Já no hospital, eu tive que fazer uma cirurgia perto da perna e da bacia, tinha fraturado algum osso. Mas eu não estava preocupada com isso.
Quando sai da sala de cirurgia, de cadeira de rodas, eu olhei para frente, vi aqueles olhos verdes e escutei:
- Eu vou estar lá.
Lucas. Ele estava lá. E completou a frase. Ele estaria aqui. Para sempre.
Em minha face só havia expressão de espanto e amor. Estava apaixonada. Por quem eu mal conhecia e conhecia demais. Por ELE.
Meus pais também estavam lá, me abraçaram e eu estava super feliz em vê-los bem.
Pedi um instante a todos. Me retirei do local. Fui até um canto do corredor onde ninguém estava, respirei fundo e falei, comigo mesma:
- 15/12/15. Tudo dando certo. Tudo dando errado.Sofri um acidente e quebrei a bacia,estou de cadeira de rodas. Tudo errado. Um menino, de olhos verdes, entrou na minha vida. Tudo certo. Lucas Deep. Ele faz minha vida sair do real.
Acho que no meio dessas falas, tirei um cochilo. E sonhei. Com ele. Acho que estávamos em Boston, tomando Coca-Cola no pôr-do-sol... Mas, havia algo errado. Os olhos de Lucas. Não estavam verdes. Eram Laranjas. Da cor do Sol. Da cor dos MEUS olhos. Ele disse:
- Eu estarei lá.
Acordei. Voltei até onde estava Lucas e meus pais. Lucas disse:
- Vamos dar uma volta no quintal do hospital. Conversar. Sobre a vida fora do normal. Do real.
Senti meu pulsar. Sabia que aquela conversa seria a melhor de todos os tempos. Ou não.
