Namour

Capítulo Três

Enquanto o tempo passa lá fora, eu me punha a refletir:

Como a vida é engraçada... Nós, seres humanos, temos o hábito de acordar cedo, uns para trabalharem, outros, para estudarem. Já outros acordam e não fazem absolutamente nada, sequer lavam um carro em uma manhã de sol ou levam o cachorro para caminhar na rua. A vida é uma constante, e o sentimento amor se encontra exatamente aí, pois se for parar para pensar um pouco mais, o amor rege seu trabalho, senão este não será bem executado. Também te leva a estudar por algo que quer seguir pela vida inteira. Um carro bem lavado é exemplo de um amor maior pelas conquistas ao longo da caminhada, e para quem é amante dos animais, caminhar com eles pela rua, não há prazer maior.

O amor não é algo simplesmente abstrato, é concreto e depositado em cada coisa que fazemos na vida. O amor se encontra até mesmo no amanhecer de um novo dia, ou diante da chuva, ou quando finda o dia ao escurecer, e nosso querido sol vai dormir ou se esconder. Este sentimento nobre está na vida que traz o ar para respirarmos... E no sol para nos aquecermos. Na chuva para nos aliviarmos dos dias ensolarados... A brisa nos rostos batendo fresquinha... A vida é preciosa demais, sentimos seu vigor o tempo todo, e não damos valor a quase nada. O amor está entrelaçado com a vida, eu sinto esse amor, todo ser humano é capaz de senti-lo, então por que ter medo dele?! Mudanças acontecem, pensamentos morrem e acontecimentos surgem o tempo todo... A vida é amor puro, nossas ações e pensamentos são vida, e a execução é o amor. Não tenho mais medo ,eu quero viver intensamente...

Então me levantei da cadeira, andei de um lado para outro, decidi voltar a me sentar e entrar no site. Mais uma vez, a mensagem estava lá:

"Anote meu número e me liga! Espero ansioso."

A resposta do meu destino veio em minhas mãos, eu só precisava ter coragem para me decidir. Cada número me aproximava de escutá-lo.

- Alô? – Ele falou.

- - Namour? – Perguntei com o estômago em polvorosa.

- - Sim, sou e você é a Eva, acertei?

- Como adivinhou?

- Eu estava totalmente certo com a minha intuição. Na mosca! – Ele ri.

- - Intuição? – um sorriso vagaroso apareceu em meu rosto – Posso saber qual é a intuição?

- Sua voz é suave e do jeito que imaginava, não tinha como errar. – disse em um tom mais carinhoso. Ao escutar a voz dele sussurrando em meu ouvido, pude perceber que meu corpo vibrava, minhas pernas amoleceram e me joguei na cama com uma sensação boa e estimulante.

- - Eu também gostei da sua voz, é bem bonita, grossa, máscula. Confesso que me perturbou um pouco. – Ri encabulada.

- Não quero perturbá-la. – Ele ri.

- Digamos que é uma perturbação boa, eu te garanto!

Eu o escutava rir e concordar comigo e por um momento o imaginei na minha cabeça, pois o mesmo não tinha foto no perfil do site, então comecei a imaginá-lo forte e alto, pois sua voz transmitia imperatividade e gentileza ao mesmo tempo. Ele se formava devagarinho na minha mente e o escutei perguntar:

- O que você procura naquele site Eva?

- Se eu lhe disser que foi meu gato quem finalizou o meu cadastro, você acreditaria? – Eu ri.

- Explica isso direito. Você escreveu, mas não ia finalizar? Porque?

- Na verdade, eu não ia não, ou melhor, eu queria mas acho todos esses sites uma grande furada e falta do que fazer e sinceramente eu não acreditei na hipótese mas acabei que preenchi, chegando no final eu fui atender ao telefone e o meu gato finalizou o cadastro para mim. – Ri mexendo nos cabelos.