a próxima vítima

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Pela primeira vez não consigo dormir. O sol está quase surgindo e não consigo fechar meus olhos, e nem ficar quieta no meu caixão.
O que me deixa sem opções a não ser continuar escrevendo minha história. Bom, Vladimir estava me ensinando a caçar na noite nebulosa que se formava sobre nossas cabeças, aprendi a me alimentar de maneira em que conseguisse manter o controle com relação às minhas vítimas. Só que para uma iniciante como eu, manter o controle estava bem distante do meu objetivo.
- Alyna! Vladimir ficava bravo comigo quando eu exagerava na loucura viciante que o sangue me proporcionava. Parecia que não tinha fim essa fome e essa dor que corrói meu peito, a cada pessoa que eu matava pelo simples desejo de querer sangue cada vez mais...
- Desculpe... Minha voz saiu baixa. me sentia culpada por aquilo que deixei Vladimir me transformar, mas tudo mudava cada vez que eu me alimentava daqueles que tiveram sua vida sugada por mim.
- Deixe pra lá... Suspirou ele, meio decepcionado.
- Isso acontece com todos nós, só peço que tenha cuidado pra ninguém perceber. Ele mantinha sua voz com a mesma tranquilidade constantemente,E isso me irritava na maioria das vezes.
- cala a boca! Cala a boca! Minha voz saiu com força dessa vez. O caso é que não aguentava mais aquele vampiro falando comigo de maneira tranquila, como se matar aquelas pessoas fosse a coisa mais normal do mundo. Acabei surtando e deixando ele furioso.
- Você por acaso se esqueceu com quem está falando? Vladimir parecia que iria arrancar meu pescoço de tanto que ele apertava com suas mãos gélidas.
- Não mestre, Desculpe... Minha coragem diminuía toda vez que ele se aproximava de mim, e me sentia cada vez mais submissa a ele.
- Certo! Ele respirou calmamente, e logo seu tom de voz se estabilizou.
- Estamos todos alterados minha querida, vou leva-la para casa. Sua mão descia rumo à minha cintura, ele deu um meio sorriso e lambeu uma gota de sangue que restou no canto da minha boca. Claro, que eu me deixava levar pela intensa atração de desejo e medo que sentia quando estava com ele. Nunca me senti tão seduzida e amedrontada quanto agora, mas também nunca me senti tão forte a cada caçada junto desse maníaco que agora me envolvia nos seus braços e me levava para casa. Enfim, como eu disse, Vladimir foi um ótimo amante, e tudo com ele ficava cada vez mais perigoso , me deixando sem opção a não ser segui-lo.
Ele me deitou na cama, e me observou por um momento, acalentando meu rosto com ternura. Quem olhasse para aquela cena de nós dois, nunca imaginaria no quão cruel Vladimir poderia ser. Contudo, ele voou noite a fora, deixando entrar a brisa da noite que parecia cantar seu último canto, dando boas vindas para o raiar de um novo dia. Agora irei dormir o sono reparador dos vampiros, e assim, continuarei a escrever em uma outra noite sombria, os muitos mistérios por trás dessa história dramática, que ainda tem muito para acontecer e ser revelado.

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