Harry me olhou com certa curiosidade, o que eu diria. Que vi ele se tocando e gemendo meu nome ?
- Que vi você ficar triste.- De algumas forma inventei isso, me surpreendi com a minha rapidez e me auto-aplaudi por conseguir ter essa resposta.
- Vamos mudar de assunto, não gosto de lembra de nada disso.- Disse Harry abaixando seu olhar.
O tempo passou e a velha mórbida veio nos visitar, dando nossa comida em seguida. Comíamos silenciosamente, olhei discretamente para Harry e vi claramente sua tristeza. Depois de todos ja estarem devidamente em suas camas Harry me chamou.
- Você acha que nos vamos ficar quanto tempo aqui ?- Perguntou meu irmão com um leve pesar em sua voz.
A pergunta dele havia ecoado na minha cabeça: Quando tudo isso acabaria ? Quando iríamos ser uma família feliz de novo ? Meu coração doeu, e por certo momento tive a certeza de que o pesadelo que estávamos vivendo nunca iria acabar. A incerteza tomou conta de mim, não sorri, não o olhei, apenas me deitei.
- Que Deus nos proteja.- Harry se pronunciou novamente.
- Você acredita em Deus, mas quando vai atravessar a rua olha para os dois lados.- Disse dando a discursão como encerrada.
Uma semana se passou, nos aproximávamos do ano novo cada vez mais. Estava abraçado a Harry e então de repente a velha abriu a porta dando um susto enorme em ambos. A cor em meu rosto desapareceu. Meu sorriso se tornou uma carranca. E a velha permanecia com uma expressão de horror em sua face.
- Expelidos do diabo! Pensei que isto havia acabado, estava enganada.
Harry a olhou e repentinamente se levantou.
- A senhora esta muito errada! Não estamos fazendo nada! E por favor pare de falar isso, Louis ao menos sabe o que significa!- Falou esbravejando na cara da mulher.
- COMO SE ATREVE!- A velha gritou. -E você, sua tentação, enviado pelo demônio.- Apontou para mim.
Arregalei meus olhos, e então dei um passo a frente e comecei a falar.
- Nada do que a senhora falar irá me atingir, você não fará nada, você precisa de nós aqui, você precisa da mamãe.- Disse com desdém me virando para sentar.
- Você se acha muito forte não? Corajoso, certo ?
- Eu não me acho, eu sei que sou.- Dei meu melhor sorriso.
- Ja que é tão corajoso, e não tem nada tentador com seu irmão. Corte os queridos e belos cachos dele.
Meu sorriso caiu, nunca me senti tão impotente. Ela me deu uma velha e enferrujada tesoura, sorrindo doentiamente em seguida.
- NÃO!- Disse jogando a tesoura no chão, pouco me importando com o barulho.
- Ja que a sua resposta é não, também não haverá comida para vocês todos por duas semanas inteiras.- Eu sabia que ela era má, mas não fazia ideia que poderia ser o demônio em pessoa.
-Mas as crianças não tem nada haver co- Minha fala foi cortada pela batida de porta estrondosa.
- Venha, vamos corta meu cabelo.- Disse Harry, pegando a tesoura do chão e me puxando em direção ao banheiro.
- De forma alguma! Somos inocentes, e iremos provar isso.- Disse convicto.
2 Dias exatos se passaram e estavamos morrendo se fome. Não havia nada que podíamos fazer, os caçulas reclamavam cade vez mais e ja estávamos em desespero. Um barulho de tranca desfeita surgiu e a porta abriu logo em seguida. Sem dirigir uma palavra, mesmo sendo de desgosto, a mulher deixou a cesta de comida na peça, fechando a porta depois.
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Flowers in the attic L.S
Fiksi PenggemarO sótão tornou-se meu lar, o lixo virou minha diversão, meu irmão se tornou minha paixão e a tristeza virou meu cotidiano. •Adaptação do filme/livro Flowers in the attic•