo que precisa ser forte? Então..
É aniversário do meu pai. E tudo me lembra ele. Tudo. Não gosto de lembrar as pessoas disso. Faz com que elas tenham pena. Odeio esse sentimento. Tento seguir a minha vida. Não fui a escola hoje, já acordei com lágrimas nos olhos.

Tudo me afeta de alguma forma.

Descido conversar com Sarah, ela sempre me ajuda. Melhor ainda, ela deixa eu me esvair. Liberar toda dor em forma de lágrima enquanto faz carinho no meu cabelo.
Tomo banho, esperando que faça diminuir a vermelhidão do meu rosto e o inchaço nos meu olhos.
Coloquei uma roupa aleatória, não estou com vontade de me arrumar. Peguei meus fones de ouvido e o celular e fui até lá dirigindo. O dia estava bonito. Diferente dos demais, estava ensolarado. Oque era um pouco difícil de acontecer nessa estação. Cheguei já abrindo a porta.

— SARAH — gritei.

— Ela foi fazer comprar com minha mãe — Ele! Justo ele. Justo hoje.

— Acha que vão demorar? — perguntei olhando para meus pés.

— Não sei. Mas senta aí e espera — ele estava em um lado do grande sofá. Sentei do outro lado pondo uma almofada entre as pernas.
Estava sentindo um bolo na minha garganta. Assim não dá. Tratei de me concentrar em outras coisas. Pássaros, céus, chocolate quente, unicórnios..
Tentei voltar  minha atenção para a televisão, Harry estava assistindo jogo de basquete. Novamente me lembrei dele. Era seu esporte favorito. Sempre jogava basquete comigo até sua morte. Poucas pessoas sabem disso.
Senti lágrimas escorrerem pelo meu rosto e me agarrei a almofada como se ele fosse me proteger.

—  Fraca — disse rindo.

— Como? — perguntei com raiva — Como pode dizer isso? Você não me conhece. Não sabe nada sobre mim — falei com mágoa sentido a garganta falhar e lágrimas rolarem continuamente, como um rio.  Você não sabe nada sobre mim. Como pode me chamar de fraca? Você pode me chamar de tudo que quiser. Mas de fraca, não. Não ouse me chamar de fraca, você não imagina quantas vezes pedi a mim mesma para parar de chorar e tive que sair por aí com um sorriso que não era meu. Você não sabe oque venho enfrentando - falei me alterando sentido a dor me rasgar. A expressão de Harry mudou totalmente. Não soube definir —  Como pode me julgar dessa maneira, Harry? Você não sabe nada sobre mim. É aniversário dele, Harry. Eu realmente não ligo para oque você pensa de mim, mas tem hora que magoa. Eu posso até te irritar, mas isso não te da o direito de sair por aí me julgando.  Eu estava disposta a tentar conviver melhor com você, mas não dependia só de mim - oque era verdade, Victor me convenceu a isso.

— Lívia eu.. — não deixei que terminasse — Era apenas uma brincadeira.

— Não precisa se importar Harry. Não tente agir como se importasse com isso.
Eu cometo erros, Harry. E posso até fazer brincadeiras com você, mas nenhuma delas, creio eu, envolve o seu coração. Eu cometo erros sim, mas faço o melhor que posso. — lágrimas desciam sem parar — Um dia você vai perceber, que não me conhece metade do que pensa — me virei pra ir embora. Ele pegou meu braço.

— Lívia eu sinto muito, eu ... — ele falava olhando nos meus olhos. Neguei com a cabeça.

— Não... Só..só me deixa — sai depressa até o carro onde as lágrimas vieram com mais intensidade.


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