Capítulo 1

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Eu não acredito como eles foram capazes de fazer isso, brincaram com uma coisa que eu nunca vou ter de volta. Mas também a culpa foi minha quem mandou achar que de uma hora para a outra o seu amigo por quem você sempre teve uma queda do nada começou a gostar de você, fui muito ingênua. Logo o Josh e o Ezra que sempre pensei que fossem meus amigos, apostaram que o Josh não conseguia tirar a minha virgindade antes das férias e é claro o Josh ganhou. Me pediu em namoro achei que gostasse mesmo de mim, me entreguei e agora já era. Me sinto suja, usada, enganada, envergonhada...

— Não vai dormir? — minha mãe abriu a porta do meu quarto, por sorte estava escuro e ela não reparou que estava chorando.

— Daqui a pouco estou sem sono — a minha voz se cortou no meio da frase.

— Filha — minha mãe entrou no quarto e acendeu a luz dando conta que eu estava chorando — o que aconteceu? Porque você tá chorando? — ela perguntou enxugando minhas lágrimas e eu neguei com a cabeça — ninguém chora sem motivo me conte o que aconteceu, você sabe que pode confiar em mim.

"A pessoa por quem você levaria o tiro é a que vai puxar o gatilho" — disse eu simplesmente

— Oh vem cá meu amor — ela me puxou para um abraço.

Incrível como o abraço de uma mãe tem o poder de nos fazer sentir bem melhor.

"Você é importante, nunca deixe ninguém apagar sua luz, não importa as dificuldades, continue forte." — ela ficou um tempo abraçada comigo e depois saiu do meu quarto e então resolvi dormir amanhã seria o último dia de aulas antes das nossas pequenas férias de quinze dias.

•••

— Bom dia mãe, bom dia pai — cumprimentei sem ânimo algum.

— O que aconteceu? — meu pai perguntou

— Overdose de decepções — respondi curta e grossa pegando numa torrada e passando manteiga.

— Você não vai nos explicar o que aconteceu? — perguntou a minha mãe suspirando

— Eu já respondi.

— Usando metáforas, eu quero saber concretamente o que aconteceu — minha falou aumentando um pouco o tom de voz e eu simplesmente peguei uma pêra e as minhas coisas e saí de casa sem responder

Falar sobre isso é definitivamente uma coisa que eu não quero fazer. Seria muito vergonhoso contar isso para o meus pais.

No caminho, para não pensar em tudo o que aconteceu fiquei ouvindo música e contando os carros vermelhos que via na rua. Assim que entrei na escola vi o Josh, o Ezra, a Candace e a Daisy. Tentei passar despercebida mas a Daisy me viu.

— Alexia! — continuei andando — Alexia! — ignorei — Alex! — ela me alcançou e segurou o meu braço — Ei! Tava te chamando, você não ouviu?

Eu não sei se ela também está metida nessa coisa da aposta, mas se tiver seria horrível porque ela é a minha melhor amiga ou era.

— Não ouvi estava distraída. — menti

— Você tá chateada comigo?

— Não, porque estaria a não ser que você tenha feito alguma coisa. — ela ficou em silêncio parecia querer me dizer alguma coisa mas as palavras não saíam.

Ela falou tão rápido que eu não entendi nada.

— Que! Eu não entendi nada fala mais devagar

— Eu sabia da aposta e fui eu que contei pra eles que você gosta do Josh. — ela falou meio hesitante.

— O que!? Porque você fez isso?

— Nós estávamos conversando sobre você nunca ter arranjado um namorado depois do Liam e me perguntaram se você gostava de alguém e como eu não sei mentir, me atrapalhei toda e acabei contando que você gosta do Josh. Por favor me perdoa, eu não fiz por mal, me desculpa.

— Eu até perdoava se você só tivesse contado sem querer mas você sabia da aposta e não veio falar comigo, que espécie de amiga você é?

— Eu, eu eeuu...

— Sem palavras né? — dei um sorriso irônico e fui embora.

Entrei na sala e fiquei em dúvida sobre onde sentar, já que sempre ficávamos uns perto dos outros nas últimas filas para podermos conversar baixinho, trocar bilhetinhos e fazer comentários sobre os professores.

A partir de agora tudo vai mudar, pelo menos eu vou ter esses 15 dias para por os meus pensamentos no lugar.

•••
Assim que entro em casa encontro a minha mãe sentada no sofá com uma cara nada boa.

— Alexia, precisamos conversar. — essas duas palavras assustam.

— Claro — respondi e fui me sentar no sofá ao lado dela

— O que tá acontecendo?

— Nada.

— Eu fiquei a manhã inteira preocupada com você quase nem consegui trabalhar, você tem que me contar o que aconteceu

Expliquei tudo para ela que ficou muito decepcionada com a Daisy e o Ezra que ela sempre considerou como filhos, já no Josh ela nunca confiou. E ainda por cima me deu aquele sermão de que não se deve confiar em todo mundo porque nem todos são aquilo que parecem.

Poxa a pessoa já tá sofrendo e ainda tem que ouvir um sermão de meia hora com direito a exemplos de vida dela, do meu pai, do meu avô, tataravô, tataratataravô e o seu periquito.

Safety Pin||L.HOnde histórias criam vida. Descubra agora