Parte 2

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Trouxe mais outro, para vocês irem sentindo como vai ficando a história.

Nicholas

Maldita hora para meu vício em cafeína me trair. Sim, eu bebo bastante café, pois minha profissão requer atenção e inovação em tudo e ele me deixa acordado, sendo meu melhor amigo desde que comecei a trabalhar.

Coloco o café no filtro da cafeteira e volto para encarar Ella. Inferno, não posso chamá-la assim, isso foram outros tempos. Eu ainda a culpo, mas não posso ignorar que lhe dei um banho de café. Cruzo os braços na frente do corpo para mostrar indiferença.

Ela está olhando para cada canto do meu apartamento, mania de decoradora.

- Está pensando no que fazer para melhorar a aparência? – Digo e ela sorri.

- Só um pouco. – ela diz ainda analisando o espaço. – Tem muito potencial, você comprou?

Gabriela que não pode ficar longe da vida alheia.

- Você não vai querer voltar aí, Gabriela. – ela sorri sem graça para mim.

Esse apartamento meu pai me deu quando eu decidi que iria pedi-la em casamento. Ele achou que ela amaria isso. Já ter um lugar para começarmos a vida. E quando nada disso aconteceu, eu me mudei para cá mesmo assim.

Sua mãe me via como um menino, o que eu não era. Já trabalhava e ela não nos dava espaço. Ficamos juntos por quase um ano, parecia cedo para pedir alguém em casamento, mas não para mim e ela. Eu a amava, só não tinha lhe dito isso ainda.

Eu a queria por completo, então decidi falar com sua mãe sobre isso. Eu realmente queria casar com ela e respeitava a decisão dela de esperar, mas quando mencionei isso á mãe dela, ela decidiu que seria bom ir embora. Nunca pedi Ella em casamento e nos separamos por um telefonema. Desde então, eu a odeio. Ela foi estupida e eu experimentei o inferno ainda vivo por causa disso.

- Tudo bem. – ela diz encarando o balcão da cozinha. – Nick... – ela suspira, enquanto coloco duas xicaras e as preencho com café. – Espero que um dia possamos conversar sobre o que houve.

- Não, Gabriela. – digo, sentando a sua frente. – Não precisamos disso, você está aqui por falta de atenção da minha parte, não para sermos amigos.

Ela fica séria e leva a xicara à sua boca. Fui grosso, mas até onde sei ela está noiva. Eu não fui bom, mas ele deve ser. Para sua mãe ter deixado-os juntos deve ser um partidão.

- Nick... – ela é teimosa demais, mas não foi quando sua mãe lhe arrancou no meio da noite só para eu não pedi-la em casamento. – Desculpa. – levanto-me e vou até a pia ficando de costa, a raiva me domina e eu aperto as bordas do balcão. – Eu não sabia o que pensar. – ela fala fraco e baixo.

- Apenas pare. – digo, eu não quero ouvir essa merda, não me importa, eu já segui em frente.

- Me ouça, por favor. – sinto suas mãos em minhas costas e fecho os olhos. Não faça isso Ella, que ódio que sinto por me sentir vulnerável ao seu toque. – Nick, nesses últimos seis meses eu pensei muito sobre tudo que aconteceu entre nós... – ela para e eu aperto mais a borda da pia. – Não sei o que eu tinha na cabeça, por deixá-la me induzir daquele jeito.

- Tudo bem. – falo soltando o ar, sua mão agora segura meu braço e eu encaro sua aliança, matando o maldito noivo umas cem vezes em minha mente. – Não precisa me tocar, Deus está vendo. – digo com sarcasmo e ela se afasta sorrindo.

Essa frase nos parou tantas vezes e foi a justificativa para muitas coisas não acontecerem.

Vejo que Maria está vindo em nossa direção, sorrindo.

Para Ella, com Amor (AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora