Capítulo 3

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A luz da lua cheia iluminava o corredor na qual dois garotos caminhavam sorrateiros. O silêncio parecia reinar o ambiente sendo quebrado pelo o som do respirar ofegante das crianças e os corações batendo em ritmo acelerado, isso seria efeito do medo que uma delas sentia ou da excitação que a outra sentia.

Arkan já estava se arrependendo de ter aceitado participar daquele plano... Pelo menos estava livre daquela prisão, se fugisse rumando para o norte sabia que chegaria a cidade-estado, havia observado as estrelas da janela de sua pequena prisão sabia a sua exata localização pela disposição dos astros...Mas não podia fugir, não depois de ter feito aquela promessa.

–Tens certeza que eles estarão dormindo? –Perguntou Safar avaliando a sala vazia na qual iriam passar para alcançar o salão aonde seus mestres comiam e bebiam até o sol raiar.

–Se você colocou a quantidade correta da seiva da planta que te indiquei...Eles devem estar dormindo agora. –Respondeu Arkan.

–Está muito silencioso... Talvez tenha funcionado...

–E se não tivesse funcionado, o que irias fazer?

–Eu...-Safar retirou uma adaga que tinha em sua cintura e em um movimento rápido direcionou a lamina em formato de meia lua para a garganta do terceiro príncipe –Eu iria te matar, meu querido...Apesar de te amar, não tolero erros...

Arkan engoliu em seco, encarou aqueles olhos de íris avermelhadas, não desviou, não iria temer aquele garoto, mesmo tendo consciência que tais palavras que foram ditas não eram mentiras. Safar iria o matar sem hesitação, aquela era a verdade.

–Se houve erros, não seria somente a minha culpa! Você pegou a planta e colou nas bebidas! Se pegaste a planta errada ou colocou a quantidade menor nas bebidas? Já pensou nisso? A culpa seria sua e não minha? E o que iria fazer? Se matar? Esse plano foi feito por nós...A culpa só pode ser nossa! –Resmungou o príncipe tentando não ligar pela a ameaça da adaga.

Safar riu, abaixou a lâmina.

–Sim, tens razão esse é nosso plano...A culpa só pode ser nossa...-Disse se aproximando do jovem príncipe que se afastou de modo automático, o rosto do escravo agora estava centímetros de distância de Arkan. A respiração de Safar podia ser sentida, o terceiro príncipe segurava a sua própria respiração, temeroso com o que iria acontecer –Isso significa que se o plano der errado nos dois devemos ser punidos...Juntos...Tão romântico...-Safar lambeou os lábios de forma lenta, Arkan acompanhou com os olhos aquele movimento, quase que como se tivesse hipnotizado. Subitamente o escravo se afastou, o outro garoto pode soltar um suspiro de alivio.

–Morrer juntos...Seria um fim interessante...

–Nós não iremos morrer...Eu tenho que voltar para a minha família...-Disse Arkan tentando reunir sua coragem na lembrança de seu lar. Teria que sobreviver por eles.

–Família...-Safar murmurou aquela palavra como lhe fosse estranha. O príncipe reprimiu a sua necessidade de perguntar o que seu companheiro iria fazer depois que o plano fosse executado, na verdade não queria ter mais contato com aquele garoto...

Os dois continuaram a andar em silêncio. Alcançaram a porta que dava para o salão e a abriram, lentamente. Safar espiou e logo um grande sorriso surgiu em sua face.

– Dormindo como anjinhos... –Retirou, novamente, a adaga, seu sorriso estava se tornando cada vez mais macabro – Ou porquinhos...Cujo sangue será colhidos... Nem irão perceber o que lhes aconteceu...-Nisso adentrou na sala sendo seguido por Arkan, de fato seus capturadores estavam adormecidos, uns até roncavam, diante daquele grande salão podia-se ver comidas e bebidas jogadas ao chão... Pareciam tão despreocupados com o seu destino, talvez nem imaginassem que os seus prisioneiro e escravo, ainda infantes, tinham planejado a sua morte.

O terceiro príncipe (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora