Harry e eu começamos a correr. Chegamos perto de Doris e ela parecia incomodada.
- O que aconteceu ? Como assim o Ernest morreu ? - Falei exacerbado por conta da aflição do momento. Eu não poderia perder o meu irmãozinho.
- A gente 'tava brincando de esconder, ai ele sumiu, do nada.- A pequena falou, gesticulando as mãozinhas para tentar explicar.
O primeiro pensamento que torneou a minha cabeça fora: nossa mãe e nossa avó. Elas podiam ter feito algo ao meu irmão, e só de pensar na hipótese, meu coração se apertou e uma dor imensurável veio tomando conta de cada fibra em meu corpo. Olhei para Harry como se ele pudesse percebe o que eu estava pensando.
- Vamos procurar ele, é o máximo que podemos fazer. - Harry disse olhando pros lados.
Nos dividimos cada um com um local do quarto e do porão. Durante a procura por Ernest, minha tese foi comprovada, vamos todos morrer velhos e doentes aqui. Em momento algum eu parei pra pensar que eu havia beijado meu próprio irmão, ele é meu IRMÃO. Como pude fazer isso ? Como pude ser insolente a esse ponto ? Eu estava pronto para começar a me martirizar quando vi um baú grande o suficiente para que ele se escondesse. Tentei abria por mim mesmo, mas não houve efeito algum. Chamei por Harry e logo ele apareceu com um pequeno martelo.
Tirei o martelo da mão dele, batendo com a ferramenta exatamente no cadeado, que quebrou instantaneamente. Ao abrir vi corpo de Ernest caído, o seu peito subia e descia normalmente, chequei seu pulso verificando se estava tudo bem. Balancei ele na esperança de obter resposta, mas nada aconteceu.
Pressupomos que ele tinha desmaiado.
A tarde foi melancólica, todos sentados em volta de Ernie esperando "uma luz no fim do túnel." A tarde se emendou com a noite rapidamente, sabíamos que logo a velha viria é provavelmente veria o corpo de Ernest, nos culpando em seguida. Decidimos que talvez com um banho ele acordasse.
Segui caminho para o banheiro, carregando o corpinho leve da criança. Liguei a torneira da banheira e esperei encher colocando o meu irmão em seguida. Entrei na banheira de roupa e tudo, ficando atrás dele. Joguei um pouco de água em seu rosto, passei sabão, lavei-o, tudo o que um banho precisa. Quando ja estava perto de desistir, ele levantou a cabeça em confusão.
- Lou ?
Dei um sorriso para ele, agarrando seu corpo para um abraço demorado. Gritei pelos nossos outros irmãos, que logo chegaram no local.
- Estão proibidos de brincar de esconder. Ouviram ?- Harry disse em um tom de brincadeira, apontando para as crianças.
- E nem queremos.- Doris falou gargalhando em seguida.
Ernest saiu da banheira, se enrolando na toalha mais alva que tinha lá. Eu continuava na banheira, esperei até todos saírem do recinto, especialmente Harry. Fiquei em frente ao espelho me olhando, ja faziam 1 ano 4 meses e 2 dois dias, que estávamos confinados. Não notei o momento em que Harry entrou no banheiro se posicionou atrás de mim.
- Louis, você é tão bonito...
Eu me virei para ele e o olhei. Suas pupilas estavam dilatadas, e sua expressão resguardava algo que eu mal sabia descrever.
- Tem um corpo tão belo.- Falou Harry dando mais um passo a frente, fazendo com que nossa distancia fosse mínima.
Ele pareceu perceber algo, e se afastou saindo do banheiro atordoado. Voltei a me perguntar, como eu podia me deixar levar desse jeito ?
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Flowers in the attic L.S
FanfictionO sótão tornou-se meu lar, o lixo virou minha diversão, meu irmão se tornou minha paixão e a tristeza virou meu cotidiano. •Adaptação do filme/livro Flowers in the attic•