Enfim se conhecendo... III

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Aqui está a última parte do primeiro capítulo!! \o/ Espero que gostem, qualquer dúvida, sugestão, crítica (construtiva hein!!) ou correção vou ficar mais do que feliz em receber. -*v*-

Boa leitura!!!! ;*

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Tão louca quanto eu? Não acho... ela aperta os lábios, obviamente também ouviu. Depois de alguns segundos ela comenta baixinho e sarcástica:

- Não acho realmente que me salvariam, o mais provável é que me jogariam em cima de você e fugiriam o mais rápido possível, os covardes. - Suspira e me olha silenciosamente.

O quê ela quer? Passa minutos me encarando, vêm em minha direção e pára em cima da linha da morte. Está me desafiando!? Então começa a me analisar... da cabeça aos pés. É desconcertante. O quê ela está pensando? Parece concentrada... luto para não me mexer. Abre a boca e espero que ela diga algo que me dê uma dica de suas intenções. Ela fecha a boca. Quero grunhir minha frustração, mas antes que possa ela abre de novo e diz:

- Vou ser direta: eles vão atribuí-lo à outro médico. - Sinto meu estômago apertar. Não posso controlar minha expressão. Estou chocado. Não sei o que esperava ouvir, mas não era isso. - Não deveria estar tão surpreso, afinal se não fala comigo é óbvio que vão trazer um com quem você fale... ou que te faça falar. Olha, o problema é o seguinte: assim como os técnicos são obrigados a seguir minhas ordens eu também tenho superiores. Eu também tenho que seguir ordens, mas me recuso a forçá-lo com tortura, espancamento ou privação de qualquer coisa básica para conseguir os resultados esperados de mim. Sendo assim, ontem me deram um ultimato. Ou faço você falar comigo do meu jeito e prossigo com a pesquisa... ou te atribuem a alguém que faça do jeito deles, o qual pude perceber que está acostumado. De um jeito ou de outro, eles vão continuar com a pesquisa e querem resultados.

Parou de falar, esperando... o quê? Tento absorver a informação, dando sentido. Claro, ela quer que eu "colabore" com ela. Está me ameaçando. Rosno indignado. Ela não se move, mas franze as sobrancelhas. Como se eu fosse cair nesse jogo! Prefiro ter outro médico do que me submeter a ela! Eu sei que mais cedo ou mais tarde ela vai fazer o mesmo que todos eles...

Caminha lentamente até a mesa no canto.

- Não sei se entendeu direito, mas parece que a essência sim, hein? - Tira algo dos bolsos do jaleco e coloca em cima da mesa. Abre um pequeno frasco, de álcool pelo cheiro forte, e embebe um pedaço de algodão no líquido. Quando vira de volta na minha direção percebo que são os materiais para coleta de sangue.

- É realmente difícil saber o que está pensando, mas seja o que for, tudo o que eu acabei de dizer é verdade. Depois de pensar um pouco decidi que ser sincera era o melhor. - Comenta enquanto põe as luvas. Não acho que esteja dizendo a verdade. Muitas vezes ela conseguiu ler corretamente minhas reações. Vêm até mim, dessa vez com a seringa e algodão. - Hoje vou precisar retirar algumas amostras a mais do que está acostumado. Se sentir um pouco de mal estar, fraqueza, tontura e/ou enjoo, não se preocupe. É normal, dada a perda de sangue. Com licença... - Limpa um local próximo à dobra do meu cotovelo direito, deixando-o gelado. - Serei rápida. - Diz e suavemente começa a retirar o sangue. Praticamente não sinto a picada.

Estranho. Pensei que quando ela percebesse que não vou fazer o que ela quer, ficaria nervosa e começaria a me tratar como os técnicos. Entretanto suas mãos continuam delicadas e leves, quase sem me tocar. Após encher o frasco repete o processo mais algumas vezes, mas dessa vez não fala nada. Também não usa mais o garrote. Ela disse uma vez que minhas veias são proeminentes, então não precisa dele para vê-las melhor.

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