Parte 1

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Bem vindos à esse novo romance, a esse novo casal que o que mais quer é ficar longe um do outro, mas será possível?

Nicholas

Vê-la correndo assim me lembra de quanto ela é uma pessoa leve. Não por causa do peso do seu pequeno corpo, mas por ser uma pessoa que não deixa nada lhe abater.

- Você me ama! – ela dança entre as árvores, na verdade ela saltita entre as árvores dando uma volta de 360 graus em volta de cada uma – agora grite! – a olho sem entender andando com mais um pouco de pressa para acompanhá-la – grite para que todos aqui escutem.

- Acho que não precisa – digo, Ella tinha esse costume de fazer de tudo uma grande coisa, eu deveria ter dito que a amava em um quarto – Não me faça fazer isso.

Ela para séria faz cara de irritada e volta a costurar as árvores.

- Grite para mim, então. – me jogando um sorriso cheio de malícia eu não suporto e resolvo gritar.

- Eu te amo! – grito tão alto que as pessoas me olham assustadas.

- Outra vez. – Ella diz para mim ainda mais distante de onde estou.

- Eu te amo! – Coloco toda o ar do meu pulmão e isso faz minhas cordas vocais arderem.

- Só mais uma vez. – Aquilo parecia bom para ela.

- Eu te amo, Ella. – Vindo em minha direção ela pula em cima de mim abraçando minha cintura com suas pernas.

- Eu também te amo – ela olha para minha alma e suas palavras fazem eu me sentir o homem mais sortudo do mundo.

O toque do despertador faz com que eu abra os olhos, vendo que é hora de ir trabalhar. Esse sonho se repete tantas vezes que eu esqueço que não foi real. Mas é como eu imagino que teria sido se eu tivesse ido lá, ou se ela tivesse ido onde eu estava. Eu realmente estava pronto para dizer que a amava e dar um passo à frente no nosso relacionamento.

Tem uns quatro anos, tempo suficiente para que, supostamente, superasse isso, mas não superei. E isso é um inferno. Conheci algumas mulheres, dormi com outras. Mas elas não eram Ella.

Recebo uma mensagem da minha mãe me pedindo para passar lá para um café rápido antes de ir para a agência, olho no relógio e vejo que ainda há um pouco de tempo.

Ligo o som do carro no noticiário e fico ouvindo a ladainha que o radialista fala, realmente o país está fodido e não há muito o que se fazer, temos que superar e viver com isso. Depois do longo caminho, estaciono na rua em frente à casa da minha mãe, aceno para a vizinha que está na porta dela e entro.

- Bom dia, filho. – minha mãe vem até mim, me abraçando e me entregando uma xícara de café preto – Chamei você aqui para dar uma notícia nada agradável.

Tiro meus óculos escuros e coloco a xícara em cima da mesa. Não sei se gosto do tom de voz da minha mãe e ela me olha algumas vez e desvia o olhar. Sou mais alto que ela uns 30 centímetros, ela tem os cabelos tingidos de loiro para disfarçar os brancos, assim ela me disse uma vez. Mas não parece tão velha quanto deveria parecer uma mulher de 50 anos.

- Diga, mãe. – digo, me aproximando e cruzando os braços na frente do corpo.

- A mãe de Gabi morreu. – ela diz e eu continuo parado, olhando-a. – ela foi atropelada. Enquanto atravessava a rua, um ônibus a atingiu.

Para Ella, com Amor (AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora