Capítulo 2

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Enfim férias, apesar de não serem as de dezembro já ajuda muito. Como não vou viajar os meus planos para as férias são:

* Acordar às 14h

* Assistir séries e filmes

* Comer muita Nutella, brigadeiro, Doritos, chocolate, pizza e por aí em diante

* Ler os novos livros que eu ganhei

* E por último mas não menos importante, declarar a minha 'trouxicesse' no Twitter com frases como: "Fazendo Origamis com o meu papel de trouxa" ou "Eu domino a arte de ser trouxa"

Perdida em meus pensamentos nem dei conta que o meu telefone estava tocando.

— Alô

— Filha — meu pai falou com uma voz de choro — filha

— Pai o que aconteceu? — perguntei alarmada

— Filha...a sua mãe...ela...ela se foi

Nesse momento o meu mundo caiu, eu não sabia o que fazer deixei o telefone cair e chorei, chorei como nunca havia chorado. Sentia uma dor horrível. Porque? Porque comigo?

Fiquei encolhida nos lençóis por não sei quanto tempo, até que o meu pai entra no quarto. Dava pra ver nos olhos dele que estava sofrendo mas não era o único.

— Como pai, como isso aconteceu?

— Eu tava no trabalho e recebi uma chamada dizendo que ela tinha sofrido um acidente de carro. Ela tava passando um cruzamento e um carro bateu no dela e capotou. — ele estava tentando parecer forte mas estava falhando miseravelmente

— Por imprudência de um motorista eu perdi a minha mãe. — divaguei

— Vamos fazer o funeral o mais rápido possível.

É horrível, essa dor de saber que nunca mais, nunca mais eu vou ver a minha mãe, nunca mais vou poder abraça-lá, beija-lá, nunca mais vou poder ouvir a sua suave voz, nunca mais vou poder ouvir ela cantar pra mim, nunca mais terei o seu carinho, nunca mais terei a sensação de proteção que os seus braços me proporcionavam, nunca mais vou ouvir ela reclamando que eu deixava cabelo no ralo do banheiro, nunca mais vou ouvir os seus sermões, nunca mais, porque ela se foi. Simplesmente se foi e eu não tive a oportunidade de me despedir.

Dor

É isso que eu estou sentindo agora.

•••

Hoje é o dia do funeral. Meu pai pediu pra eu fazer o elogio fúnebre. A família está desolada, a minha mãe era muito querida por todos.

É triste ver o corpo da minha mãe assim sem vida. Muita gente apareceu, tios e tias que eu não via à muito tempo, primos, amigos, até o Ezra e a Daisy vieram.

Tá na hora do meu elogio fúnebre, aqui vou eu

— Bem, não existem palavras que nos possam consolar nesse momento, só temos que ser fortes mas é a coisa mais difícil de ser fazer agora. Mãe muito obrigada por tudo que você fez, não só por mim mas por todos aqui presente você sempre foi uma pessoa boa que nos animava e quando alguém precisasse podia contar com você. — Fiz uma pausa respirei fundo e continuei — Vou sentir falta de muita coisa muitos momentos e é triste pensar que eles não vão mais voltar por...porquê você se foi — olhei para o céu e me lembrei quando eu e ela ficávamos no parque perto de casa olhando as nuvens e vendo com o que elas se pareciam, continuei falando — todas as coisas que eu faço me lembro dela até as mais pequenas coisas me lembram dela. Dói com certeza dói, não vou dizer que vou superar mas com o tempo as lembranças vão me fazer rir por ter vivido esses momentos bons e não chorar por não tê-los mais. E se no final de tudo que temos são memórias, eu estou agradecida pelas que tenho.

Depois do funeral fomos para casa o caminho foi feito em silêncio. Vi que o meu pai tentava segurar as lágrimas, já eu não as escondi.

Chegamos em casa e fui direto pro meu quarto tomei um banho bem demorado pus um pijama e fiquei o resto do dia na cama, pensando na vida, na morte em como as pessoas vão e vem de um momento para o outro. Quem diria, à uns dias atrás tinha amigos e mãe mas tudo mudou como um passe de mágica. Pensei que poderia perder o meu pai também mas rapidamente afastei esse pensamento, me ajeitei nas cobertas e dormi.

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⏰ Última atualização: Apr 08, 2016 ⏰

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